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lisbon beer district
ManuelMansoBruno Carrilho, Susana Cascais e António Carriço: os vizinhos do Lisbon Beer District em Marvila

Marvila: o Lisbon Beer District

A Dois Corvos, a Lince e a Musa juntaram-se no Lisbon Beer District, em Marvila, para aproximar o povo da cerveja artesanal

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Miguel Branco
e
Luís Filipe Rodrigues
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O acaso é um dos melhores promotores de encontros. Foi por acaso que a Dois Corvos, a Lince e a Musa se instalaram a alguns metros de distância, em Marvila, entre a Rua do Açúcar, a Rua Capitão Leitão e a Rua José Domingos Barreiros. Aí começou a cheirar a cerveja no bairro. Aí começou a lógica relacional dos vizinhos, do "não me emprestas dois quilos de trigo?" Aí nasceu o Lisbon Beer District.

Desde 2016 que o chamado Lisbon Beer District é "um sítio onde o público pode vir conviver com as cervejeiras, provar boa cerveja e ter o contacto com esta indústria", nas palavras Susana Cascais, da Dois Corvos. Tanto a Dois Corvos como Lince e a Musa foram atraídas para esta zona pelos preços convidativos e pelos espaços amplos. Mas também "pelo ambiente cultural ou artístico que se vive em Marvila", acrescenta Bruno Carrilho, da Musa.

Susana Cascais concorda: "É um bairro onde as pessoas arregaçam as mangas e fazem coisas, faz todo o sentido estar aqui." Algo que podemos traduzir por "isto não é só para gente que gosta de cerveja, é para todos". É para os que não são de Marvila e que gostam de a visitar, como é para os que são de Marvila e gostam de ter gente e movimento no seu bairro.

Bruno Carrilho, da Musa, faz ainda questão de sublinhar que grande parte dos trabalhos de design, os pequenos objectos decorativos que têm no seu tap room, foram feitos por empresas de Marvila. De alguma maneira "isto é quase um retomar daquela tradição medieval onde as cidades estavam organizadas por profissão. A Rua do Ouro, a Rua da Prata, esta é a rua da cerveja", comenta António Carriço, da Lince.

Não é inédita, a nível mundial, esta ideia de confluência de afinidades cervejeiras e palatos. Mas em Portugal é uma raridade. E um processo orgânico, que será aquilo que as gentes que ali se deslocarem quiserem que seja. E mais que se juntem, se for essa a sua vontade. “Neste momento há uma certa coincidência geográfica, mas não definimos uma fronteira rígida, isto é, se aparecer uma cervejeira 50 metros fora do nosso quarteirão adere imediatamente”, avisa António.

Ao longo das estações, as cervejeiras do Lisbon Beer District juntam-se para fazer festas e cervejas em conjunto. No início do ano, cantam-se as janeiras no Ouro, Incenso e Birra e em Outubro costuma haver uma Oktoberfesta que envolve todo o bairro. E desde o início que há planos fazer algo "na Primavera", segundo Susana. "Há muitas oportunidades para convocar as pessoas até aqui e experimentar a cerveja de outra maneira”.

Recomendado: Os melhores sítios para beber cerveja artesanal em Lisboa

Quais são as cervejeiras deste bairro?

Dois Corvos

Dois Corvos

Comecemos pelo princípio, que é como quem diz pelos primeiros a instalarem-se em Marvila: a Dois Corvos. A cerveja começou a sair para a rua no Verão de 2015, e o tap room abriu as portas uns meses mais tarde, em Novembro. Hoje são uma das marcas artesanais mais bem distribuídas em Lisboa, com os principais rótulos à venda em lojas e supermercados, e algumas edições mais limitadas disponíveis nalguns bares e bottle shops. O melhor sítio para beber Dois Corvos, no entanto, é mesmo o tap room, em Marvila, onde se encontram algumas cervejas que não dá para beber em mais lado nenhum. 

Musa
Fotografia: Francisco Santos

Musa

A história da Musa é parecida. As primeiras três variedades de cerveja foram abertas pelo público no início de 2016, e desde então têm vindo a instalar-se em lojas, restaurantes e hipermercados, onde vendem quatro rótulos durante todo o ano. Além disso, há edições limitadas, em garrafa, à venda em bares e outros estabelecimentos especializados nestes licores de cevada. Inauguraram oficialmente o tap room, na Rua do Açúcar, em 2017. Com 12 torneiras e outras tantas cervejas diferentes, que são produzidas apenas uns metros ao lado. Algumas só se bebem ali. 

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Lince

E por fim chegamos à Lince. Os mais novos deste lote. Lançaram a primeira cerveja, uma belgian pale ale com um toque de laranja, no final de 2017, mas eventualmente introduziram mais garrafas: uma IPA de inspiração americana, uma stout para os apreciadores de cerveja preta e uma blonde ale que tem a particularidade de ser vendida em garrafas de mini. A fábrica fica na Rua do Açúcar, mas ao contrário dos vizinhos não tem um balcão para quem quiser experimentar as cervejas in situ. E também não é tão fácil encontrá-los fora do circuito dos bares de cerveja artesanal. 

Cerveja para todos

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