Dez paragens obrigatórias na Avenida Sabóia

Viola micaelense, cavaquinho, bandolim português, harmónio, castanholas, adufes... Podíamos ficar aqui a debitar um rol de instrumentos portugueses que, quase de certeza, encontramos no Museu da Música Portuguesa – Casa Verdades Faria. Reúne os espólios de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça, além do acervo do maestro Álvaro Cassuto, numa casa projectada por Raul Lino. E tem um bonito jardim, de entrada gratuita.

A Cura abriu em Fevereiro de 2018 numa pequena loja no Monte-Estoril, mas desde o começo que se mostrou bem recheada de bonitas marcas minimalistas, tanto para homens como mulheres. Lá encontra artigos da Komono, Barbour, Novesta, Hoff, Dreamcatchers, Otherwise e Mystica. A responsável pelo bom gosto é a proprietária Mafalda Amaral.

Com um nome que vai directo ao assunto – aqui vendem-se croissants, muitos croissants –, esta loja abriu em Setembro de 2020 na Avenida Sabóia, uma das artérias de comércio que os locais mais gostam de frequentar. “Foi desenhado para ser um negócio a ser franchisado e já temos uma loja nova em Campo de Ourique”, conta David Goldrajch, o dono. A massa e os recheios, doces e salgados, são todos feitos na casa.

O Villa Sabóia é um sonho antigo do actor Lourenço Ortigão que um dia resolveu abrir um restaurante e criar um canal sobre culinária no YouTube. É um "sushi & gin bar" com dois pisos, três salas e capacidade para 60 pessoas. No rés-do-chão, são servidas refeições mais leves e há também serviço de take-away. O piso de cima é mais sofisticado e tem uma "cozinha mediterrânica" com vários de pratos de peixe e carne. A carta é assinada pelo chef Fernando Semedo.

A Queijaria do Monte tem mais de 60 tipos de queijo à venda, a grande maioria vinda do estrangeiro. À porta, o cheiro não engana: aqui o queijo é realmente o centro de tudo, mesmo que lá dentro existam prateleiras com vinho, azeite ou tostas – no fundo, tudo o que acompanha bem com queijo. O destaque, porém, está nas duas vitrines repletas de queijos de todos os tamanhos, cores e formas, separadas por uma mesa onde se pesam, cortam e provam alguns destes produtos. Todos os queijos vendidos a peso e cortados ali podem ser provados (os que já estão embalados, não). Mas também pode deixar-se ficar a comer numa das mesinhas postas na rua: uma tábua de queijos à medida, enchidos e vinho para acompanhar.

É uma típica papelaria-tabacaria, actualmente quase em vias de extinção. Vende, tal como o nome indica, cigarros, jornais, revistas, cadernos, agendas, canetas e lápis, mas lá também encontra brinquedos para crianças, livros infantis e para adultos, e toda uma variedade de artigos que podem servir de presente de aniversário perante um convite de última hora. É ainda possível tomar café e acompanhá-lo com as famosas bolachas de manteiga da pastelaria Gregório, em Sintra.

Mais do que um bar, o Ray’s Bar funciona quase como um clube dos moradores do Monte-Estoril. É um pub à moda antiga, com um ambiente exótico, que serve de ponto de encontro tanto a portugueses, como a estrangeiros residentes ou de passagem. O ambiente sem pretensões e animado agrada a pessoas das mais variadas idades. Além das bebidas, servem ainda refeições ligeiras. 

Não fica bem na Avenida Sabóia, mas respeita com uma enorme margem a regra dos cem metros de MEC, por isso a batota aqui é relativa. Quer isto dizer que a Alegria Vadia, bar e restaurante de tapas, fica no Passeio Dr. José Dias Valente, uma rua com poucos metros e cujos extremos vão dar à Avenida Sabóia. Uma vez por lá, numa das laterais do Jardim dos Passarinhos, não se deixe enganar pela pequena e discreta porta. Lá dentro há boa comida, um serviço simpático, um ambiente intimista mas descontraído, e a promessa de uma experiência autêntica. Quanto à ementa, não faltam influências estrangeiras, à semelhança do bairro onde se insere, por isso conte com pratos como tártaro de atum, risoto de cogumelos ou pernil de porco. 

Reabriu há uns meses com uma boa oferta de produtos portugueses e, sempre que possível, biológicos e de produtores locais. Lá dentro encontra, por exemplo, vários tipos de Peter Pão (3,60€-4,80€), artesanal e cozido em forno a lenha, uma considerável variedade de queijos e enchidos, medronho (37€-53,60€) e vinho do Porto (10,60€-135€) ou da Ilha do Pico (52,80€), cervejas artesanais, como a Estoril Vida ou a Perfect Peaks (ambas a 2,95€), frutas e legumes, além dos produtos habituais em qualquer mercearia de bairro.

A rematar a Avenida Sabóia, no Jardim Carlos Anjos (mais conhecido por Jardim dos Passarinhos), este café com esplanada é, há decadas, o grande motor da vida social do talvez mais bonito bairro do concelho de Cascais. Agora renovado, o quiosque tem opções para todas as horas do dia. Servem brunches, pokes, bruschettas, tábuas de queijos e enchidos, sumos, vinhos, sangrias e cocktails.