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Ilha do Corvo - Caldeirão
©DRCaldeirão, Ilha do Corvo, Açores

Os melhores destinos para 2017

De breves escapadinhas a aventuras de uma vida, damos-lhe os 13 melhores destinos para 2017

Escrito por
Editores da Time Out Lisboa
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Oiça um bom conselho e esqueça todos os outros que lhe costumamos dar: vire costas a esta cidade. Só por um tempo, mais que não seja para poder regressar. Reunimos os 13 melhores destinos para 2017, cruzando os lugares que estão a marcar as tendências de viagem e outros que nos marcaram a nós. De São Miguel ao Palau, falamos de onde já fomos e de onde gostaríamos mesmo de ir. Embarque nesta lista, vá por nós e vá dar uma volta, sabendo que no regresso estará a embarcar rumo a um destino incrível: Lisboa, novamente em todas as listas dos lugares de visita obrigatória.

Recomendado: os melhores hotéis de Lisboa

Os melhores destinos 2017

Açores – São Miguel, kit para peritos instantâneos
©Carlos Duarte

Açores – São Miguel, kit para peritos instantâneos

Tudo o que precisa de saber para aproveitar ao máximo um fim-de-semana comprido em São Miguel.

10 coisas que tem mesmo de fazer

1. Ir ao Mercado da Graça e ao Rei dos Queijos, no coração de Ponta Delgada, comprar os melhores produtos da ilha.

2. Descer até à Piscina Natural da Caloura para mergulhar numa das paisagens mais bonitas do arquipélago (do país?).

3. Fazer um desvio até à Lagoinha e provar a melhor imperial que já bebeu na vida.

4. Fugir dos turistas e descer até à lagoa do Congro.

5. Provar todas as águas das Furnas – e terminar o dia na Poça da Dona Beija (fecha às 23.00).

6. Ver a Lagoa do Fogo e participar na discussão de qual das lagoas é afinal a mais bonita.

7. Ir a pé até à Boca do Inferno e daí ter a melhor vista para a Lagoa das Sete Cidades – e assim evitar a foto clássica da Vista do Rei.

8. Ficar de molho nas Piscinas Naturais da Ferraria, onde uma fonte de água termal a 40º permite um banho de mar quente.

9. Visitar a fábrica de chá da Gorreana e ver as máquinas que ali estão desde 1883.

10. Seguir o trilho do Sanguinho e passar por cascatas e aldeias abandonadas.

Onde comer

Em São Miguel há bom bife, bom cozido à portuguesa e bom peixe. Mas se o que quer é o melhor bife, cozido e peixe tem de ir a estes sítios.

O Alcides, no centro de Ponta Delgada, serve um belíssimo “bife à Alcides” mas a Associação Agrícola de São Miguel compete taco a taco. Prove os dois e depois diga-nos.

O cozido tem de ser das Furnas. Se está bem de finanças vá ao Hotel Terra Nostra provar; se quer comer onde as pessoas das Furnas comem vá ao Parque de Campismo das Furnas.

Apetece-lhe um peixinho? Os chicharros fritos do Mané Cigano, em Ponta Delgada, são uma instituição, mas se o quer grelhado vá ao Bar Caloura Esplanada, na Caloura. Experimente também o molho de peixe do Cantinho do Cais, na Ribeira Grande.

Onde ficar

Um sítio na praia: o Santa Bárbara Resort fica mesmo em cima do maior areal da ilha e do melhor sítio em São Miguel para fazer surf. Mas também tem piscina. A partir de 280€. 

Um sítio na cidade: O The Nook Hostel fica no centro de Ponta Delgada e é uma solução económica para quem quer montar o quartel general da sua exploração insular. A partir de 18€, cama em quarto partilhado. A partir de 18€, cama em quarto partilhado.

Um sítio no campo: o Pico do Refúgio, na costa norte de São Miguel, já inspirou vários artistas que aqui ficaram em residência. Você pode ser o próximo. A partir de 118€.

