Rachel Weisz
©Niko Tavernise/Prime VideoRachel Weisz, em 'Dead Ringers'
©Niko Tavernise/Prime Video

Irmãs gémeas na sala de partos

‘Dead Ringers’ (Amazon Prime Video) “reimagina” o filme de David Cronenberg, mas fica a perder em praticamente todos os aspectos.

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★★☆☆☆

No seu filme de 1988 Irmãos Inseparáveis, basta a David Cronenberg mostrar os instrumentos de ginecologia criados pela personagem de Jeremy Irons, para operar o que ele diz serem “mulheres mutantes”, para enviar um arrepio de gelo picado pela espinha acima dos espectadores. Na série Dead Ringers (Amazon Prime Video), que “reimagina” (um novo eufemismo para “distorcer” ou “deturpar”) aquele filme, trocando o género às personagens dos dois gémeos ginecologistas, Elliot e Beverly Mantle – agora interpretadas por Rachel Weisz –, os realizadores têm que fazer correr litros de sangue durante os partos para obter o mesmo efeito. As comparações entre filme e série são inevitáveis, e Dead Ringers fica a perder em praticamente todos os aspectos, do desenho das duas protagonistas com personalidades antitéticas (em especial de Beverly, cuja natureza excessiva e destrambelhada é reiterada até à exaustão) às atmosferas de tensão e cenas de gore, mais a legibilidade, a contextura e a eficiência dramática da história, afectadas pelo facto de ser preciso “encher” seis episódios de cerca de uma hora cada, recorrendo-se para isso a diversões marginais e nem sempre conseguidas (o conflito de Beverly com a vizinha mais idosa, a irritante obrigação de picar o ponto da agenda woke, a empregada/artista de performance que dá uma nota desconcertante à conclusão). Ficamos com o tour de force da dupla interpretação de Rachel Weisz, que dir-se-ia, e salvo as devidas distâncias e diferenças, ter usado como bússola a de Jeremy Irons em Irmãos Inseparáveis. Não é impunemente que se refazem e reformatam para a actualidade filmes marcantes ou de culto. 

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