Ao fim de quase 20 anos a manusear tesouras e secadores, Hugo Offerman aventurou-se num espaço próprio. Foi no Verão do ano passado que este profissional experiente abriu as portas do Ferragial, um sério candidato ao lugar de salão mais bonito de Lisboa. “Só vi três espaços e, quando entrei aqui, soube logo que tinha de ser este”, conta.
A descrição bate certo. O interior, em forma de túnel, assume paredes e tecto em estado bruto, mas não sem adocicar devidamente o ambiente com mobiliário cor-de-rosa, a cor favorita de Hugo, apontamentos verde menta e uma legião de plantas colocadas no centro do salão. Segunda-feira é dia de lhes tratar da saúde. Aliás, há profissionais especializados que vêm todas as semanas só para garantir que continuam frescas e viçosas.
“É como estar na minha casa, na verdade – há sempre flores frescas, plantas, velas e música. E o conceito é algo super calmo. Também por isso é que quis fugir àquelas cores típicas dos salões: o preto, o branco, o metalizado. Mesmo assim, é um espaço cheio de detalhes. As pessoas podem estar aqui uma hora, que estão sempre a descobrir coisas novas, é um jogo.”
Depois de uma sociedade de pouca dura, em Setembro, tornou-se o único proprietário do Ferragial. Mas não é por isso que trabalha sozinho. Nas cadeiras ao lado estão Miguel Leones, que responde pelo anglicismo pomposo de top creative stylist, e Ronny, o junior stylist de serviço. O trio não tem mãos a medir. Além de uma legião de clientes fiéis, aparecem estrangeiros sugestionados pelas imagens do espaço no Instagram. Sem que o género seja um critério, os preços começam nos 35€ (corte e coloração).
De volta à equipa, continua a haver espaço para mais um, mas não mais do que isso. “Podia pôr mais cadeiras, mas não. Se quiser crescer, abro outro.”