Um sítio de sonho: a Casa dos Barcos, nas Furnas, mesmo em cima da lagoa, é um dos sítios mais bonitos e misteriosos do arquipélago. A partir de 300€ por noite, 6 pessoas.
Douro – o Vale Encantado
©DR

Douro – o Vale Encantado

Dentro de poucos anos estará igual a Lisboa no Verão de 2016: apinhado de turistas. Seja dos primeiros a contar como era.

10 coisas que tem mesmo de fazer

1. Visitar a adega e fazer um piquenique nas vinhas da Quinta do Seixo, da Sandeman (e saber de uma vez por todas a história do Don).

2. Fazer uma prova de vinhos na varanda da Quinta do Bonfim, da família Symington, com uma vista espectacular.

3. Subir a um destes três miradouros (ou a todos): São Salvador do Mundo, São Domingos e Casal de Loivos.

4. Visitar as pinturas rupestres do Parque Arqueológico do Vale do Côa.

5. Provar os incríveis enchidos do talho Qualifer, no Pinhão – avisamos já que é para ir com tempo e com fome.

6. Tomar banho na Cascata de Fisgas do Ermelo, uma das maiores quedas de água da Europa.

7. Passear de barco com a Douro à Vela, em barcos com skipper, para grupos entre duas e 10 pessoas.

8. Percorrer a N222 entre o Peso da Régua e o Pinhão – sempre com o rio a correr ao lado.

9. Alugar uma prancha de paddle (na empresa Feel Douro), perder o medo e meter-se na água.

10. Comer as míticas cavacas de Resende na Adega Cepa Velha.

Onde Comer

O Castas e Pratos dá tanta importância à comida quanto ao vinho. A uma garrafeira com centenas de referências, junta pratos portugueses com apresentação bonitinha e uma série de petiscos de elevada qualidade. Imperdível.

Meta a localidade de São Leonardo da Galafura no GPS e uma vez lá, procure pelo A Repentina. Uma meca do cabrito assado em forno de lenha (por encomenda), que também serve um óptimo bacalhau assado.

Aquela que foi a primeira morada em nome próprio do recém-estrelado Rui Paula, o DOC continua a ser um bom sítio para comer porco bísaro e carne maronesa trabalhados ao nível da alta cozinha.

Onde Ficar

Um sítio luxuoso: o Six Senses Douro Valley é uma antiga casa transformada num incrível hotel, com um não menos incrível spa e uma cozinha aberta da qual não apetece sair, agora com a consultoria de Ljubomir Stanisic. A partir de 270€.
 
Um sítio sossegado: a Casa do Rio, no Douro Superior, de arquitectura moderna, toda em madeira, sustentada apenas em dois pilares de pedra, está isolada no meio de uma encosta, virada para o rio e rodeada de vinhas e outras árvores. A partir de 190€.

Um sítio novo: a funcionar desde o Verão, a Quinta de São Bernardo é uma pequena guest house com sete quartos, uma piscina virada para o rio, uma adega para provas, um restaurante e cinema ao ar livre. Até tem um bonito bulldog inglês. A partir de 130€.
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Essaouira – Marrocos
©DR

Essaouira – Marrocos

Os marroquinos jamais permitirão que a verdade estrague uma boa história. Daí que o mito sobreviva até hoje, enquanto realidade e ficção se confundem num castelo de areia.
Os habitantes garantem que em 1969 Jimi Hendrix passou por aqui, tal como uma legião de estrelas sedentas do exotismo da terra dos camelos, onde se incluem os Rolling Stones, Bob Marley, Maria Callas ou Paul Simon. Cruzar-se-á até com vários anciãos que lhe dirão que o guitarrista, imortalizado num mural, pernoitou em suas casas (também há quem diga que “Castles Made of Sand” saiu daqui, mas a verdade é que foi lançada dois anos antes da suposta visita). Findo este aparte, “a bem desenhada”, significado do nome desta vila na costa sudoeste de Marrocos, vale por si só.
É um oásis para o kitesurf, para comer peixe e marisco frescos, para fotografar as velhas muralhas, as mesmas que em 1952 surgem no filme Otelo, de Orson Welles, aqui rodado, para estourar a garganta a regatear com os comerciantes da terra e para conhecer algumas das mais entusiasmantes propostas da world music no Festival Gnaoua, que decorre em Junho/Julho.
O hype apoderou-se da cidade fortificada, hoje tão célebre pela sua medina como pelos boutique hotels, pelos ateliês de talentosos e jovens designers, e grupos de surfistas fixados em Sidi Kaouki. Instale-se num eco lodge como o Baoussala e livre-se de regressar sem a devida dose de óleo de árgão, um dos elixires da juventude dos nossos dias.

