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A importância da calçada portuguesa para Ernesto

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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É fotógrafo, designer e autor de mais de uma dezena de livros sobre a calçada portuguesa. É natural de Lisboa, mas mostra-nos a calçada que, como ele, viaja por todo o mundo

Sabia que há um Calimero no passeio da Avenida de Roma? Ou que há exemplos de calçada artística portuguesa no Qatar? Ou que há dias em Lisboa em que encontramos mais estrelas no passeio do que no céu? 

Depois de Calçada Portuguesa no Mundo (2016), Ernesto Matos continua de pedra e cal a produzir livros sobre esta arte portuguesa. Desta vez com Calçada Portuguesa – Lux Platearum, que em latim significa Caminhos de Luz, uma edição da Sessenta e Nove Manuscritos. Uma edição mais pequena do que a anterior, traduzida para inglês e com uma parte em chinês. Um projecto gráfico, explica o autor, que contou a colaboração do poeta António Correia, mas que no arranque não deixa de contar a génese da calçada em Lisboa.

Ernesto Matos lançou o primeiro livro sobre a calçada portuguesa em 1999, chamado Mesmo por baixo dos meus pés. Uma publicação que se seguiu a uma edição de quatro colecções postais sobre o mesmo tema. Desde então já foram parar às prateleiras das livrarias mais 11 livros, sem contar os dois que dedicou a Cabo Verde.

Mas o que move este autor? Em resposta escreveu praticamente uma carta de amor ao chão calcetado que pisamos. “O chão é a base do nosso equilíbrio, nestas calçadas rendilhadas como se tapetes Persas ou de Arraiolos se tratassem vivemos, sonhamos, viajamos, amamos. E por esta luz que nos banha diariamente temos o prazer de desfrutar a nossos pés um vasto oceano de iconografias mágicas. Maravilhosa cadeia energética que através das simples pedras brancas e pretas fazem-nos mover o diafragma retiniano... e fotográfico. Também como designer gráfico olho para o chão de uma outra forma, a cidade comunicante que dialoga connosco em cada passo tal como as gravuras rupestres... em cada pedra de calcário que foi vida no passado e agora damos-lhe de novo vida. E quanto mais as pisamos mais vivas se tornam”, explicou.

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