josé e pilar filme 2010 (still)
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Novos Olhares na Cinemateca: o que não pode perder nos próximos dias

Três meses para mostrar a vitalidade e a diversidade do cinema português é a proposta da Cinemateca através de um ciclo dedicado à nova geração de realizadores. Esses, sim, que até ganham festivais

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Em curtas e em longas-metragens, uma nova geração de cineastas, mais ou menos por sua própria conta, está a criar filmes que, se não cortam com a tradição cinematográfica, esforçam-se por aprender, afastar-se e procurar o novo. Fizeram mais do que um filme? Então estão no programa Novos Olhares, que invade a Cinemateca durante três meses. E os próximos dias vão ser assim…

Três meses de Novos Olhares na Cinemateca

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real


Nesta semana do Ciclo Novos Olhares a atenção dirige-se para o trabalho de Filipa Reis e João Miller Guerra, por um lado, e, por outro, para dois curtos filmes de Leonor Teles (que estará presente nesta sessão).

Em Cama de Gato e Fora da Vida (que foi Melhor Curta-Metragem portuguesa no IndieLisboa, em 2015), Filipa Reis e João Miller Guerra retratam a existência no bairro da Bela Vista, em Setúbal. No primeiro (com Ivana Afonso, António Anjos e Vera Baião) através das atribulações de uma mãe adolescente para criar o seu filho e, por assim dizer, ainda ter uma vida para além da maternidade. Em Fora da Vida (com Isabel Cardoso, Miguel Moreira, Mário Monteiro, Monique Montenegro, Ana Lisboa e Salvador Santos), por sua vez, a câmara “acompanha os passos de várias pessoas pelos caminhos que o levam para fora dele, traçando, pelas sugestões da ficção, um mapa para as suas vidas.”

É verdade que o libelo anti-discriminação dos ciganos, Balada de Um Batráquio, valeu a Leonor Teles o Urso de Ouro no Festival de Berlim, ainda o ano passado, em muito pela sua abordagem determinada (estilo: rebelde com causa) e quase humorística, por isso também mais eficaz, da segregação racial. Mas Teles não começou aqui, pelo que vale a pena prestar atenção ao quarto de hora que dura Rhoma Acans e ver como quatro anos antes o seu cinema já mostrava sinais de diferença.

Sexta, 10, 19.00.
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Vem tudo, no filme de Cláudia Alves, de uma lenda indiana que conta como seis homens cegos tocam em diferentes partes de um elefante e tentam adivinhar o que têm pela frente. Todos dão uma resposta diferente; e a resposta é, em simultâneo, certa e errada. Podia agora esperar-se uma dissertação sobre a realidade e a sua percepção. Mas não é essa a opção da realizadora, que usa a metáfora dos cegos para construir, em seis partes, uma visão da Índia “que busca os traços de um passado colonial português, tanto em traços reais como nos mitos que se cruzam com o seu caminho.”

Segunda, 13, 19.00.
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O filme de Miguel Gonçalves Mendes (presente na sessão, com Pilar del Rio) sobre José Saramago é decerto o mais conhecido do lote. E a razão não é apenas por acompanhar o escritor, já celebridade internacional, após o Nobel da Literatura, em 1998, nos últimos anos da sua vida. Mas porque de alguma maneira o realizador “encontrou-se” com o pensamento de Saramago e por ele se deixou conduzir através dos livros e da vida e do amor, criando, assim, uma obra serenamente esclarecedora.

Quarta, 15, 19.00.

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