A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
824.fi.top50fx.49savingprivateryan.jpg
O Resgate do Soldado Ryan

Cinemateca: Uma história do som

Entre a roufenha timidez da estreia e a cristalina complexidade actual, o som no cinema percorreu um longo caminho onde tecnologia e estética muitas vezes se uniram. É essa história que se conta nas cinco etapas do novo ciclo da Cinemateca.

Escrito por
Rui Monteiro
Publicidade

O investigador Jean-Pierre Verscheure regressa a Lisboa para falar de som. Ou melhor: para mostrar, em cinco palestras ilustradas, a evolução artística e tecnológica do trabalho sonoro desde a sua adopção pelo cinema até aos sistemas digitais que, hoje, enviam o espectador para o centro da acção, passando pelo som Dolby e a estereofonia.

Recomendado: Cinema alternativo em Lisboa esta semana

Cinemateca: Uma história do som

O Cantor de Jazz

Quando as primeiras imagens do filme de Alan Crosland chegarem ao ecrã já os participantes estão na segunda parte desta sessão. A primeira, como acontecerá em todas as outras deste ciclo, será preenchida pela “lição” de Jean-Pierre Verscheure, ilustrada por excertos de películas e concluída, após um pequeno intervalo, com um exemplo. O qual, neste primeiro dia, é inevitavelmente O Cantor de Jazz.

Criado a partir de um conto de Samson Raphaelson, The Day of Atonement, O Cantor de Jazz (1927) é a primeira longa-metragem exibida com uma banda musical síncrona, nos momentos cantados e, mais, diálogos síncronos em algumas sequências, tudo, que então era muito, graças à “magia” do sistema Vitaphone desenvolvido pelos estúdios Warner Bros. O protagonista é Al Jolson, vedeta dos palcos da Broadway, e o enredo o conflito de um jovem judeu que ambiciona ser cantor de jazz, assim contrariando as expectativas familiares que desejam vê-lo como cantor de sinagoga.

Segunda, 9, 21.30.

Marius

Este filme de Marcel Pagnol, realizado em 1931, com a colaboração de Alexander Korda, é o primeiro da Trilogia de Marselha, que inclui ainda Fanny e César. Mas o que realmente interessa é a película assinalar o caminho para a importante evolução que foi a estereofonia.

A obra em si é um exemplo de cinema teatral e artificioso, ao mesmo tempo popular e regionalista, onde se apresentam as histórias e personagens a desenvolver ao longo da trilogia, centradas na taberna de César (Raimu, à frente de um elenco com Pierre Fresnay e Orane Demazis), em Marselha. Na altura disse-se que o filme tinha “pouco cinema”. O tempo, porém, fez-lhe justiça.

Terça, 10, 21.30.

Publicidade

O Homem que Sabia Demais

Com esta obra-prima de suspense e humor, estreada em 1956, apresenta-se, neste ciclo, a etapa mais avançada dos sistemas sonoros em som óptico que antecederam a revolução do som Dolby.

Versão americana da película que Alfred Hitchcock realizara anos antes em Inglaterra com o mesmo título, O Homem que Sabia Demais, com James Stewart, Doris Day, Daniel Gélin, Brenda de Banzie e Christopher Olsen, é a história de um pacato casal de americanos, de férias em Marrocos, que se vê envolvido numa confusão alimentada por espiões e intriga política com o propósito de assassinar o primeiro-ministro de um país não identificado (mas evidentemente comunista), durante uma visita oficial a Londres.

Quarta, 11, 21.30.

Minha Linda Lady

Em 1964, os sistemas magnéticos de alta-fidelidade eram praticamente o padrão da exibição cinematográfica, criando um ambiente sonoro hoje só possível de reproduzir graças ao som Dolby, que, nesta altura, estava quase ao virar da esquina.

George Cukor, com Audrey Hepburn, Rex Harrison, Wilfrid Hyde White, Stanley Holloway, Gladys Cooper e Jeremy Brett no elenco, bem se aproveitou da evolução do som cinematográfico na sua adaptação de um espectáculo que foi um dos maiores sucessos da Broadway e, já agora, o seu maior êxito comercial, premiado com os Óscares de Melhor Filme, Melhor Realização e Melhor Actor para Harrison. O ponto de partida é a peça do escritor e dramaturgo irlandês Bernard Shaw, Pigmalião, e a tentativa de transformar uma vendedora de rua numa senhora preparada para conviver com a alta sociedade.  

Quinta, 12, 21.00.

Publicidade

O Resgate do Soldado Ryan

A tecnologia digital já tinha chegado ao cinema, mas ainda não era o que é quando Steven Spielberg conseguiu cinco Óscares, entre eles o de realização, que tanto lhe fugia, com a sua visão deste episódio da II Guerra Mundial estreado em 1998.

Com Tom Hanks, Matt Damon, Tom Sizemore, Edward Burns, Barry Pepper, Adam Goldberg e Vin Diesel entre o elenco desta superprodução onde o som tem um papel fundamental no desenvolvimento da narrativa, o filme acompanha um grupo de soldados, acabados de desembarcar na Normandia (o que proporciona uma boa meia-hora de antologia para o cinema de guerra), a quem é entregue a missão de resgatar da frente de combate um soldado que perdera todos os seus irmãos em combate e que o comando norte-americano queria devolver à família numa acção de pura propaganda.

Sexta, 13, 21.00.

Mais cinema na cidade

  • Filmes

A década dos sonhos mais floridos, extravagantes e idealistas, também teve o seu lado violento. Bem comprovado pelo desfecho que Manson e a sua "família" haviam de trazer, em 1969. O cinema atravessou uma das suas épocas mais curiosas e experimentalistas em que parecia valer tudo, desde que fosse contra a corrente dominante. E os melhores filmes dos anos 60 foram contra a dita.

  • Filmes

Na década de 1970 o olhar de Hollywood mudou. E o sistema dos estúdios foi substituído por um cinema mais estético e politicamente atrevido, por um lado, enquanto, por outro, começava a era dos blockbusters e o triunfo do cinema de entretenimento e efeitos especiais. Estes são alguns dos melhores títulos.

Publicidade
  • Filmes

Na bilheteira, os anos 80 foram a década de Steven Spielberg e George Lucas. O cinema de grande espectáculo, sem vergonha de efeitos especiais, afirmou-se logo no início da nova era de Hollywood. Nem sempre para pior. Mas como não há acção sem reacção, ao lado ou noutras paragens, singrava uma outra maneira de entender a sétima arte A lista que se segue oferece bom cinema, independentemente da profundidade artística, e garante umas boas horas de ficção.

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade