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Ghost of Tsushima
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'Ghost of Tsushima': Mongóis & Os Samurais

‘Ghost of Tsushima’ é o mais recente exclusivo da PlayStation 4. E uma boa surpresa.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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★★☆

Ghost of Tsushima é inesperadamente recompensador. É um jogo de aventura e acção (furtiva) num mundo aberto e, como em todos os títulos do género, há inúmeras actividades paralelas e objectos para coleccionar; no entanto, pela maneira como foi idealizado e feito, raramente se torna tão repetitivo ou entediante como muitos dos seus congéneres. À primeira vista, lembra um Assassin’s Creed, se bem que a forma como premeia a nossa curiosidade tem mais a ver com The Legend of Zelda: Breath of the Wild (2017).

Mais do que uma vez, a meio de uma missão, um camponês no meio da estrada ou uma estalagem sob ataque captam a nossa atenção. Sem darmos por isso, estamos a começar uma missão completamente nova. Os segredos que Tsushima esconde também vão sendo revelados assim, naturalmente. Noutros jogos do género passamos a maior parte do tempo com os olhos postos no mapa, ignorando o que está à nossa volta, mas neste não. O sistema de navegação é naturalista, com o vento a indicar que direcção devemos seguir, e pequenos animais a conduzirem-nos até objectos e pontos de interesse.

Tudo parece pensado para nos deixarmos perder nesta ilha, que foi sumptuosamente desenhada. Aliás, do ponto de vista técnico, tudo em Ghost of Tsushima é soberbo. O jogo é fluido e os tempos de carregamento quase inexistentes; o som é cinemático e envolvente; os gráficos são hiper-realistas e cheios de cor – a não ser que se esteja a jogar no modo Kurosawa, a preto e branco, piscando o olho aos filmes de samurais do realizador japonês. 

A história também acusa a influência do mestre Akira. Passa-se durante as invasões mongóis ao Japão, no século XIII, na ilha de Tsushima, mas não é baseada em acontecimentos nem personagens reais. O jogador controla Jin Sakai (Daisuke Tsuji), que depois de um primeiro embate com o exército mongol liderado por Khotun Khan (Patrick Gallagher) vê quase todos os samurais da ilha serem mortos e o seu território conquistado. Desmoralizado, percebe que tem de se afastar do código de honra pelo qual sempre se regeu e adoptar tácticas de guerrilha se quer ter uma hipótese de vencer os invasores.

Este conflito, entre o código de honra do samurai e a forma sub-reptícia como Jin é forçado a agir, começa por ser apenas interno. Contudo, à medida que o enredo se desenrola, coloca o protagonista em rota de colisão com o seu tio e figura paternal, Lord Shimura (Eric Steinberg), que é o regente da ilha e um dos poucos samurais que sobreviveram à primeira investida mongol. Os próprios combates podem ser abordados de uma maneira mais ou menos honrada, enfrentando os rivais de frente ou recorrendo a tácticas furtivas, porém isso não tem qualquer influência sobre a narrativa.

Aliás, a influência do jogador sobre a narrativa é quase nula – apesar de haver uma decisão importante para tomar no terceiro acto. Ainda assim, a experiência está longe de ser linear. A grande maioria das missões pode ser completada na ordem que cada um quiser e muitas delas são opcionais. E quase nunca há apenas uma maneira certa de fazer as coisas. Os combates são igualmente livres e multifacetados, com várias armas à nossa disposição e quatro posturas de ataque que é possível usar dependendo dos inimigos.

Feitas as contas, chegar ao fim da história principal demora cerca de 15 horas, mas isso é apenas o início. Ver e fazer tudo o que Tsushima tem para oferecer ocupa pelo menos 60 horas. E nunca se torna aborrecido.

Disponível para PlayStation 4.

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