Margot Robbie sobe a parada em Eu, Tonya. A actriz de 27 anos interpreta e faz-nos empatizar com Tonya Harding, a patinadora caída em desgraça que ficará para sempre associada ao ataque a Nancy Kerrigan, a sua colega na equipa olímpica de patinagem artística, a quem partiram uma perna.
Greta Gerwig co-realizou um filme indie que pouca gente viu há dez anos. Mas Lady Bird, o seu primeiro filme a solo, está a dar que falar. Uma comédia dramática que decorre na sua cidade-natal, protagonizada por Saoirse Ronan, no papel de uma adolescente de 17 anos. E, ao vivo, Greta Gerwig é tão divertida e considerada como no filme.
O Lady Bird não parece nada um primeiro filme.
Esse é o melhor elogio que me podes fazer. Sempre soube que um dia queria realizar, por isso passei os últimos dez anos a aprender sobre cinema através de diferentes ângulos: desde escrever a produzir, a trabalhar como actriz ou captar o som. Ao início estava nervosa, mas já tinha uma ideia de como era fazer um filme. Umas pessoas vão para um curso de cinema; eu aprendi de outra maneira.
Esta história é de alguma forma autobiográfica?
Passa-se em Sacramento, que foi onde eu cresci. Por isso o filme diz-me qualquer coisa, apesar de não ser propriamente autobiográfico. Quis escrever uma carta de amor ao sítio onde cresci, e achei que a melhor maneira de o fazer era pelos olhos de alguém que quer sair de lá e mais tarde percebe o que aquele sítio tinha de bom.
Gostavas de ter interpretado a personagem principal, se fosses mais nova?
Não. A Saoirse Ronan é tão transparente emocionalmente – só de olhares para a cara dela consegues perceber o que está a pensar. Nem todos os actores são assim. Além disso, ela é muito vivaz e espontânea. Não consigo imaginar outra pessoa naquele papel.
O resto do elenco também é incrível.
É extraordinário. O Tracy Letts, a Laurie Metcalf, a Lois Smith e o Stephen McKinley Henderson – quatro dos grandes do teatro americano. Precisava de bons actores para interpretarem personagens complexos e multidimensionais.
Houve alguma realizadora que contribuiu para quereres fazer filmes quando eras mais nova?
Eu não tinha ouvido falar numa única mulher realizadora antes de entrar na universidade, porque esses filmes não chegavam até mim. Depois, quando estava a estudar, vi um filme de que gostei e nem percebi que era de uma mulher até ler os créditos finais: o Beau Travail, da Claire Denis. Foi aí que percebi que as mulheres também podiam fazer filmes.