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  1. "No ano em que decorre um século sobre a Revolução de Outubro (que, como se sabe, foi em Novembro, já que a Rússia se guiava ainda pelo calendário juliano, que tinha 13 dias de atraso) não têm faltado livros sobre a dita Revolução e a história da URSS", destaca José Carlos Fernandes. O último dos czares: Nicolau II e a Revolução Russa (Desassossego), em que Robert Service conta o que se passou entre as duas revoluções de 1917 – a de Fevereiro e a de Outubro – na óptica do czar, é um dos títulos apontados pelo crítico, merecendo quatro estrelas.

  2. "Poesia, memórias, ironia, manifesto, ultimatum à existência... um livro que é tudo isso e muito mais". Apanhe boleia da descrição de João Morales e arme-se de letras. Com Uma Faca nos Dentes é um caminho seguríssimo pela obra de António José Forte, numa edição Antígona. Para viajar até ao talentoso grupo do velho Café Gelo, não perca a edição de 30 de Agosto da Time Out.

  3. Ainda no capítulo não ficção, e para algo completamente diferente, faça o favor de dar uma oportunidade a um tema aparentemente pouco sexy. "Em Nós, os micróbios: Uma visão alargada da vida (Temas & Debates), Ed Yong revela-nos que não estamos sós: o nosso corpo e o nosso espírito são fortemente influenciados pelos microorganismos que vivem connosco – e em particular os inquilinos do nosso intestino." Palavras de José Carlos Fernandes, a mostrar como o saber nunca ocupa lugar, nem no espírito nem no corpo.

  4. "A par da Rússia comunista, a Alemanha nazi é um daqueles temas inesgotáveis a que os editores nacionais dão especial atenção", sublinha José Carlos Fernandes. À semelhança do separador Revolução Russa, a escolha não foi fácil neste particular. Uma referência especial para dois titulos: Gestapo: O mito e a realidade da polícia secreta de Hitler (Vogais), de Frank McDonough, "que se foca na actuação da Gestapo em relação aos cidadãos alemães e defende que, nesta vertente, a polícia foi menos brutal e mais legalista do que se pensa"; e ainda Depois de Hitler (Bizâncio). Aqui "Michael Jones relata os dias frenéticos e absurdos que decorreram entre o suicídio de Hitler, a 30 de Abril de 1945, e a assinatura da rendição alemã, a 8 de Maio", descreve o nosso crítico.

  5. O contigente nacional faz-se representar por nomes como Mário Henrique-Leiria. E em boa hora, já que "pouco se conhecia de um autor, afinal, tão profícuo como genial", reconhece Morales, que passou em revista as Obras Completas de Mário-Henrique Leiria, uma edição E-Primatur com organização de Tania Martuscelli.

  6. No território da ficção, José Carlos Fernandes enumerou cinco livros capazes de convencer os críticos mais poupadinhos em matéria de atribuição de estrelas. Diário de um zé-ninguém (Tinta-da-China), de G. & W. Grossmith, é uma dessas pérolas recomendáveis. "Finge ser um diário de um amanuense numa empresa financeira na Londres de finais do século XIX para revelar a irredimível mediocridade e tacanhez da vida das pessoas comuns". 

  7. A Banda Desenhada não é esquecida nesta lista. João Morales aconselha O Rei Macaco, obra com assinatura de Milo Manara (desenhos) e Silverio Pisu (argumento), com a chancela da Arte de Autor. "É um livro da década de 70 que nos traz um outro Manara — psicadélico, politizado, delirante...". Nada como folhear para fazer a prova dos nove. 

  8. Nota para mais um volume na categoria ficção a conquistar José Carlos Fernandes. "O desafiante e arrebatador Cartas de amor e de guerra (Ítaca), de Mikhail Shishkin, é aparentemente um romance epistolar, mas depois percebe-se que os dois amantes que se correspondem estão separados no tempo e no espaço e talvez nunca se tenham cruzado".

  9. Cinco estrelas. Nada mais nada menos que a nota arrancada por Pussy (Bertrand), de Howard Jacobson, a avaliar pela crítica de João Morales. E se procura sempre um toque de actualidade nas suas leituras, chegou ao sítio certo: uma América e um mundo em estado de permanente sobressalto. "O vencedor do Man Booker Prize de 2010 captou na perfeição a essência de Donald Trump".

  10. Não faltou tempo a João Morales para ler Fernando Assis Pacheco, pontualíssima experiência que só acrescenta anos de vida ao leitor. Tenho Cinco Minutos para Contar uma História é o título do livro que reúne as crónicas que o jornalista fez na rádio entre 1977 e 1978. "Se alguém sabia contar uma história, era o Assis. Textos escritos e lidos na rádio. Só falta a voz". 

Livros 2017: o melhor que lemos até agora

Faltam-lhe sugestões de leitura? Confira os títulos mais estrelados dos primeiros seis meses do ano, com o selo de garantia dos críticos da Time Out João Morales e José Carlos Fernandes

Escrito por
Maria Ramos Silva
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