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lagoa do fogo
Fotografia: Rui Soares

As melhores coisas para fazer em São Miguel

Da natureza à gastronomia, a mais famosa ilha do arquipélago tem muito para explorar. Descubra 28 coisas para fazer em São Miguel

Escrito por
Luís Leal Miranda
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E aqui está o single de apresentação. O cartão de visita das nove ilhas, a canção que toda a gente anda a trautear. É a mais conhecida, a maior e a mais acessível das nove ilhas, aquela que está nas bocas do mundo – mas cuja dimensão e oferta podem ser demasiado grandes para mastigar. Não se preocupe, está aqui a papinha toda a feita: um roteiro para aqueles que querem passar um, dois ou três dias em São Miguel.

As melhores coisas para fazer em São Miguel

  • Coisas para fazer
  • Mercados e feiras

Visitar o mercado de uma cidade nova é a maneira mais discreta de espreitar a dispensa dos seus habitantes. O Mercado da Graça, em Ponta Delgada, é uma pequena mas agitada praça onde se destacam os ananases, uma das exportações mais emblemáticas da ilha, mas onde um olhar atento descobre especialidades mais exóticas. Consegue encontrá-las?

  • Compras
  • Mercearias finas

É a loja mais bonita de São Miguel e com o melhor nome: Louvre, porque quando foi inaugurado por Duarte Cardoso, em 1904, era uma distinta chapelaria e loja de fazendas com produtos importados de França. Agora os artigos à venda são sobretudo açorianos e acima de tudo muito bons: chás, conservas, compotas e outras coisas boas com o selo “made in Açores” e até algumas marcas próprias: as cestas de verga para bicicleta da marca Avó Catita são um original da casa. Outro chamariz do Louvre é o Segredo, um bolo de chocolate que é o equivalente à Mona Lisa do edifício homónimo lá para os lados de Paris. Aproveite para se abastecer de queijadas de Vila Franca do Campo e espreitar os belíssimos calendários da Tipografia Micaelense.

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  • Atracções
  • Edifícios e locais históricos

O seu interesse por louças pode até ser bastante limitado, mas mesmo que não saiba distinguir uma terrina de uma sopeira vai gostar de conhecer o museu/ fábrica/ loja da Cerâmica Vieira, uma cápsula do tempo onde se fazem faianças como antigamente. “São todas feitas à mão e por isso são mais rústicas, com algumas imperfeições. É isso que as torna especiais”, conta-nos Teresa Vieira, proprietária que pertence à quinta geração que toma conta do negócio. A história começa em 1892 quando Bernardino da Silva, um industrial de Gaia, chegou à ilha para montar uma fábrica de louça vidrada feita com uma mistura de barro de Santa Maria e do continente. É com esse barro que se lavram e moldam as peças ainda hoje. “Chegamos a fazer 150 suportes de vela ou 200 canecas por dia”, contas de cabeça de uma das empregadas da Sala da Olaria uma das muitas partes da Cerâmica Vieira onde é possível assistir ao fabrico. A louça da Lagoa, como também é conhecida, distingue-se pela cor branca e os desenhos em azul. A cor, uma tinta cor-de-rosa que só passa a azul depois de ir ao forno, é uma combinação de pigmentos feita no local. Como? “É segredo”, avisa Teresa Vieira. Já agora, uma terrina e uma sopeira são a mesma coisa.

Passear no quarteirão mais cool da cidade
©AZORESPHOTOS.VISITAZORES

4. Passear no quarteirão mais cool da cidade

As ruas Carvalho Araújo, Pedro Homem e D’Água, no centro histórico de Ponta Delgada, estão a ser recuperadas e a ganhar vida. O projecto Quarteirão agrega uma série de espaços como galerias, estúdios, livrarias, bares e uma hamburgaria. O objectivo é trazer as indústrias criativas para o centro da cidade.

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  • Museus
  • Arte e design

Chama-se Arquipélago, Centro de Artes Contemporâneas e fica numa antiga fábrica de tabaco e álcool. A programação (exposições, concertos, etc.) vale visita mas o edifício é por si só é um motivo de interesse: é um projecto do ateliê Menos é Mais que esteve na shortlist do prémio Mies van der Rohe para a melhor arquitectura europeia. É, arriscamo-nos a dizer, o melhor equipamento cultural da Macaronésia.

  • Atracções
  • Torres e miradouros

Ficamos tentados a chamar-lhe o miradouro mais bonito de São Miguel, mas não queremos ferir susceptibilidades: há pessoas que são mais Castelo Branco, outras torcem pela Ponta da Madrugada e há, claro, os fanáticos da Vista do Rei. Mas o Miradouro da Boca do Inferno é especial: fica num ponto elevado (1000 m) e tem uma vista incrível para a Lagoa das Sete Cidades, a Lagoa do Canário e a Lagoa Rasa. Para lá chegar siga as indicações para a Lagoa do Canário, onde deve estacionar. Passe os portões (fecham às 19.00) e siga as placas. A caminhada, de 15/20 minutos, vai valer-lhe a foto com mais likes do Instagram de sempre.

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  • Atracções
  • Quintas

Os célebres ananases dos Açores crescem em estufas de vidro caiado aquecidas pelo sol que podem alcançar 38ºC de temperatura. Isso faz com que as plantas pensem que estão na América Central ou do Sul, de onde são naturais, e brotem num hemisfério diferente. Na Fajã de Baixo pode visitar várias, mas a Quinta Augusto Arruda é uma das mais bem preservadas. Lá pode ver as “tocas” no “estufim” ou os “brolhos” nos “tabuleiros”, aprender o que querem dizer todas estas palavras e no final ainda comprar o famoso fruto que tem coroa mas não é rei. Na loja da Augusto Arruda também se vende licor, chutney e até mostarda de ananás. Não há, até ver, piña colada.

  • Atracções
  • Torres e miradouros

Tem a melhor vista para a costa oeste da ilha (Ferraria, Mosteiros, etc.) e em tempos serviu de posto de vigia para caça à baleia – está lá a réplica de uma antiga barraca da extinta Fábrica das Capelas, hoje ocupada pela Futurismo, uma empresa de observação de baleias.

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  • Atracções
  • Torres e miradouros

Em ambos os sentidos: no sentido figurado porque esta lagoa é uma das mais deslumbrantes de todo o arquipélago. E no sentido literal porque o miradouro de onde melhor se vê a Lagoa do Fogo fica a 850 m de altitude e é um lugar muito apreciado por nuvens. O ponto de paragem obrigatório chama-se Miradouro da Serra da Barrosa e fica na EN5-2A, do lado direito de quem vai no sentido Lagoa-Ribeira Grande ou do lado esquerdo de quem vai no sentido contrário. É possível ir até ao pé das antenas do Pico da Barrosa, um pouco mais acima, e ter uma vista diferente – e com mais nuvens, se for dia disso.

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  • Atracções
  • Rios, lagos e lagoas

Na Lagoa do Congro respira-se paz, silêncio e algum do melhor oxigénio que este planeta já produziu. Para chegar lá é preciso descer um trilho ziguezagueante pela encosta de uma cratera com 3900 anos. O caminho é fácil mas é preciso ter atenção a troncos de árvore caídos, raízes e buracos causados pela erosão das águas. Cerca de 20 minutos depois de começar a descida chegamos a um pequeno pontão onde podemos admirar o lago de águas verde-musgo rodeado por uma floresta densa. Não é das atracções mais visitadas da ilha, por isso, se tiver sorte, pode ter uma lagoa só para si. Como chegar: a Lagoa do Congro fica na estrada que vai de Ponta Delgada às Furnas, mais especificamente no planalto da Achada das Furnas. Tem indicações mais ou menos a meio da subida. Parte do caminho é feito por uma (boa) estrada de terra.

  • Atracções
  • Rios, lagos e lagoas

Não tem nada que saber: saia da Ribeira Grande em direcção a Furnas/Nordeste e depois vire na placa que diz Monte Escuro/Caldeiras. Passe por Caldeiras – até pode parar um pedaço para ver as vistas – mas depois continue para Monte Escuro. É sempre em frente, sempre a subir. Quando estiver perto do topo vai encontrar um cruzamento, vai querer ir para a direita onde diz Lombadas (atenção: a estrada tem dois sentidos mas só passa um carro de cada vez). Pare o carro junto a uma casa em ruínas e vá com cuidado até ao riacho onde a água é naturalmente gaseificada. Depois das indicações, as explicações: a Água das Lombadas já foi uma das marcas de água mineral mais populares do país. “A Rainha das Águas de Mesa”, como era anunciada, “leve, estomacal, digestiva, límpida e pura”. Começou a ser explorada no final do século XIX e chegou a ter loja na Avenida da Liberdade e um letreiro gigante nos Restauradores. Nos anos uma derrocada dificultou a extracção de água e pouco depois abandonou-se a exploração. Hoje restam as paredes da antiga fábrica e a concessão de exploração das águas tem sido muito disputada, mas sem quaisquer resultados. 

