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Kino: sete dias, sete filmes

Com esta edição o Kino chega à 16ª mostra de um cinema, o de expressão alemã, que pouco se vê no circuito comercial. Vasculhámos o programa e saimos de lá com sete filmes a ter em atenção.

Escrito por
Rui Monteiro
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Começa esta quinta-feira no Cinema São Jorge, vai até ao fim do mês e em cena estão 20 longas-metragens, 18 delas nunca apresentadas em Portugal. Por isso, cinéfilos, ou simples interessados na cultura alemã contemporânea, têm esta semana oportunidade de ficar mais ou menos a par do novo cinema produzido na Alemanha, mas também na Áustria e no Luxemburgo, através de uma programação – diz quem programa – marcada pela diversidade de “filmes cuja afinidade assenta na sua preocupação com o mundo que nos rodeia.” Mesmo que isso seja feito através de uma comédia anarquista.

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Kino: sete dias, sete filmes

3 Dias em Quiberon

Centrado num período da vida de um ícone do cinema alemão, a actriz Romy Schneider, o filme de Emily Atef estreou o ano passado na secção competitiva do Festival de Cinema de Berlim. Interpretado por Marie Bäumer, em elenco que conta com Birgit Minichmayr e Charly Hübner, a película é como uma peça de câmara sobre a profunda crise existencial vivida pela actriz no final da sua carreira, tendo como fio da acção a entrevista que fez história realizada pelo jornalista Michael Jürgs, em 1981.

Qui 21.00.

Autocrítica de Um Cão Burguês

Uma comédia anarquista, daquelas com todos os matadores, coisa rara, agora como antes, é o que o que é o filme de Julian Radlmaier, realizado em 2017, com o próprio chefiando um elenco onde se encontram ainda Deragh Campbell e Kyung-Taek Lie. O enredo conta como, sem receber apoios financeiros, um realizador, Julian, vai trabalhar para a agricultura e conhece Camille e a tenta convencer que anda ali em pesquisa para as filmagens de um conto de fadas comunista em que ela teria o papel principal. O idílio dura o que tem de durar, porém, no entretanto, há uma tentativa de revolução que dá para o torto e pardais com planos escandalosos no que pretende ser uma obra irónica sobre a esquerda contemporânea e as suas contradições. 

Sex 19.00.

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Luz

Viena, em 1777. Maria Theresia Paradis, pianista prodígio desde tenra idade, perdeu repentinamente a visão aos três anos e, depois de demasiadas experiências médicas falhadas, os pais consultam um polémico médico conhecido por “doutor milagre”, Franz Anton Mesmer. E Maria Theresia ali fica, naquela espécie de clínica, gozando o ambiente liberal da casa. E até começa a melhorar da vista, mas, em contrapartida, vai perdendo o virtuosismo musical nesta obra de Barbara Albert, com Maria Dragus, Devid Striesow e Lukas Miko.

Seg 21.00.

A Medida da Construção

Encarando de frente assuntos realmente sérios, o filme de Nikolaus Geyrhalter começa na Primavera de 2016, quando o governo, para “proteger” a Áustria da onda de refugiados, faz planos para construir uma vedação na fronteira com a Itália. Neste documentário, o realizador recorre a relatos da imprensa e da televisão para representar a campanha de alarmismo que se instalou no país, ao mesmo tempo acompanhando, digamos, a opinião pública no terreno, para assim traçar um retrato cru de uma situação em que toda a gente tentava manipular alguém enquanto os refugiados desesperavam na fronteira.

Ter 19.00

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Gutland

Jens (Frederik Lau) surge inesperadamente numa aldeia perdida do Luxemburgo. É um tipo misterioso, este alemão, aliás acolhido calorosamente, que ajuda nas colheitas, e, sem perder tempo, logo na primeira noite, vai para a cama com Lucy, uma das belezas locais interpretada por Vicky Krieps. Aos poucos, no entanto, a desconfiança instala-se, um aldeão desaparece, e mulheres sedutoras, mais curiosas fotos de nus juntam-se a este thriller surrealista que assinala a estreia na longa- -metragem da realizadora Govinda Van Maele.

Ter 21.00

Casa de Verão

A matriarca morreu e, no Verão de 1976, a sua burguesa família reúne-se para assinalar a passamento. Os dias correm, parece, tranquilos, na casa de campo rodeada de belo e frondoso jardim, mas há um prenúncio de tempestade no ar, que não só anuncia a borrasca atmosférica, mas também os conflitos entre os membros da família libertarem-se e estalar o verniz. Entre o dito, e principalmente o não dito, a câmara de Sonja Maria, no seu primeiro filme como realizadora, mostra com fluidez o conflito intergeracional através das interpretações de, entre outros, Mavie Hörbiger, Thomas Loibl e Laura Tonke.

Qua 19.00.

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Angelo

O filme de Markus Schleinzer, com Makita Samba, Alba Rohrwacher, Ange Samuel e Koffi D’Auila, baseia-se em factos verídicos para contar a história de Angelo, um africano nascido no século XVIII e transportado para a Europa com 10 anos para ser convertido em criado de uma família da aristocracia vienense raramente progressista. Onde é apreciado, educado e, ao mesmo tempo, uma atracção para os membros da alta sociedade que frequentam a mansão. Por portas travessas aproximando-se do imperador, Angelo cisma em casar-se com Magdalena, uma jovem criada, mas aí sofre a rejeição da corte, compreendendo que apesar dos rapapés e do seu aparente prestígio a diferença será sempre um estigma.

Qua 21.00.

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