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David Beckham in Bend it Like Beckham
© Ben RoweBend it Like Beckham

Filmes sobre futebol: quando o cinema joga à bola

Há muitos anos que as bolas de futebol rolam no grande ecrã. Estes são dez dos melhores filmes sobre futebol

Escrito por
Eurico de Barros
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Há muitos anos que as bolas de futebol rolam no grande ecrã e inspiram cinema do bom. Nestes filmes, que vão da década de 40 a um passado muito recente e atravessam continentes, não só se joga à bola, como o futebol pode servir de pretexto para se falar de coisas mais sérias. De Bola ao Centro, de João Moreira, a Ruth, de António Pinhão Botelho, passando por Zidane – Um Retrato do Século XXI, de Douglas Gordon e Philippe Parreno estes são dez filmes de futebol que vale a pena ver.

Filmes sobre futebol

‘Bola ao Centro’, de João Moreira (1947)

Apesar dos portugueses serem fanáticos de futebol, o nosso cinema nunca lhe prestou muita atenção. Este Bola ao Centro, que apresenta a particularidade de ter diálogos de Alves Redol, é uma das excepções. José Amaro (Maria Papoila, A Aldeia da Roupa Branca) interpreta Zé António, um operário metalúrgico com talento para jogar à bola e que deixa tudo para se tornar num ídolo do futebol, acabando por se deixar ofuscar e corromper pela fama fácil, pelo dinheiro, pelas noitadas e pelas más companhias.

‘Adolescentes’, de Bill Forsyth (1980)

Uma deliciosa comédia romântica juvenil assinada pelo escocês Bill Forsyth (Local Hero), onde o futebol joga a favor e contra o herói, o jovem Gregory (John Gordon Sinclair). A favor, porque Dorothy (Dee Hepburn) a rapariga de que gosta, também gosta de bola como ele e sabe dar uns bons toques. Contra, porque sucede que Dorothy é muito melhor jogadora do que ele, o que deixa Gregory sem jeito perante os amigos e companheiros de equipa, e a depender dos conselhos da sua desembaraçada irmã mais nova.

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‘Fuga Para a Vitória’, de John Huston (1981)

Não é, nem de perto nem de longe, o melhor filme de John Huston, mas Fuga Para a Vitória é divertido de uma forma descaradamente absurda. Nem que seja para ver Sylvester Stallone jogar à baliza. Durante a II Guerra Mundial, um grupo de prisioneiros de guerra aliados defronta a selecção alemã em Paris, enquanto a Resistência francesa e um punhado de oficiais ingleses planeiam uma fuga em massa do campo de concentração. Entre as lendas do futebol que podemos ver aqui em acção contam-se Pelé, Ardilles, Bobby Moore ou Deyna.

‘Fintar o Destino’, de Fernando Vendrell (1998)

Rodado entre Portugal e Cabo Verde, Fintar o Destino, primeira longa-metragem de Fernando Vendrell, é outro dos raros filmes portugueses que tem uma história relacionada com futebol. Mané (Carlos Germano) chegou aos 50 anos e apesar de ter sido aos olhos de todos o melhor guarda-redes de Cabo Verde, nunca conseguiu realizar os seus sonhos de juventude e ir jogar para Portugal no Benfica, o seu clube de eleição. E revê-se, em jovem, em Kalu, um miúdo que treina, talentoso mas rebelde.

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‘Joga Como Beckham’, de Gurinder Chadha (2002)

Duas raparigas, ambas com 18 anos, Jesminder (Parminder Nagra) e Juliette (Keira Knightley), têm uma paixão pelo futebol. Só que os seus estritos pais de Jesminder não a deixam jogar à bola por ser mulher. Juliette vê-a jogar num parque com amigos, e convida-a para a equipa de raparigas de que faz parte. Empolgada, Jesminder mente ao treinador, dizendo-lhe que os pais não se importam que ela jogue. Será que vai conseguir seguir o seu sonho, ou terá que se resignar à tradição e ser uma boa dona de casa e mãe?

‘Offside – Fora de Jogo’, de Jafar Panahi (2006)

O realizador iraniano Jafar Panahi baseou esta fita num episódio passado com a filha, que tentou ir ver um jogo de futebol em Teerão e foi proibida de entrar no estádio. Em Offside – Fora de Jogo, um punhado de raparigas disfarçam-se de rapazes para desafiarem a interdição oficial de irem sozinhas a recintos desportivos, e verem um jogo de qualificação para o Mundial da selecção iraniana. Panahi serve-se o futebol para expor a situação das mulheres no Irão, onde o filme foi proibido de se estrear.

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‘Zidane – Um Retrato do Século XXI’, de Douglas Gordon e Philippe Parreno (2006)

Inspirando-se num documentário experimental de 1971 sobre George Best, Fussball wie noch nie, do alemão Hellmuth Costard, a dupla Douglas Gordon e Philippe Parreno usou 17 câmaras sincronizadas, para seguir, em tempo real, a movimentação de Zinedine Zidane em campo, durante uma partida entre o Real Madrid e o Villarreal, disputada em Abril de 2005 em Madrid. Um documentário que faz para cinema o oposto da televisão, onde se pretende mostrar um jogo na sua globalidade e com todos os pormenores.

‘Linha de Passe’, de Walter Salles e Daniela Thomas (2008)

Uma mulher que vive numa favela de São Paulo, Cleuza (Sandra Corveloni), tem quatro filhos de pais diferentes, e está à espera de um quinto. Um dos rapazes, Dario (Vinícius de Oliveira), sempre quis ser jogador de futebol e tem talento, mas já está numa idade em que é cada vez mais difícil ter uma oportunidade de jogar num clube em que dê nas vistas. Walter Salles e Daniella Thomas mostram em Linha de Passe como o futebol no Brasil representa uma oportunidade de fuga à pobreza e a uma vida sem futuro.

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'À Procura de Eric', de Ken Loach (2009)

O futebol e a alienação social andam de mãos dadas nesta longa-metragem do britânico Ken Loach. O argumento de Paul Laverty centra-se na personagem de Eric Bishop (Steve Evets), um adepto de futebol a viver uma crise existencial, que depois de roubar e fumar a erva do seu enteado começa a alucinar que vê outro Eric, Cantona, o lendário avançado francês que alinhou pelo Manchester United nos anos 90. O jogador, que também é creditado como produtor executivo, interpreta-se a si mesmo no filme.

'Ruth', de António Pinhão Botelho (2018)

A história da rocambolesca e anedótica vinda de Eusébio, 
de Moçambique para o Benfica, às escondidas do Sporting, em Dezembro de 1960, sob o nome de Ruth (o da filha de um benfiquista de Lourenço Marques), contada por António Pinhão Botelho sobre argumento da sua mãe, a jornalista Leonor Pinhão. É um filme lhano, desembaraçado e correcto sobre Eusébio 
(Ivan Regalla) antes de ser o Pantera Negra, e sobre um Portugal autoritário mas em que o futebol e a clubite eram mais inocentes que hoje, e não tinham sido estragados pelas televisões, pelo dinheiro e pelos dirigentes.

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