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  • Atracções
  • Rios, lagos e lagoas

O trilho começa numa azenha abandonada junto a uma ribeira na aldeia de Faial da Terra, no Nordeste. São 6 km num caminho de terra batida com partes de inclinação elevada, degraus e pontes de madeira sobre riachos e pequenas cascatas. O ponto alto do passeio é o Salto do Prego, uma cascata semi-escondida no meio da floresta (siga as setas ou o som da água), uma espécie de chuveiro de pressão altíssima com água muito fria. Os mais encalorados podem tomar banho na pequena lagoa, os outros podem divertir-se a fazer pequenos montes de pedras e assinalar assim a sua passagem. O Sanguinho que dá nome ao trilho surge depois: uma pequena aldeia abandonada utilizada pelos agricultores para escapar às cheias de Faial da Terra. Entre a vegetação ainda se conseguem ver algumas casas e pequenas quintas. O trilho continua, serra acima, serra abaixo, e acaba no ponto em que começou.

  • Atracções
  • Centros de jardinagem e estufas

Na única plantação de chá da Europa podemos andar à vontade entre as máquinas originais da fábrica, de, as mesmas com que ainda hoje se fabricam as quatro variedades da marca Gorreana. Quem tem falta de chá pode prová-lo gratuitamente numa das salas ou comprá-lo na loja da fábrica a preços simpáticos. 

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  • Museus
  • História natural

Há quanto tempo não se passeia por uma área de vulcanismo fissural, geologicamente recente, formada por duas centenas de escórias e escoadas lávicas de natureza basáltica? Vamos fazer a pergunta de outra maneira: já andou em túneis escavados por lava? Na Gruta do Carvão, perto de Ponta Delgada, pode fazer isso. Parte do Complexo Vulcânico dos Picos, é visitável por marcação (grutadocarvao@amigosdosac ores.pt) e há dois tipos de programas: um pequeno trajecto, acessível a todas as pessoas; ou um percurso maior e mais exigente. Ambas são acompanhadas por um guia e é fornecido o material necessário.

  • Atracções
  • Aldeias típicas

Esta pequena aldeia à beira da Lagoa Azul tem muita vida no Verão, junto à marginal. Durante orestodoanovaleapenavera Igreja de São Nicolau, um edifício neogótico no final de uma pequena alameda. No café mesmo ao lado pode assistir aos jogos de dominó mais competitivos do Atlântico e beber uma cerveja Especial a acompanhar um ovo cozido em pickle. 

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  • Atracções
  • Rios, lagos e lagoas

É uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, a grande protagonista de tudo o que é postal, calendário de parede e pano de fundo de computador sob a temática Açores. Conquiste as águas azuis da Lagoa das Sete Cidades (ou serão verdes?) e apareça como um ponto minúsculo em todas as fotografias que estão a ser tiradas de lá de cima da Vista do Rei. Alugue uma canoa na Azores for All (8€ uma hora, inclui colete salva-vidas, seguro e monitor) ou faça um programa completo de bicicleta e caiaque com a Futurismo (cinco horas, 65€). 

  • Atracções
  • Rios, lagos e lagoas

É aqui que se traz o turista quando se lhe quer fazer cair o queixo. Este miradouro tem a vista mais instagramada dos Açores, um ponto de passagem obrigatório para quem está em São Miguel (daí os autocarros de turismo) e o número um em qualquer lista, top ou guia sobre a ilha. Se o tempo estiver bom tem uma perspectiva incrível sobre a lagoa das Sete Cidades de um lado e a zona de Feteiras, do outro lado (uma vista que dá menos nas vistas). Pode também admirar o fantasmagórico Hotel Monte Palace, fechado desde 1991. Há muitas pessoas que entram no hotel e sobem ao terraço, mas o caminho é demasiado perigoso para aconselhar uma visita.

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  • Atracções
  • Parques e jardins

Este pequeno jardim com mesas, grelhadores e WCs está numa falésia do extremo leste da ilha e tem uma vista incrível para o Atlântico. Se quer ver o Oceano parir a manhã,venha cedíssimo ou passe a noite a fazer uma espera ao Sol. 

  • Atracções
  • Aldeias típicas

Mosteiros não fica para lá do sol posto – fica um bocadinho antes. Esta aldeia está numa das partes mais ocidentais da ilha, de frente para os Ilhéus dos Mosteiros, um cenário de postal (fotografar e depois “definir como pano de fundo”) que é engrandecido pelos tons de amarelo do crepúsculo. Sugerimos uma ida ao minimercado Banda D’Além (Rua dos Moinhos, 3) para ir buscar uma cerveja fresquinha. 

