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Mindy Kaling: “Tenho sido subestimada em Hollywood”

Mindy Kaling é uma das protagonistas de 'Ocean’s 8', de Gary Ross. Falámos com a actriz (e não só) cómica americana

Escrito por
Rhian Daly
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Mindy Kaling pode não ser tão conhecida como as outras mulheres do elenco de Ocean’s 8, de Gary Ross, mas não é nenhuma novata. Desde que se deu a conhecer no papel de Kelly Kapoor, na versão americana de O Escritório, a actriz cómica (e produtora e argumentista) impôs-se como uma presença hilariante e inteligente no cinema e televisão, participando em filmes como Divertida-Mente ou Gru – O Maldisposto e na sua própria série, The Mindy Project. Ocean’s 8 é o seu maior papel até à data, mas tudo indica que isto é apenas o começo.

 

Os filmes de golpada costumam ser muito falocêntricos. Foi refrescante integrar um elenco maioritariamente feminino no Ocean’s 8?

Nos filmes protagonizados por mulheres ou com um elenco feminino – e até nalguns que eu adoro – as mulheres costumam ser oprimidas, ou estão a vingar-se de algo terrível que lhes aconteceu. E, apesar de haver uma parte do Ocean’s 8 que gira em torno de uma vingança com um fundo romântico, aquilo de que eu mais gosto é que este é sobretudo um filme engraçado sobre um golpe.

Interpretas Amita, uma joalheira. Quando a vemos pela primeira vez ela está a trabalhar no negócio da família e a ser mandada abaixo pela mãe. Isso faz-te pensar nalguma experiência por que tenhas passado na tua carreira?

Oh sim, eu tenho sido subestimado inúmeras vezes em Hollywood e ao longo da minha carreira. Mas o mais interessante neste papel é que a mãe da personagem está obcecada por ela se casar. Lembro-me de ver o filme e pensar: “Ok, isto é mesmo verdade para  muitas pessoas, não importa a nacionalidade.” Uma pessoa faz 30 anos e os pais esperam que se case. Estou muito grata por os meus pais não serem nada tradicionais nesse aspecto. Sou capaz de ter a vida menos tradicional de todas as mulheres indianas com uma presença pública, pelo menos nos Estados Unidos.

Filmes recentes como o Pantera Negra, Foge e agora Ocean’s 8 são indicativos de um cinema mais representativo e diverso. O que é que ainda falta fazer para melhorar as coisas?

Acho que seria óptimo se os estúdios não sentissem que o desenvolvimento e financiamento de outros filmes com um elenco exclusiva ou maioritariamente feminino está dependente do sucesso do Ocean’s 8. Centenas de filmes protagonizados por homens brancos foram fracassos de bilheteira e nós não achamos que isso seja representativo de uma tendência. Adoraria poder cometer os mesmos erros e ter a curva de aprendizagem que essas pessoas tiveram.

Como é que foi estar mesmo na Met Gala, depois de teres estado na versão do filme?

No filme eu passei a maior parte do tempo debaixo do edifício. Enquanto tudo o que era glamoroso estava a acontecer nos andares de cima, eu estava lá em baixo com 12 figurantes. Por isso foi bom ir mesmo à gala.

Estás a trabalhar numa adaptação televisiva de Quatro Casamentos e um Funeral. És fã do filme?

O que eu adoro no filme é o relacionamento entre os amigos, o tom do Richard Curtis, a familiaridade dos casamentos, ver a tristeza dos personagens quando um dos amigos morre e como o grupo se une. Sei que é uma comédia romântica, mas penso nele como um filme sobre a amizade. A série não é uma adaptação linear, no entanto. A história é diferente, e é protagonizada por uma mulher afro-americana e um homem britânico-
-paquistanês. Passa-se em Londres, por isso vou mudar-me para lá durante uns tempos.

Vais entrar na série?

Não. É sobre um grupo de amigos jovem e fixe. Sou demasiado velha e aborrecida para sair com eles.

Conversa filmada

  • Filmes

Não há outro realizador como Wes Anderson. O mestre do estilo, o defensor do irrisório, o apreciador de paletas de cor muito específicas… Independentemente do gosto pessoal, os seus filmes são sempre espantosos. Ilha dos Cães é o mais recente, e o segundo de animação, após O Fantástico Senhor Raposo. Uma adorável aventura canina que se passa numa ilha perto do Japão para onde todos os canídeos do país foram banidos depois de um surto de “gripe canina”. Tem toda a riqueza visual que se espera de um filme de Wes Anderson, bem como uma mensagem altamente positiva sobre a importância da tolerância. Ah, e Harvey Keitel a uivar.

  • Filmes

Joaquin Phoenix ainda mal acordou quando abre a janela e começa a fumar. É sábado de manhã em Londres, muito cedo, mais ainda mais para ele, meio abananado pelo jet lag – um homem no seu próprio fuso horário. Na verdade, ele parece estar assim desde que o vimos em Lar, Doce Lar... às Vezes (1989), de Ron Howard, quando tinha apenas 14 anos. É uma anti-estrela de cinema que faz as coisas à sua maneira, sempre um pouco desalinhado e com o mundo a girar à sua volta.

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Todd Haynes: "Sempre gostei de ser estranho"
  • Filmes

Todd Haynes já anda nisto desde os anos 90, foi um pioneiro do new queer cinema, trabalhou com grandes actores e actrizes. O Museu das Maravilhas é o seu mais recente filme, uma história sobre duas crianças mudas em Nova Iorque, mas em tempos diferentes. Uma nos anos 20 e outra nos anos 70. O filme foi o ponto de partida para uma conversa com o realizador.  

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