Dinheiro a voar: faça um dois em um e voe para Marraquexe, por cerca de 200€. Menos de três horas de autocarro separam-no de Essaouira.

Assim que aterrar: procure os vestígios portugueses na vila (são imensos).

Hashtag: #vento. A zona portuária, colorida por embarcações, não defraudará os seus seguidores nas redes sociais. Foque bem as gaivotas.

Já que aqui está: Essaouira situa-se a 124 quilómetros a sudoeste de Safim, 350 a sudoeste de Casablanca, 175 a norte de Agadir e 180 a oeste de Marraquexe. Conclusão: o carro é uma das melhores e mais aventureiras formas de se movimentar no país e conhecer outros destinos igualmente recomendáveis.
Formentera – Ibiza
©DR

Formentera – Ibiza

Para quê ir às Caraíbas quando temos Formentera aqui tão perto? A mais pequena das ilhas Baleares é o paraíso de hippies e famosos como Cristiano Ronaldo, que ali costuma atracar o iate todos os anos.
Quer isto dizer que os preços estão bastante inflacionados, principalmente em época alta. A ilha só é acessível de barco, e por Ibiza – se quiser ainda pode passar uns dias nas muitas discotecas (como a famosa Pacha) antes de ir descansar. Em Formentera não há grande coisa para fazer, além de praia, claro. Há poucos carros e assim que lá chegar o melhor é alugar uma bicicleta ou uma vespa – estas últimas são uma praga na ilha, com parques de estacionamento cheios à beira-mar. Mas isso não interessa nada: concentre-se na cor da água, do mais cristalino que se pode encontrar. A temperatura também é um grande atractivo, com o mar a chegar aos 27 graus no Verão.
Há dois faróis na ilha: o mais conhecido é o Farol de La Mola, onde se filmaram muitas cenas do filme espanhol Lucía Y El Sexo, de 2001, com Paz Vega.
Formentera é muito procurada no Verão por turistas vindos de Itália e são também italianos que exploram grande parte dos hotéis, restaurantes e cafés. Um dos rituais da ilha é ver o pôr-do-sol no chiringuito de praia Pirata Bus, uma carrinha transformada num popular bar, com bons mojitos.

Dinheiro a Voar: com 150€ e marcação com antecedência consegue lá chegar. A low-cost Vueling têm voos directos a partir de Junho, de Lisboa para Ibiza. Depois é apanhar o barco para Formentera, a rondar os 15€.

Assim que aterrar: alugue uma bicicleta. É uma boa maneira de fazer exercício e evitar filas para os parques de estacionamento das praias.

Hashtag: #sesilletes. A Praia de Ses Illetes está na lista do TripAdvisor à frente de praias nas Seychelles. Na maré vazia consegue chegar a S’Espalmador, uma ilha em frente onde se pode cobrir de argila.
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Malta
©DR

