★★★☆☆
Se tivesse sido feita há 30 ou 40 anos, Barbarians (Netflix) seria não uma produção para streaming e televisão, mas uma longa-metragem. Só que o filme histórico de aventuras está quase extinto e o formato mudou de meio. Esta série alemã segue um modelo clássico: pega num acontecimento histórico e embrulha-o num enredo com personagens e situações verdadeiras e ficcionais. Barbarians recorda a Batalha de Teutoburgo, travada na floresta do mesmo nome no ano IX d.C., e em que três legiões romanas foram massacradas por várias tribos germânicas.
A história centra-se na figura real de Armínio, um germânico tirado aos pais e à tribo ainda criança e romanizado, e nos seus dois grandes amigos de infância (inventados), que se reencontram para derrotar os opressores romanos. Uma das boas ideias da produção foi pôr os romanos a falar latim e os germânicos alemão. A recriação da época é aceitável, as personagens familiares e o enredo reconhecível mas absorvente, com um agradável travo aos filmes históricos romanescos de antanho. A batalha final decepciona, envolvendo umas magras centenas de participantes, longe das mais de 100 mil que a travaram, e filmada numa câmara lenta irritante de tão solene. Se fosse um exame de História, Barbarians tinha um bom menos, mas à justa.