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O diário fotográfico de um viajante solitário pela Europa (sem sair de casa)

Durante a pandemia continua ser possível viajar e fotografar. Lonesome Traveler é o projecto de David Cachopo – um diário fotográfico de uma viagem através do Google Street View.

Sebastião Almeida
Escrito por
Sebastião Almeida
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Em tempos de distanciamento social, o exercício de algumas profissões tornou-se bastante difícil. A maior parte da população está agora em casa. Alguns trabalham remotamente, mas há quem não tenha essa opção. David Cachopo, 31 anos, operador de câmara e fotógrafo, foi mais um dos que se viu confinado a quatro paredes. Material encostado por tempo indeterminado. Trabalhos cancelados. Ao ver uma fotografia de Vík, uma pequena localidade no Sul da Islândia, relembrou o pequeno prazer que é poder viajar. A namorada, por graça, desafiou-o a viajar até lá usando o Google Street View. E assim lhe surgiu a ideia de percorrer a Europa sem sair de casa. Pelo caminho, vai fotografando as paisagens, as aldeias, as estradas, as cidades e as pessoas, através de capturas de ecrã que publica na sua página de Instagram Lonesome Traveler.

“Comecei a viagem na porta de minha casa. Pus o destino e pedi ao Google Maps que traçasse o caminho a pé até à Islândia”, conta à Time Out, através do telefone. Essa aventura, pelos seus cálculos, demorará perto de 50 dias. Já vai no décimo. Quando falámos estava a chegar ao País Basco. Daí subirá para França, depois Bélgica, Holanda, Dinamarca, e aí apanha um ferry até à Islândia, onde entrará na fase final do percurso. “Tem sido mais intenso do que esperava. Faço em média 80 a 100 quilómetros por dia. Acordo, tomo o pequeno-almoço e ponho-me a viajar pelo computador”, descreve.

Apesar de poder parecer uma actividade estranha, o fotógrafo encontra nela “mais semelhanças com a realidade do que estaria à espera”. Ao usar o modo 3D enquadra e capta a fotografia. Dá-lhe uma composição, procura as luzes, as sombras, e os pormenores que tantas vezes passam despercebidos. Nas suas fotografias, o mundo continua a acontecer. As ruas estão cheias, mas as pessoas não têm identidade – as suas caras aparecem tapadas. David interroga-se: será que estão vivas? quem serão elas e de que forma estarão a viver este momento insólito? O carro do Google é a sua câmara, as pessoas na rua reagem com estranheza a essa presença, mas não é nada a que um fotógrafo não esteja habituado. Nestas fotografias a vida já aconteceu. David reenquadra-as para que as possamos imaginar.

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Enquanto a história da fotografia tem sido amplamente investigada, documentada e divulgada, pouca atenção é dada ao fenómeno dos fotolivros. O consumo de imagens banalizou-se com a proliferação das redes sociais, mas o livro enquanto objecto ganhou uma nova importância, tornando-se uma espécie de documento/prova para um fotógrafo mostrar o seu trabalho. 

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