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Super Mario 3D World + Bowser’s Fury
DRSuper Mario 3D World + Bowser’s Fury

‘Super Mario 3D World + Bowser’s Fury’ e a busca pelo salto perfeito

Não é fácil encontrar algo de mau para escrever sobre ‘Super Mario 3D World + Bowser’s Fury’. Mas vamos tentar.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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★★★★★

O tempo não passou por Super Mario 3D World. Foi lançado originalmente em Novembro de 2013, na mal-amada Wii U, mas parece ter sido feito e pensado de raiz para a Switch, onde acaba de ser reeditado. Pode ser jogado a solo ou com outros jogadores, localmente ou através da internet; pode ser passado com calma, em breves sessões de dez minutos ou um quarto de hora – o suficiente para despachar uns quantos níveis –, ou em maratonas de várias horas, por quem quer descobrir todos os seus segredos o mais depressa possível. Os gráficos, coloridos e simples, mas detalhados, parecem ter outro lustro no ecrã da consola híbrida e portátil da Nintendo.

E não é só superficialmente que mantém a actualidade. Apesar de as suas mecânicas e sistemas de jogo não serem inovadores. Apesar de não reinventar ou pelo menos alargar os horizontes do meio, como fizeram Super Mario 64 e Super Mario Galaxy. Apesar de a ideia de um jogo do “Super Mario em 3D que se joga como se fosse em 2D”, nas palavras do histórico designer Shigeru Miyamoto, ter sido testada pela primeira vez no Super Mario 3D Land de 2011. Apesar disto tudo, Super Mario 3D World é um exemplo de vitalidade invejável, e manteve a sua frescura durante oito anos porque é um poço sem fundo de imaginação e boas ideias. Há videojogos de 100 horas que não têm sequer metade da criatividade, nem foram feitos com o cuidado e carinho de apenas um dos seus níveis.

A história, obviamente, não interessa a ninguém. Houve umas fadas que foram raptadas e metidas em garrafas, o Mario e os seus compinchas Luigi, Peach e Toad têm de salvá-las. Mas isto é apenas uma desculpa para continuarmos a avançar pelo seu mundo, a saltar de plataforma em plataforma – é extraordinário o que a Nintendo consegue fazer há 35 anos com uma acção, um movimento tão simples como o salto – e a explorar níveis que são pequenos parques de diversões, que cruzam diferentes géneros e ideias cada vez mais absurdas sem nunca falharem o alvo da diversão. Até a dificuldade parece perfeitamente calibrada. À medida que avançamos pelo mapa, os saltos exigem uma maior perícia e os desafios tornam-se progressivamente mais exigentes, sem nunca serem frustrantes.

Mas Super Mario 3D World + Bowser’s Fury não é apenas um jogo magnífico. São dois. Apesar de o nome e os materiais promocionais terem pintado Bowser’s Fury como um extra ou um apêndice, é um jogo com méritos próprios – formalmente, é talvez o mais inovador da franquia desde Super Mario 64, e sem dúvida o mais estranho. Ao contrário de Super Mario 3D World, é um jogo de plataformas completamente em 3D; porém os movimentos e os poderes a que o protagonista tem acesso são aqueles a que tinha acesso em 2013, e o fato de gato que para muitos é sinónimo dessa aventura está de regresso e é fundamental. Nesse sentido, é quase uma sequela do título de 2013, mesmo que a história seja outra.

Só que também é uma continuação de Super Mario Odyssey (2017), uma das mais recentes obras-primas da Nintendo. Partilha com ele uma arquitectura expansiva e aberta, certos conceitos e princípios de design. Porém, enquanto o jogo de 2017 deixava Mario à solta numa série de pequenos mundos abertos, agora toda a acção se desenrola num único cenário que é possível explorar livremente. Também há uma maior verticalidade nos níveis e nota-se mais a influência de The Legend of Zelda: Breath of the Wild e outras aventuras num mundo aberto. Não faltam sequer as torres para escalar, tão características deste género de jogos. Estas inovações formais tornam-no diferente de qualquer Super Mario anterior, ao mesmo tempo que apontam novos e entusiasmantes caminhos para a série.

Bowser’s Fury passa-se num arquipélago composto por várias ilhas que o jogador pode explorar quando e como quiser, e é possível viajar entre elas a nado ou montado no dinossauro Plessie, que conhecemos em Super Mario 3D World. Nas maiores ilhas, há cinco desafios que é necessário superar para reunir outros tantos sóis felinos, contudo, nas mais pequenas, há apenas um ou outro. Estes desafios tanto podem passar por completar um percurso ou uma prova de obstáculos num determinado tempo, como por subir até uma plataforma ou reunir pequenos gatinhos com a sua mãe. Cada um pode fazer o que preferir com o seu tempo, desde vá reunindo os tais sóis felinos. 

Para progredir, é necessário enfrentar o histórico antagonista Bowser, agora do tamanho de um prédio e corrompido por uma substância negra que parece petróleo. De vez em quando, o sol põe-se e ele acorda furioso, a cuspir fogo. A única maneira de o fazer parar é esperar que se canse – o que deixa de ser uma opção a dada altura – ou encontrar um sol felino, cuja luz o força a retrair-se, temporariamente. Além disso, de vez em quando, é possível enfrentá-lo directamente. Depois de alguns confrontos e de recolhermos pelo menos 50 sóis felinos, rolam os créditos finais. Mas é possível continuar a jogar e a recolher mais 50 sóis. Na maior parte dos jogos, isto seria uma seca. Neste, é a desculpa perfeita para passarmos mais umas horas com o comando nas mãos e um sorriso nos lábios. Venham elas.

Disponível para Nintendo Switch.

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