Malta

Malta surpreendeu toda a gente depois de entrar na lista da National Geographic dos melhores destinos para 2017. Antes disso já se tinha tornado popular entre os fãs da série Game of Thrones, à procura dos lugares da sexta temporada, praticamente toda filmada ali. Na capital, Valeta, Património Mundial da UNESCO, vai reconhecer o Fort Ricasoli, um forte do século XVII, que não só aparece na série como também nos filme Tróia e Gladiador. O melhor é inscrever-se num dos muitos passeios turísticos. Experimente o Malta Films Tours, que cobra 59€ por pessoa, e vai levá-lo aos lugares essenciais da série.
Uma boa maneira de conhecer o arquipélago é de barco. Embarque numa dghajsa, uma espécie de gôndola/aquatáxi, com quase 200 anos.
A melhor altura para visitar Malta é entre Maio e Junho e no fim de Setembro e Outubro, com boas temperaturas (em Julho e Agosto o calor torna-a insuportável) e menos confusão.
Um dos eventos muitos populares no Verão é o Isle of MTV, um festival gratuito organizado pela MTV desde 2007, que costuma juntar 50 mil pessoas e que trouxe o ano passado nomes como Steve Aoki (que volta a tocar este ano), Whiz Kalifa e Clean Bandit. Aponte a data: 27 de Junho.

Dinheiro a voar: os voos começam nos 140€.

Assim que aterrar: espreite a Gruta Azul, só acessível de barco. O ideal é fazer o passeio a meio da manhã, quando o sol entra na gruta.

Hashtag: #gameofthrones. Se é fã da série vai estar sempre a recordar-se de algum episódio. Tire uma foto no Fort Ricasoli.

Já que aqui está: se não ficou convencido com Malta e não é fã de Game of Thrones, não se vai desiludir na Sicília. Praias, boa comida, bom vinho, agroturismo, vistas espectaculares, ruínas para visitar e vários eventos culturais ao longo do ano fazem com que seja sempre um dos destinos em qualquer lista de viagens que se preze. Esta não seria excepção.
Kotor – Montenegro
©DR

Kotor – Montenegro

Se nos Balcãs a Croácia tem sido o destino mais popular, Montenegro começa a chamar a atenção dos guias de viagens. No Sul do Adriático, é menos explorado que a Croácia e tem praias igualmente boas, como em Budva, a capital do turismo. As praias são paradisíacas, com água transparente, mas conte com muitas rochas – sim, não espere deitar as costas confortavelmente na areia e opte por alugar uma cadeira de praia.
Se já apanhou sol suficiente, explore Kotor, um nome que vai começar a ouvir cada vez mais. A cidade conhecida pelos fiordes em pleno Mediterrâneo, é Património da Humanidade da UNESCO e tem conhecido um boom de turismo nos últimos tempos.
Prepare-se para um cenário medieval, com muralhas e muitos – demasiados – degraus. Se tiver fôlego para subir 1500 degraus (é verdade, não estamos a exagerar nas contas), vai conseguir tirar a foto com a melhor vista.
Uma boa maneira de explorar a baía de Kotor é de caiaque, com várias empresas a organizarem passeios por aquelas bandas. A catedral, o castelo e o Museu Marítimo são outras atracções populares entre quem visita. Para conhecer a fundo o país, e de uma maneira mais económica que a de alugar carro, compre um passe global de inter-rail (170€) e além das viagens internas pode visitar os países vizinhos (há uma boa ligação férrea com a Sérvia).
O comboio é o melhor meio de transporte para chegar à capital Podgorica e ao Durmitor National Park, um parque natural ideal para quem gosta de caminhadas, e uma boa alternativa aos parques naturais da Croácia, invadidos por milhares turistas nos meses mais quentes.

Dinheiro a voar: há voos para Podgorica a rondar os 300€, nenhum deles directo. O melhor é fazer escala em Viena e apanhar a ligação da Austrian Airlines.

Assim que aterrar: não perca tempo e rume a Kotor, a cidade a visitar em 2017, mais emblemática que a capital Podgorica.

Hashtag: #fiordesnomediterraneo. É verdade, eles existem e estão em Kotor, onde conseguirá as melhores fotos. Se preferir ver de praias paradisíacas, rume a Budva.

