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Arthur C. Clarke

Arthur C. Clarke no cinema e na televisão

100 anos depois de nascer e quase 10 depois de morrer, Arthur C. Clarke é um dos mais influentes escritores de ficção científica. Não apenas por causa de '2001: Uma Odisseia no Espaço'.

Escrito por
Rui Monteiro
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Um dos Três Grandes, com Isaac Isamov e Robert A. Heinlein, autor de Rendez-vous with Rama, Imperial Earth, The Fountains of Paradise, ou dos contos reunidos em The Sentinel, Arthur C. Clarke teve azar quando adaptado a cinema ou televisão. Felizmente Stanley Kubrick salvou a honra. E o resto, apesar de tudo, bem podia ser mais visto. 

Eis o melhor do autor de ficção científica no cinema e na televisão. 

Memória: Arthur C. Clarke aos 100 anos

Captain Video and His Video Rangers (1949–1955)

A história das adaptações cinematográficas e televisivas – ou melhor, da escassez, pois ninguém põe em causa a grandiosidade da obra– de contos e romances de Arthur C. Clarke é um mistério. Sem resposta, ou talvez com resposta na sua própria obra nada dada a facilidades ou pirotecnia (os direitos de Rendez-vous with Rama – grande influência de Alien –, por exemplo, foram comprados há mais de 20 anos, Morgan Freeman mostrou-se muito interessado em participar, o realizador David Fincher trabalhou numa adaptação…)

Seja como for, ao princípio foi a televisão, em formato infanto-juvenil, como um dos argumentistas dos episódios de 30 minutos de Captain Video and His Video Rangers, onde o Guardião da Segurança do Mundo, o propriamente dito Capitão Vídeo, com o seu assistente, Ranger, e o seu exército de Vídeo Rangers salvava a humanidade quase diariamente.

2001: Uma Odisseia no Espaço (1968)

A incursão televisiva da década de 1950 concluída e uma obra literária em construção e cada vez mais apreciada e popular, deixaram, à parte meia dúzia de episódios para outras tantas séries, um ou outro documentário e programa de divulgação científica, o audiovisual em pousio. Até que Stanley Kubrick, um realizador então ainda a fazer nome, desafiou o escritor para um projecto comum. Na origem estava o conto The Sentinel. Porém, largas trocas de ideias depois, no argumento (e no romance escrito em simultâneo) desse conto sobrava nada e 2001: Uma Odisseia no Espaço nascia como uma obra não só profundamente original, um olhar crítico sobre a evolução, mas também uma espécie de premonição (pois, estou a pensar no artificialmente inteligente computador HAL 9000) rodeada de um grande interrogação, quer sobre a origem, quer sobre o futuro da humanidade. Tudo por causa de um monólito enterrado na Lua.

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2010 – O Ano do Contacto (1984)

Má ideia, apesar de algumas virtudes do filme, foi Peter Hyams adaptar a sequela literária 2001, 2010: Odyssey Two, de 1982 (que está longe de ser a nata da escrita do autor). No filme, com Roy Scheider, John Lithgow e Helen Mirren, uma missão americano-soviética é despachada para Júpiter para ver como foi parar à órbita daquele planeta o monólito que antes estava na Lua da Terra. No processo, é preciso apurar factos, ou pelo menos reunir mais pistas sobre o desaparecimento da U.S.S. Discovery, dos seus astronautas e, principalmente, do paradeiro de HAL 9000, visto como uma espécie de caixa negra capaz de revelar todos os segredos.

Trapped in Space (1995)

Passou mais uma década antes de alguma obra significativa de Arthur C. Clarke ser adaptada visualmente. Agora como filme para televisão, a sorte calhou ao conto Breaking Strain. Arthur Allan Seidelman, com argumento de John Vincent Curtis e interpretação de Jack Wagner, Jack Coleman e Craig Wasson, foi o responsável pela direcção desta história em que o acidental choque com um meteorito a caminho de Vénus faz uma nave perder carradas de oxigénio. O que sobra só garante a sobrevivência de três dos cinco tripulantes. Claro que o que era um ambiente de camaradagem começa a tornar-se tenso quando se aproxima o momento de tomar decisões que, evidentemente, vão implicar a morte de alguém.

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Childhood's End (2015)

Com esta minissérie norte-americana conclui-se (com o anúncio de Rendez-vous with Rama ainda pendurado sabe-se lá até quando) a carreira cinematográfica-televisiva de Arthur C. Clarke.

Adaptada do romance publicado em 1953 (o qual, no início dos anos de 1960, teve os direitos cinematográficos adquiridos e, desde então, andou de argumentista para produtor, de produtor para realizador e outra vez para argumentista…), foi como uma série de três episódios de duas horas – The Overlords, The Deceivers, The Children –, que o canal Syfy emitiu há mais de uma década Childhood's End.

A série documenta a invasão pacífica da Terra por uma raça de extraterrestres, os Overlords, e a gradual aceitação da sua presença pelos terrestres, embora nunca os vejam fisicamente e deles saibam através de sinais e de emissários. Mas nem tudo é tão simples como parece nesta ficção dirigida por Nick Hurran, com produção de Akiva Goldsman e Mike DeLuca, com Charles Dance, Mike Vogel, Colm Meaney e Charlotte Nicdao.

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