A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
call me by your name
©Stefano Dall'Asta

'Chama-me Pelo Teu Nome': Michael Stuhlbarg é o pai do ano

Michael Stuhlbarg interpreta o melhor pai do ano de 1983 em 'Chama-me Pelo Teu Nome'. Entrevistámos o actor

Joshua Rothkopf
Escrito por
Joshua Rothkopf
Publicidade

Bem falante e um pouco admirado, Michael Stuhlbarg ainda não acredita na sorte que teve. “Quando os irmãos Coen me puseram no filme deles, a minha vida deu uma grande volta, porque praticamente tudo o que tinha feito até então era teatro”, assume o actor de 49 anos. Refere-se à sua experiência em Um Homem Sério, a obra-prima comicamente negra em que o actor, no papel de Larry Gopnik, um patriarca do Minnesota, deu por si no olho de um furacão de ruína pessoal e profissional. Desde então, Stuhlbarg aceitou lidar com problemas semelhantes na versão televisiva de Fargo, fez-se a Cate Blanchett em Blue Jasmine, de Woody Allen, e interpretou um extraterrestre respondão em Homens de Negro 3.

Mas há uma sensação de simetria no último papelão de Stuhlbarg, que dá corpo ao pai silenciosamente atento de um adolescente muito inteligente, Elio (Timothée Chalamet), em Chama-me Pelo Teu Nome, de Luca Guadagnino. Um romance homossexual de uma euforia generosa, torrado pelo sol da Itália de 1983 e inspirado num livro de André Aciman. “Não foi uma decisão consciente da minha parte”, insiste o actor, quando se lhe pergunta se gosta de fazer de pai. “O professor Perlman tem as suas paixões, os seus interesses, os seus desejos, a sua história, e é apenas um espectador da história do filho, num dos Verões mais importantes da vida de Elio.”

O filme foi uma das revelações deste ano, no Festival de Sundance, onde levou os espectadores às lágrimas, e tem dado que falar a caminho dos Óscares. É mais um triunfo para Guadagnino, um cineasta refrescante e adulto, que assinou thrillers sensuais como Eu Sou o Amor ou Mergulho Profundo, com Tilda Swinton.

Chama-me Pelo Teu Nome decorre numa mansão rústica, um espaço de refeições ao ar livre, cortinas ondulando na brisa  e apetites segretos desencadeados pela chegada de Oliver (Armie Hammer), um académico que gosta de calções bem curtos.

“Ele enfeitiça-nos.” É isto que Stuhlbarg tem a dizer sobre o personagem de Hammer, um tipo sedutor e charmoso. “E qualquer pai que gosta dos seus filhos quer que eles aproveitem a vida ao máximo.” O monólogo climático de Stuhlbarg (o tipo de coisa que costuma dar direito a um Óscar) é um dos pontos altos da temporada cinematográfica. “Ele está a dizer ao filho: a vida é especial e é a ti que te pertence, e a tua vai ser diferente da dos outros. Acho que ele está pura e simplesmente feliz por o filho ter sentido algo profundo, independentemente de por quem. Adoro isso.”

Conversa filmada

  • Filmes

Intérprete de filmes como Fargo, Zodiac ou O Fundador, e de séries como American Horror Story, John Carroll Lynch é um dos mais conhecidos actores de composição americanos. E coube-lhe trabalhar com Harry Dean Stanton no seu primeiro filme atrás das câmaras, o derradeiro do seu grande e falecido colega.

Publicidade
Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade