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Cinco videojogos melhores do que o mundo real

Pode um videojogo ser melhor do que a vida real? Claro que pode. E estes cinco jogos estão aqui para prová-lo

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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Durante o dia 8 de Novembro sucedem-se no Web Summit conferências e apresentações sobre o fenómeno dos e-sports. Na última, com início agendado para as 14.50, vai debater-se a ideia de que os e-sports serão maiores do que os desportos tradicionais ("desportos reais", chama-lhes a organização) daqui a cinco anos. As probabilidades de isso acontecer são quase nulas. Dificilmente as principais modalidades desportivas, negócios milionários com os quais largos milhões pessoas em todo o mundo têm uma forte relação sentimental, quase religiosa, serão suplantadas por um fenómeno de nicho como os e-sports, no curto e médio prazo. Mas há jogos de vídeo imersivos que conseguem ser melhores do que o mundo real. Escolhemos cinco, mas podiam escolher-se muito mais. Até porque o mundo real não é assim tão fixe.

Cinco videojogos melhores do que o mundo real

Football Manager 2018

Não tem sido fácil ser benfiquista nos últimos meses. O pior, para quem segue os jogos em casa ou nas bancadas, é a sensação de impotência. O presidente achou por bem vender metade da equipa e não contratar ninguém para os substituir e os adeptos não puderam – não podem – fazer nada se não chorar as derrotas e suspirar de alívio depois de cada vitória. No Football Manager 2018, disponível a partir de dia 10 no computador, não temos problemas desses. Com jeito e sorte, o jogo abre as portas para um mundo melhor, em que o Benfica está em primeiro na liga e no grupo da Champions. E, mesmo que não esteja, há sempre o mercado de Inverno para resolver os problemas à nossa maneira. (Com a vantagem de que o dinheiro das vendas de jogadores não cai num buraco negro.) E quem diz o Benfica diz outro clube qualquer. Basta escolher a equipa que queremos treinar. Além disso, ser treinador de futebol parece bem melhor do que escrever este texto. Qualquer texto.

Grand Theft Auto V

Grand Theft Auto V (GTA V) é o apogeu da série. Ao longo do jogo, controlamos três personagens diferentes, que são representativas de três maneiras como a maior parte dos jogadores interagem com GTA desde os tempos da PlayStation 2: há um gatuno em início de carreira, a lembrar o início de todos os jogos, um bandido reformado com uma vida boa e confortável, e um psicopata que é o caos personificado. Três avatares diferentes para interagir com uma reprodução de Los Angeles que, muitas vezes, parece ter uma vida própria. Isto para não falar do popular modo online, que continua a ter uma comunidade virtual muito activa. Não é por acaso que, mais de quatro anos depois de ter saído na PlayStation 3 e Xbox 360, e quase três anos depois de ter aterrado na actual geração de consolas e no PC, semana após semana Grand Theft Auto V continua a figurar entre os jogos mais vendidos um pouco por todo o mundo. Uma longevidade comercial inédita, mas merecida. 

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Persona 5

A passagem pelo liceu não é uma experiência que muitos anseiem repetir. Claro que, olhando para trás com lentes rosadas, é fácil lembrar aqueles anos como os melhores. Mesmo que seja uma mentira, é reconfortante. Já Persona 5 não mente. O ano passado dentro do jogo é mesmo o melhor. Encarnamos um estudante que acaba de se transferir para um liceu de Tóquio e o jogo, disponível para PS3 e PS4, é ao mesmo tempo um simulador social e um RPG japonês tradicional, com a particularidade de um tempo ser um bem precioso. O dia é dividido em vários blocos e somos constantemente forçados a abdicar de fazer algo ou passar tempo com alguém. E ao longo de um ano temos de aprofundar relações interpessoais e fazer algo para melhorar uma sociedade corrupta, através de combates (literais) com demónio interiores e missões com contornos junguianos. Chegados ao fim, somos forçados a abandonar o jogo e aquelas personagens. Fica a saudade.

Stardew Valley

Quando Stardew Valley (disponível para PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch) começa, o protagonista está preso numa rotina que, lentamente, o vai matando por dentro e que será familiar à maior parte dos trabalhadores. Num momento de libertação, decide virar as costas a essa vida, a esse emprego, e ir morar para o campo, viver da terra. É o tipo de coisa em que muita gente pensa mas não tem coragem de fazer. Stardew Valley é um RPG rural e apaziguante, com uma estética inspirada nos jogos de 16-bit de antanho. Em última análise, é uma fantasia de empoderamento pessoal como tantos outros jogos de vídeo, só que aqui a lógica de poder e domínio dos outros jogos é substituída por uma liberdade das pressões que associamos a uma sociedade cada vez mais difícil de engolir. De suportar.

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The Elder Scrolls V: Skyrim

The Elder Scrolls V: Skyrim coloca uma personagem amplamente personalizável num mundo aberto e fantástico, indica a direcção das primeiras missões e depois deixa de nos dar a mão. A partir daí, cada um faz o que quiser. Quando quiser. A narrativa principal pode ser completada em 20 ou 30 horas, mas isso não é sequer dez por cento de tudo o que há para fazer. Por outro lado, é possível jogar durante mais de 200 ou 300 horas e ignorar essa história. Em vez disso, é possível centrar as atenções na guerra civil que se alastra pelo norte do continente onde decorre a acção. Ou dedicar o seu tempo a tornar-se o melhor mago vivo, o líder de um grémio de ladrões ou de um bando de mercenários. É possível andar apenas de cidade em cidade, à deriva, a resolver os problemas da população. Mais do que um jogo, é uma segunda vida.

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