Já que aqui está: outro destino a ter em conta em 2017 nos Balcãs é a Macedónia. Menos turístico que a Croácia, que a Sérvia e até que Montenegro, tem vindo a ganhar popularidade graças a Ocrida, cidade no sudoeste do país que é Património Mundial da UNESCO. O lago com o mesmo nome, na fronteira com a Albânia, é o mais profundo dos Balcãs.
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Aarhus – Dinamarca
©Henri Juul Jensen

Aarhus – Dinamarca

Os fiéis da estética minimalista sentirão um aconchego no seu coração, à semelhança do efeito despertado um pouco por todos os centros cosmopolitas do país da Pequena Sereia. Num simples supermercado, meras fileiras de pacotes de leite testemunham o impacto do design escandinavo no quotidiano, um apuro extensível a algo tão visualmente poluente como outodoors de campanhas. Mas vamos a Aarhus, onde no pico do Verão, pode dizer que vai sair à noite de dia. O Sol nasce por volta das 4.30 e não se deita antes das 22.00. Contas feitas, são 17 horas de luz, e uma iluminada decisão se comprar um bilhete de avião.
Em 2017, a segunda maior cidade dinamarquesa divide as honras de Capital Europeia da Cultura com a cipriota Pafos e acumula ainda a distinção de Região Europeia da Gastronomia. Depois do guia Lonely Planet a ter posicionado no segundo melhor destino a visitar no ano passado, volta a estar nas bocas do mundo. E quando falamos de bocas sabemos do que estamos a falar. Cafés trendy, cozinha de autor, espaços estrelados pela Michelin, ou simples sanduíches que de banais não têm nada, como as do restaurante Kähler Spisesalon, provam que os olhos também comem, e que os estômagos serão bem tratados.
Neste destino fundado pelos Vikings, antigo e novo entrelaçam-se em permanência. A catedral do século XII e a ARoS, a mais antiga galeria pública do país, encontram-se com modernos edifícios como o Iceberg ou a biblioteca junto ao rio. Na segunda semana de Junho apanha o festival Northside, que este ano inclui Radiohead à cabeça. Se preferir um festival gastronómico e cultural, opte por Agosto, palco do Aarhus Festuge, com mais de mil eventos. Percorra a alternativa Rua Vestergade, com as suas galerias e lojas de artigos vintage. O design é rei e senhor, a Cross Eyes vende alguns dos óculos mais hipster, a 1+1 Textil é uma perdição para a casa, na Lynfabrikken descobre uma espécie de Lx Factory local e no Sota delicia-se com um dos sushi bars melhor cotados.

Dinheiro a voar: por 320€ voa via Tap para Aarhus, com uma escala em Copenhaga. De resto, leve a carteira recheada. Aqui só é rei quem está cheio de coroas.

Assim que aterrar: alugue uma bicicleta e beba uma cerveja artesanal, como a popular Mikkeller. Tudo com moderação. A dez minutos escondem-se algumas das melhores praias.

Hashtag: #TankyouDenmark. A Tank, em Meljgade, é uma loja, café e montra online. Fotografe as ilustrações de artistas emergentes. O seu Instragram vai agradecer-lhe de certeza.

Já que aqui está: aproveite e dê um pulo à vizinhança. Entre a Finlândia e a Noruega, countryside é a palavra de ordem para os próximos meses. Inspire-se num Pinterest dedicado ao tema.
Astana – Cazaquistão
©DR

