★☆☆☆☆
Que sentido faz rodar uma versão televisiva de O Nome da Rosa (RTP1, Seg 00.00), o filme de 1986 assinado por Jean-Jacques Annaud com base no bestseller de Umberto Eco, que recorria a uma intriga policial passada no século XIV como cabide para a sua colossal erudição sobre a Idade Média? A julgar pela série co-produzida pela Itália e pela Alemanha, e escrita e realizada por Giacomo Battiato, um vai-a-todas da televisão e do cinema que também assina romances, não faz qualquer sentido. Apesar de trair o final do livro de Eco, o filme de Annaud bate, ponto por ponto, pormenor por pormenor, personagem por personagem, a série de Battiato (que não peca visivelmente por falta de meios e ainda por cima tem mais tempo – oito episódios – para contar a história).
A começar pela escolha do simpático mas frouxo John Turturro para interpretar William de Baskerville, que nem com toda a boa vontade deste mundo e do outro se pode medir com Sean Connery no mesmo papel na fita original; e a acabar nas várias, desnecessárias e desastradas alterações que o realizador italiano fez na intriga do livro de Eco – é o caso da introdução de uma segunda personagem feminina, associada a um novo subenredo. O Nome da Rosa televisivo é uma flor murcha, com pouca cor e ainda menos cheiro.