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Os dez melhores filmes de espiões

Alfred Hitchcock, Fritz Lang, John Frankenheimer ou Martin Ritt são responsáveis por alguns dos melhores filmes de espiões

Escrito por
Eurico de Barros
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A espionagem atraiu desde cedo o interesse dos cineastas e das televisões, sendo muitas as fitas e as séries de televisão sobre o tema. O canal AMC, por exemplo, estreou agora The Little Drummer Girl, uma série baseada no livro A Rapariga do Tambor, de John Le Carré. A propósito disso seleccionámos uma dezena de filmes de espiões que são marcos na história deste género, e vêm assinados por nomes como Alfred Hitchcock, Fritz Lang, John Frankenheimer ou Martin Ritt. E não podia de modo algum faltar uma fita do inafundável James Bond.

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Os dez melhores filmes de espiões

1. ‘Os 39 Degraus’, de Alfred Hitchcock (1935)

Uma lista deste tipo podia ser exclusivamente preenchida com filmes de Hitchcock, mas isso seria injusto para muitos outros realizadores que também fizeram excelentes filmes de espiões e espionagem. Mas é claro que o mestre inglês não podia de forma alguma ficar de fora e abrimos esta lista com esta sua adaptação do livro clássico de Richard Hannay. Robert Donat interpreta um homem falsamente acusado (um tema recorrente na filmografia do realizador) que anda fugido entre Londres e a Escócia, enquanto tenta denunciar uma organização secreta que quer roubar segredos militares britânicos. Um filme brilhante, intenso, empolgante e a abarrotar de suspense, com um punhado de sequências inesquecíveis. Não tem uma ruga.

2. ‘Prisioneiros do Terror’, de Fritz Lang (1944)

Graham Greene, que escreveu o livro em que este filme de Fritz Lang se baseia (título original de ambos: Ministry of Fear), não gostava dele, mas este é um daqueles casos em que não podemos dar razão ao escritor, porque Prisioneiros do Terror é um dos melhores títulos de espionagem de sempre, onde Lang exibe a sua costela “hitchcockiana”. Ray Milland é Stephen Neale, um homem que esteve internado numa clínica psiquiátrica e que, pouco depois de ter alta, depara, por puro acaso, com uma conspiração nazi em pleno solo inglês. Neale não sabe para onde se voltar, e ainda por cima pensa que ninguém acreditará nele, por ter estado onde esteve. Pormenor: um vulgar bolo é um elemento fundamental do enredo.

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3. ‘Intriga Internacional’, de Alfred Hitchcock (1959)

Mais um genial filme de espionagem de Hitchcock, em que o herói, longe de ser um agente secreto, é um anónimo e distinto executivo de uma agência de publicidade que se vê metido numa intriga diabólica devido a um caso de confusão de identidades. A perspectiva da fita é, assim, a de um homem inocente e completamente alheio ao mundo da espionagem (um dos papéis da vida de Cary Grant, que passa todo o filme de fato e gravata) e aos seus meandros, que se vê obrigado a fugir de um grupo de agentes secretos estrangeiros – e ainda da polícia, que o persegue por um assassínio que não cometeu - para salvar a vida. O célebre clímax, no Monte Rushmore, é um dos mais fabulosos da história deste género, e do cinema.

4. ‘Agente Secreto 007’, de Terence Young (1962)

Tal como acontece com Alfred Hitchcock, também podia haver vários filmes da série 007 nesta lista. A escolha recaiu sobre o primeiro de todos, Agente Secreto 007 (Dr. No, no original), que inaugura uma matriz do género que iria ser seguida não só nos filmes posteriores de James Bond, como também fazer escola no cinema de espionagem, mesmo quando estava a ser parodiada. As fitas de 007 revolucionaram o formato do spy movie e o Bond de Sean Connery também se transformou num modelo de atitude, estilo e comportamento para espiões cinematográficos posteriores. Acção de grande espectáculo em ambientes internacionais, luxuosos e exóticos, gadgets, um vilão megalómano, mulheres de sonho, está tudo aqui.