Astana – Cazaquistão

Se há precursor do Uber, é o país de Borat. Na capital do Cazaquistão, é frequente pedir boleia a quem passa, e acertar um valor para essa viagem. Quanto a tudo o resto, bem lhe poderá parecer saído de outra dimensão. Deus quis, o presidente sonhou e o território que faz fronteira com a Rússia, China, Uzbequistão, Turcomenistão e Quirguistão, viu nascer Astana, a mais jovem capital do mundo, construída desde 1997.
A visão de um homem, Nursultan Nazarbayev, líder de um país com menos de 20 milhões de habitantes, materializa-se num destino que alguns designam como “mini-Dubai”, com um toque de ocultismo. Erguido no meio de estepes, na aridez do vazio, é um centro urbano feito de edifícios extravagantes, com formas inusitadas, e onde a funcionalidade parece ser o menos relevante. Pela sua saúde, não visite esta meca dos centros comerciais no Inverno, quando as temperaturas podem atingir os 40 graus negativos. O Verão, quando raramente se excedem os 30, é a hipótese mais consensual. Ainda por cima, em Junho, Astana recebe a Expo Internacional Astana 2017.
O plano da cidade foi desenhado pelo arquitecto japonês Kisho Kurokawa. Já Norman Foster deixou a sua marca em boa parte dos projectos. Mais omnipresentes, só os cavalos, usados para decorar, montar e comer. Espreite o Satti para uma boa refeição típica e o pátio da mesquita Nur Astana. Rezam os viajantes que aqui se vendem os melhores pães do Cazaquistão. Meta-se na fila.

Dinheiro a voar: por pouco mais de 500€ alcança Astana. O problema é a duração da viagem e as escalas – algumas duram dois dias. Pode aproveitar para ficar uma noite em Moscovo.

Assim que aterrar: consulte o glossário online www.17-minuteworld-languages.com/pt/cazaque/. Por aqui só falam russo e cazaque. Velho truque: leve a morada do hotel escrita num papel.

Hashtag: #KhanShatyr. É atrás deste edifício impactante que se dá um pôr-do-sol de encher o olho, garantia de fotos únicas.
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Québec – Canadá
©François Gameche

Québec – Canadá

Em 1979, Billy Joel lançava a canção “Miami 2017”, sobre um tipo que se raspa de uma Nova Iorque apocalíptica e procura refúgio em Miami, neste preciso ano. Aqui chegados, e dado o cenário político, nem o estado éden dos pensionistas yankees parece ser suficiente. Fôssemos nós o artista e a música seria “Québec 2017”, num Canadá que é considerado, há uns meses largos, um destino relativamente seguro, seja para passar uns dias ou assentar arraiais definitivamente. E este ano não faltam motivos extra para visitar o país de Leonard Cohen e Justin Bieber (note bem o nosso espírito ecuménico). A cidade do Québec é a mais antiga do país, com uma fauna que se entende predominantemente em francês, mas afável quanto baste para comunicar consigo em inglês. Está no top de sugestões da Lonely Planet, no ano em que se celebram os 150 anos da confederação canadiana, em que o dólar canadiano está fracote e em que o popular presidente Justin Trudeau continua a fazer suspirar muito eleitor.
O renovado e luxuoso Château Frontenac é um bom exemplo do encontro entre o velho e o novo mundo nesta cidade. Os arredores são de cortar a respiração em matéria de belezas naturais e a velha cidadela fortificada é património da UNESCO. Esticar as pernas no Plains Abraham, um parque com mais do dobro do tamanho do Central Park, é obrigatório. Mesmo que não seja fã de compras, serpenteie pelo bairro Petit-Champlain, uma zona comercial antiga, e cace antiguidades em Saint Paul. A mercearia J.A. Moisan Epicier é outra antiguidade da América do Norte que tem de conhecer e merece que lhe dedique tanto tempo como ao Marché du Vieux-Port, um mundo de iguarias indoors. Dê uma chance à poutine, misto de batatas fritas, queijo e molho de carne.

Dinheiro a voar: voos Lisboa-Québec dificilmente por menos de 700€, com direito a uma ou duas escalas (em Frankfurt e Montréal, por exemplo).

Assim que aterrar: apanhe o ferry para Lévis e atravesse o rio St Lawrence. Daqui alcança a melhor vista para a cidade do Québec.

