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Fotografia: Duarte Drago

O Bairro Metropolitan é temporário e vai tomar conta de Santa Apolónia

Arte, street food, música e teatro, este novo bairro da cidade tem de certeza. Fomos conhecer o pop-up que vai tomar conta de Lisboa

Escrito por
Francisca Dias Real
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Vai nascer em Lisboa um novo bairro. Mas não é daqueles cheios de tradição, nem dos outros cheios de Airbnb. O Bairro Metropolitan é temporário, feito de experiências que vão da música às artes plásticas, e ocupa o novo Terminal de Cruzeiros num formato pop-up, de quinta a domingo. E não tem de pagar um tostão para ser morador (efémero). O projecto, que depois seguirá para outras zonas do país, está nas mãos de Catarina Vasconcelos e Joana Ornelas, da produtora It’s Always Now.

“A ideia foi recriar uma cidade imaginada, mas que é tão palpável como aquela em que vivemos. Desenhámos o Bairro com contentores e mapeámos tudo com ruas, cada uma com ambiente diferente”, explica Catarina. “Temos uma vida de bairro com uma componente muito cénica e onírica, ligada ao universo circense, que leva as pessoas a viver experiências imersivas”.

Os contentores marítimos passam a ser palcos, lojas, galerias, restaurantes e tudo o que um bairro oferece aos vizinhos. “A ideia da utilização de contentores tem uma potencialidade associada à experiência e ao inesperado”, descreve Catarina. O Bairro Metropolitan é uma instalação que aparece e desaparece nas cidades – sendo que Lisboa é a primeira a acolhê- -la. “Desenhámos o Bairro para se adaptar a todos, a todas as idades, porque queremos ir ao encontro daquilo que já são as rotinas das pessoas normalmente”.

O evento não se fica pela boa vida – há uma vertente ligada à sustentabilidade e preservação do ambiente que a organização quer sublinhar. Numa parceria com a Liga para a Protecção da Natureza, o Bairro dedica uma das suas avenidas à consciencialização para a extinção do lince ibérico, através de uma instalação assinada pela artista Catarina Glam.

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Tudo o que não pode perder no Bairro Metropolitan

Avenidas

O ambiente imersivo do Metropolitan só é possível porque cada rua é uma experiência para os visitantes. A Pink Street é a primeira rua do bairro e, sem surpresa, tem o pavimento pintado de cor-derosa – “very atypical”. Seguindo as coordenadas certas chega à Metropolitan Avenue, onde está montado um mercado com nove lojas pop-up. Há ainda o Wine Garden, uma espécie de jardim vinícola com bar e pista de dança, mesmo junto ao Food Corner. E se nunca subiu ao terraço do Terminal de Cruzeiros, aproveite estes dias para apreciar as vistas e visitar a Metropolitan Art Street, dedicada às instalações artísticas. Na Barber Street é recriada uma barbearia de bairro para sair daqui de cara lavada.

Arte

Se há coisa que este bairro é, é artístico. A decoração das ruas é feita com peças de autor de artistas urbanos portugueses – caso de Maria Imaginário, Vanessa Teodoro, Catarina Glam e Rita Ravasco. Miss Suzie será responsável pelas diferentes performances protagonizadas nos espaços do Metropolitan, que combinam linguagem circense, teatro e dança. Um dos contentores vai funcionar como galeria, a Metropolitan Art, onde os visitantes além de deitarem o olho à arte, vão poder comprar e levá-la para casa.

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Lojas

ideia de um bairro pop-up surgiu precisamente das inúmeras lojas e feiras pop-up que vão aparecendo na cidade, mas desta vez elevadas a um outro nível. Portanto, se tropeçar numa loja no Metropolitan não aja com surpresa – há de roupa a mobiliário. Conte com as toalhas da Inspirações Portuguesas, os acessórios da Cem Nós, as malas da António, as jóias da Allis Jewellery, as botas da Walkest, o sportswear da Perff Studio ou as cadeiras da Fermob.

Comida

Não passe ao lado dos contentores que guardam o que lhe enche a barriga. A experiência no Bairro passa também pela street food, com comida dos quatro cantos do mundo. Atire-se aos tártaros saudáveis da Nutri Lovers, aos pastéis da Fábrica da Nata, às especialidades tailandesas da Dee Thai Food Truck, às Ostras Sobre Rodas, às tripas de Aveiro da Tripa On Wheels ou aos petiscos vegan da Veggie Lovers Food Truck.

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Música

E se Lisboa fervilha no panorama musical, este Bairro também está pronto a receber ao longo de quatro dias um cartaz de concertos que vão do jazz ao techno. Além da playlist e dos momentos de performance dos habitantes do Metropolitan, o primeiro dia deste pop-up é marcado pela actuação de Ricardo Toscano Trio (22.30). Sexta-feira é a vez de Janeiro (22.30) e no sábado será Tiago Nacarato (22.30) a actuar. O Blues & Swing Trio têm o seu momento de fama todos os dias ao final da tarde, e as noites de quinta, sexta e sábado estão entregues à produtora Fuse Records, que leva na bagagem os DJs Nox, The Slum Vagabunds, Ramboiage, Analodjica e Gilvaia. Todos os dias, às 21.55, haverá um momento especial e uma mensagem que os habitantes do bairro vão gritar aos altifalantes.

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Uma loja que é café, um cabeleireiro que é bar, um cowork que é galeria – podíamos continuar a enumerar. Estes espaços são mais do que uma coisa, portanto é fácil de perceber que aqui nada é só aquilo que parece. E não, isto não é nenhuma adivinha para o confundir. Há cada vez mais lugares na cidade que não se contentam em ser apenas uma coisa, espaços que se desdobram em mais do que uma vocação. 

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