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  • Atracções
  • Torres e miradouros

Agora que já conjugámos o verbo perscrutar queremos dizer-lhe que este miradouro tem a melhor vista para a costa norte da ilha – e no Verão, tem várias bancas de artesanato e souvenirs. Outra coisa que também lhe pode interessar: foi nestas encostas que se travou a Batalha da Ladeira da Velha, em que as tropas de D. Pedro IV venceram as de D.Miguel pondo um ponto final na guerra civil que opunha liberais e miguelistas.

  • Atracções
  • Atracções turísticas

É impossível passar nos Açores sem reparar na Mulher do Capote. É como ir ao Vaticano e não ver um postal do Papa – porque ver Sua Santidade, convenhamos, não deve ser tão fácil como dizem. A fábrica de licores fica perto da Ribeira Quente e é visitável (não se assuste com a foto de Cavaco Silva à entrada). Desde 1936 que ali se fazem os melhores destilados açorianos recorrendo apenas à fruta local – excepto a ginja, que vem do continente. Pode explorar a fábrica (um guia faz uma explicação rápida), provar os licores e no final comprar uma garrafa a preços mais em conta. Aproveite para levar o famoso licor de maracujá Ezequiel ou outros licores de frutos em elaboradíssimas garrafas de louça. 

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  • Atracções
  • Torres e miradouros

Melhor do que muitos parques de merendas, mais bonito do que alguns jardins, imponente como só um miradouro numa escarpa sobre o oceano pode ser. O Miradouro da Ponta do Sossego é um sítio onde apetece viver ou, pelo menos, passar longos momentos a contemplar o horizonte. Ou a fazer um churrasco. Ou uma sesta. 

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  • Atracções
  • Torres e miradouros

Uma pequena torre de aspecto medieval assinala este miradouro de onde é possível ver a Lagoa das Furnas, Vila Franca do Campo e grande parte do lado ocidental da ilha. A perspectiva de 360º seria suficiente para fazer deste um miradouro imperdível, mas há também o minicastelo, um edifício particular mandado erguer por um antigo proprietário daquelas terras e usado como torre de vigia. 

  • Atracções
  • Parques e jardins

Este parque romântico faz-se difícil: só abre em Agosto e só pode ser visitado por pessoas bem-educadas. “Não dar saltos na ponte”, “não andar de bicicleta”, avisam as placas. Mas o comportamento civilizado é recompensado por um jardim tipo Disney, com lagos, riachos, matas, sequóias gigantes e um chalé saído de um conto de fadas: a casa de Ernesto de Canto, construída em 1866 por um arquitecto francês. Só falta os animais falarem.

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  • Parques e jardins

A Mata José do Canto fica no lado sul da Lagoa das Furnas e foi mandada plantar pelo homem que lhe dá nome em 1861, numa zona árida afectada pelo vulcão Pico do Gaspar, silencioso desde 1630. O projecto é de Barrillet-Deschamps, uma pop star do paisagismo francês que já tinha assinado êxitos como os jardins dos Campos Elísios, em Paris (co-autoria). Esta mata-jardim de dez hectares inclui camélias centenárias, sequóias e o trilho do Salto do Rosal, um caminho de 2 km que o leva até uma cascata de água gelada. Cuidado com a digestão.

  • Atracções
  • Edifícios e locais religiosos

Um dos edifícios mais surpreendentes da paisagem açoriana, esta miniatura de uma catedral gótica parece saída de um conto de fadas – ou de um filme de terror, depende de como lhe bate a luz. A intrigante ermida foi mandada construir por José do Canto como promessa feita após a doença grave da sua mulher. Toda feita em basalto, foi inaugurada em 1886 e é lá que se encontra sepultado o casal. 

Mais Açores

  • Viagens

Nem só de Lagoas se faz São Miguel. Ponha as pernas de molho, gele os ossos num mergulho no Atlântico, salte para uma piscina de rochas ou nade em águas de terra - nesta ilha há opções para todos (e são todas tão boas). Pegue no fato de banho e vá até uma destas 10 maravilhas de água em São Miguel. 

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  • Restaurantes
  • Português

Vemos as vacas a pastar nos montes e ficamos com uma vontade súbita de analisar a influência daqueles prados no sabor da carne. E este mar todo? O que é que acontece aos peixes que ali nadam quando os metemos na frigideira? Mate a sua curiosidade e o seu apetite. Siga as nossas sugestões e prove o melhor de São Miguel.

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