Hashtag: #16ruedupetitchamplain. Uma foto à porta da antiga casa do explorador canadiano Louis Jolliet, o homem que descobriu o rio Mississippi.
Montevideu – Uruguai
©DR

Montevideu – Uruguai

O Uruguai e a sua capital, Montevideu, têm vindo a ganhar popularidade nos últimos anos. Em 2014, a cadeia portuguesa de hotéis Pestana comprou um antigo jockey clube no centro da cidade e transformou o hall num restaurante de luxo. Este ano, está prevista a conclusão do projecto de um hotel no mesmo edifício de vários andares. O país, um dos mais pequenos da América Latina, é conhecido pelas suas leis progressistas: a marijuana foi legalizada e é vendida comercialmente, imagine-se.
Outro dos populares destinos no Uruguai é Punta del Este, uma espécie de Ibiza da América do Sul, a atrair famosos como Shakira ou Ricky Martin. Colónia do Sacramento, a antiga colónia portuguesa, também é um dos sítios mais recomendados e a valer uma visita – nem que seja antes de apanhar o barco para Buenos Aires, a poucas horas de distância. Nas listas de destinos mais remotos, Cabo Polónio, no Norte do país, conhecido por muitos como o fim do mundo, é um dos mais citados. Terra de pescadores, e só acessível por jipe, a pequena povoação não tem electricidade e é um dos lugares preferidos dos leões marinhos para acasalar. Mas desengane-se quem vai à procura de água quente. Já Punta del Diablo, quase na fronteira com o Brasil, é um bom destino para surfistas e para quem quer relaxar.

Dinheiro a voar: os voos rondam os 1000€ e a melhor opção é fazer escala em São Paulo ou em Buenos Aires. Não há voos directos de Lisboa.

Assim que aterrar: coma carne. Diz-se que há quatro vacas por pessoa no país e é dos melhores sítios do mundo para comer um bom bife.

Hashtag: #losdedos. A conhecida escultura de uma mão enterrada na Praia Brava, em Punta del Este, é uma das imagens de marca do Uruguai. Foi feita em 1982, pelo chileno Mario Irrazábal.
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Oahu – Havai
©DR

Oahu – Havai

É com um bafo quente, o termo “Aloha” (que significa olá e adeus) por todo o lado e o cheiro de plumérias com terra húmida que a ilha recebe os seus visitantes. O arquipélago é o centro populacional mais remoto à face da Terra e isso faz com que mais tarde ou mais cedo, quase todos sejam atacados por um surto de island fever (uma sensação de claustrofobia inexplicável e o desejo profundo de atravessar fronteiras a conduzir). Mas isso passa rápido e curas tropicais não faltam. Tanto é que, todos os anos, cada vez mais turistas voam para o North Shore de Oahu, em Dezembro, para assistirem ao desfecho do circuito mundial de surf, que em  vai contar com a presença de mais um português, Frederico Morais, após a reforma de Tiago Pires.
Neste lado da ilha, a uma hora de carro de Honolulu, apenas há um hotel, o Turtle Bay Resort (com diárias entre os 300 e 400€), e o resto de camas disponíveis para alojar toda esta malta encontra-se em casas e quartos para alugar. Procure nos sites craigslist.com, vrbo.com ou no inevitável airbnb.com. E, dada a escassa oferta, trate disto com antecedência. Cozinhar em casa é uma opção para quem quer poupar mas se o plano é esse evite chegar sequer perto do supermercado Foodland. Vá às compras ao Costco ou ao Tamura’s. Também em conta são os food-trucks a meio da Kamehameha Highway, a estrada principal que liga os dois eixos de animação noturna: Haleiwa, onde se concentram meia dúzia de restaurantes-bar, e a única discoteca da zona, no Turtle Bay Resort.

Dinheiro a voar: a viagem até Oahu dura umas 27 horas. Com tempo, encontra bilhetes entre 800 e 1000€ – bem mais em conta que muitos voos directos de ida e volta entre Lisboa e Rio de Janeiro.

Assim que aterrar: arranque para o North Shore, seja de carro alugado ou de autocarro. De táxi é pouco provável; a maioria dos motoristas recusa-se a fazer este trajecto, não lhes compensa.

