
‘Ai a Minha Vida’ é um deserto de humor
É mais fácil Nossa Senhora voltar a aparecer em Fátima do que ‘Ai a Minha Vida’ provocar uma gargalhada.
★☆☆☆☆
Aqui há uns anos, a RTP passou uma série de comédia, Santos da Casa, gravada ao vivo em vários teatros do país. Nicolau Breyner interpretava o patriarca de uma família cujos membros se metiam em confusões várias e que tinha uma empregada africana, e a seguir uma ucraniana. Foram os brasileiros que conceberam este formato e o baptizaram “teatro besteirol”. Um dos seus maiores, mais populares e duradouros exemplos é Sai de Baixo, repetido regularmente no canal Globo. Ai a Minha Vida (TVI, Sáb 19.25) vai na senda de Santos da Casa no estilo “besteirol” à portuguesa.
Mas onde esta conseguia, embora intermitentemente, ter alguma graça, Ai a Minha Vida não dá uma para a caixa do riso, pese embora os esforços do seu respeitável elenco, liderado por Carlos Cunha, que faz um recém-reformado rodeado de familiares chupistas, pirosos ou apalermados, mais uma empregada russa (Patrícia Tavares com um sotaque capaz de lançar um míssil de um silo em Omsk). As personagens são gatafunhos de caricaturas, os actores mexem-se e falam ainda com mais exagero do que se estivessem num quadro de revista do Parque Mayer, e é mais fácil Nossa Senhora voltar a aparecer em Fátima do que aqueles textos provocarem uma gargalhada. Ver um prego enferrujar tem mais graça que Ai a Minha Vida.

Mais que ver
As melhores séries da Apple TV+
A Apple TV+ é um serviço de streaming jovem (nasceu no final de 2019) e de catálogo limitado, mas ao contrário do que possa parecer isso não é uma desvantagem. Em época de abundância, os espectadores encontram aqui um porto seguro, que tenta ter uma oferta mais apostada na qualidade do que na quantidade. O foco são as produções originais, que a pouco e pouco vão tornando o serviço incontornável para quem gosta de boa televisão. Há de tudo, das séries de grande orçamento (destaque para The Morning Show) às sitcoms surpreendentes (olá, Ted Lasso), da ficção científica (ponto extra por Fundação, adaptação dos livros Isaac Asimov) às séries documentais de fôlego (1971: The Year That Music Changed Everything é uma pérola para melómanos). Feitas as contas, há 20 séries da Apple TV+ que tem de ver. Ei-las.
As 30 melhores séries na Netflix
Entre conteúdos originais de grande qualidade e outros que foram aproveitados (ou mesmo ressuscitados), a Netflix está, continuamente, a trazer-nos apostas dignas de binge watching. Títulos como Gambito de Dama, Ozark, Stranger Things ou The Crown mostram bem aquilo em que a plataforma trabalha, e outros como Breaking Bad e Arrested Development são óptimos exemplos de como levar audiência ao seu moinho (o streaming) por meios comprovados. A apontar-lhe alguma coisa, será a oscilação de conteúdos: estamos sempre na vertigem de ver a nossa série favorita desaparecer do catálogo. Por isso, não perca tempo: prepare-se para uma maratona e siga estas sugestões das melhores séries para ver na Netflix.
As melhores séries para ver na Filmin
O serviço de streaming e video on demand espanhol chegou a Portugal em 2016, quase uma década após ter nascido, munido de cinema independente e grandes clássicos da sétima arte. Mas aqui falamos de séries, num catálogo que resgata produções britânicas incontornáveis como The Office, Blackadder ou The Young Ones e que mais recentemente inclui produções originais Filmin, como é o caso da série Autodefesa. E Portugal não foge à lista, com Mundo Catita e Aleixo Psi a chegarem à lista da plataforma de nuestros hermanos. E são muitos os tesouros que os verdadeiros cinéfilos aqui podem encontrar.