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5. ‘O Enviado da Manchúria’, de John Frankenheimer (1962)

Richard Condon escreveu o livro que deu origem a este filme de culto, que é também um dos melhores exemplos – talvez mesmo o melhor - do enredo de espionagem pertencente à categoria “teoria da conspiração”. Laurence Harvey, Frank Sinatra (que também produziu) e Angela Lansbury são os principais intérpretes desta fita passada pouco após a Guerra da Coreia (mas cuja atmosfera ominosa é bem típica dos tempos mais tensos da Guerra Fria em que foi rodado e se estreou), que tem no centro uma conspiração comunista para manipular psicologicamente e utilizar como assassino teleguiado um herói condecorado daquele conflito (a personagem de Harvey), filho de uma anticomunista militante e enteado de um ambicioso político.

6. ‘O Espião que Veio do Frio’, de Martin Ritt (1965)

transportou para os seus livros com enorme realismo a atmosfera anti-heróica, moralmente cinzenta e frustrante do trabalho no meio das informações secretas. O Espião que Veio do Frio é um dos melhores livros de Le Carré, e a fita de Martin Ritt tem uma estupenda interpretação de Richard Burton no papel do tristonho Alec Leamas, o espião inglês enviado para Berlim Leste para dar a impressão que vai desertar para o lado comunista, mas que está na realidade numa missão de desinformação. É um filme pessimista e sem ilusões sobre o ofício da espionagem e o confronto entre os dois grandes blocos que nessa época dominavam o mundo.

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7. ‘O Caso Ipcress’, de Sidney J. Furie (1965)

Este foi o primeiro de cinco filmes em que Michael Caine interpretou a figura do agente inglês Harry Palmer, criada pelo escritor Len Deighton. Palmer é o antípoda de James Bond, um espião que usa óculos, tem que se debater com a burocracia e quando convida uma mulher para jantar, não a leva a um restaurante de luxo, porque não tem dinheiro para isso, e convida-a para jantar comida enlatada em sua casa. O tom do filme, em que Palmer investiga o rapto e a lavagem ao cérebro de vários cientistas ingleses, é quase todo assim, prosaico e verista, e Michael Caine, ao corporizar este novo tipo de herói inglês, contribuiu também para impor um novo estilo de representação, que era o da nova geração de actores a que pertencia.

8. ‘Os Três Dias do Condor’, de Sydney Pollack (1975)

Robert Redford interpreta nesta fita de Sydney Pollack um analista da CIA chamado Turner que sai para almoçar e, quando volta, descobre que toda a gente da sua célula foi assassinada. Porquê, e por quem? Turner percebe rapidamente que alguém na sua situação tem que ter muito cuidado em quem confia. E que precisa de se acautelar não só com o inimigo, como também com quem está do seu lado. Inteiramente rodado nas ruas de Nova Iorque, Os Três Dias do Condor instala um cerrado clima de desconfiança e insegurança e é um dos melhores exemplos do filme de espionagem “liberal”, no qual os dois lados, o democrático e o comunista, praticamente se equivalem em amoralidade, cinismo e métodos.

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9. ‘O Buraco da Agulha’, de Richard Marquand (1981)

Baseado no livro homónimo de Ken Follett, este filme passado na II Guerra Mundial tem uma notável interpretação de Donald Sutherland na pele de Faber, um temível espião alemão que está em Inglaterra infiltrado, tem o nome de código “Agulha” e um poder de sedução que só é igualado pela forma implacável como actua, apunhalando quem quer que o possa comprometer. Enquanto tenta chegar à Alemanha levando consigo informações vitais sobre o Dia D, o espião fica retido numa remota ilha escocesa, na companhia de uma jovem, Lucy (Kate Nelligan) e do seu marido aleijado, que ignoram quem ele é. Faber vai ver-se envolvido nos problemas conjugais do casal, e sentimentalmente com Lucy. Qual triunfará, o amor ou o patriotismo?

10. ‘As Vidas dos Outros’, de Florian Henkel von Donnersmarck (2006)

Premiado (e bem) com o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, este filme do alemão Florian von Donnersmarck passa-se nos últimos anos da Guerra Fria, na ex-RDA. Um agente da Stasi recebe a missão de vigiar de perto um dramaturgo de quem o regime suspeita, e a amante deste. Mas o agente descobre que a motivação da vigilância não é política nem tem a ver com a segurança do Estado comunista, mas sim pessoal. E quanto mais conhece a intimidade dos vigiados, mais simpatiza com eles, começando a protegê-los sempre que pode. As Vidas dos Outros tem muitos elementos e personagens de um filme de espionagem convencional, acrescentando-lhes uma dimensão emocional e humana pouco comum ao género.

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