Hashtag: #johnjohnflorenceworldchamp. Tire uma fotografia com o actual campeão mundial de surf, que mora perto da famosa praia de Pipeline, onde rebenta uma das ondas mais perigosas do planeta. Vai ser fácil esbarrar com ele por lá.

Protocolo: descalce os sapatos sempre que entra em casa de alguém, a não ser que lhe digam expressamente que não é preciso. Se for convidado para um jantar às 19h00 hawaiian time, significa que não é para ser pontual, antes pelo contrário.
Palau
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Palau

“Alii”. Comece a treinar o idioma porque é assim que se diz “olá” no Palau. Talvez nunca tenha ouvido falar deste país na Micronésia, mas garantimos-lhe que vai querer lá estar em 2017 – e talvez nos anos que se seguirem. Com o mar das Filipinas a oeste e a Indonésia e a Papua-Nova Guiné a sul, o Palau é o segredo de muitos mergulhadores que ali passam temporadas debaixo de água – tem uma reserva natural marinha maior que a Califórnia. É um dos melhores sítios do planeta para mergulhar, daí que muitas agências de viagem ofereçam pacotes com aulas incluídas (por exemplo a Palau Dive Adventures, com alojamento e mergulho a partir de 1700€ por pessoa). Claro que esta aventura não lhe vai sair barata, até porque tem de rumar ao outro lado do mundo. Valerá cada tostão. O destino é recomendado pelos principais sites de viagens e é ideal para qualquer altura do ano. Se gosta de snorkeling chegou ao paraíso: há 1300 espécies de peixes e perto de 700 tipos de coral.

Dinheiro a voar: chegar é o mais difícil. Prepare-se para muitas escalas e para gastar perto de 1000€.

Assim que aterrar: o Palau Pacific Resort, com quatro bungalows mesmo em cima da água, é o melhor sítio para ficar. Reserve com antecedência.

Hashtag #underwaterlove. Arranje uma capa à prova de água porque as melhores fotos não vão ser tiradas à superfície.
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Jeonju – Coreia do Sul
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Jeonju – Coreia do Sul

Aos fins de semana, o berço da dinastia Jonseon é uma paragem de eleição dos sul-coreanos, que desembocam num dos mais populares destinos gastronómicos. E o assunto é tão sério que nem vale a pena passar o resto deste texto a sugerir-lhe passeios com outro propósito que não o da satisfação das suas papilas gustativas. É por isso que lhe vamos falar do kalguksu, uma sopa de noodles enriquecida com galinha; do tradicional hotteok, uma espécie de pão; de sugestões modernas como baguetes com porco picante; de dumplings; de uma variedade de chás; das famosas bibimbap, as tijelas de arroz com vegetais, chili e ovo, apresentadas em diferentes formas. Já para não falar dos bares de makgeolli, o vinho de arroz servido em tigelas, sendo que por cada bule pedido, oferecem uma rodada de comida, ou do moju, um licor local adocicado com canela.
O centro histórico é um cenário composto por hanok, as clássicas habitações das classes mais elevadas, muitas delas convertidas em guesthouses, onde pode e deve passar as noites, restaurantes e lojas de artesãos, onde encontra peças como o hanji, o icónico papel feito de polpa de amora. Vê? Não há forma de sair destes condimentos. Tudo o que precisa de saber mais é que deve apostar na Primavera para alcançar este destino de ruas estreias e pinturas murais, como a da Jaman Art Village. Todos os anos, conte também com o Jeonju Film Festival. Sim, deixámos de falar de comida, só para ver se estava atento.

Dinheiro a voar: por 400€ consegue um voo para Seul. Aí chegado, separam-no 200 quilómetros de Jeonju. Apanhe um expresso na estação central de Seul.

Assim que aterrar: perca-se no colorido Nambu Market, onde se encontram as melhores mezinhas para a ressaca.

Hashtag: #rooftop. Não há imagem mais icónica do que as dos telhados das casas.
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