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Full Monty Season 1
Ben Blackall/DR

‘Ou Tudo ou Nada’, uma continuação inútil

Quase 30 anos depois, o filme continua como série (Disney+). Mas tanto as personagens como os actores que as interpretam mereciam bem melhor. Ou então, que os tivessem deixado sossegados.

Escrito por
Eurico de Barros
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★★☆☆☆

Em 1997 apareceu nos cinemas, realizado por Peter Cattaneo e escritor por Simon Beaufoy, Ou Tudo ou Nada (The Full Monty, no original), a história de seis amigos, quase todos desempregados da indústria do aço de Sheffield, que não conseguem arranjar trabalho e decidem, em desespero, formar um grupo de striptease masculino. O filme consegue equilibrar na perfeição comentário social realista e comédia popular de sabor british, ganhou vários prémios BAFTA e foi um inesperado mas merecido sucesso de bilheteira. Quase 30 anos depois, Simon Beaufoy pegou nos protagonistas do filme, acrescentou-lhes alguns comparsas (o Gaz de Robert Carlyle tem agora uma filha adolescente e “problemática”, por exemplo), e eis The Full Monty, a série (Disney+). E eis também como estragar a boa memória de um filme conseguido com uma continuação noutro meio, que não consegue justificar a sua existência, seja do ponto de vista narrativo, seja do dramático ou do da mera existência das personagens numa cidade, numa Inglaterra e em contextos pessoais e familiares que se alteraram. É que nem neste último aspecto Beaufoy e a sua co-argumentista Alice Nutter conseguem fazer-lhes justiça. No filme de 1997, o número de striptease era o propósito que unia os amigos e lhes dava ânimo para continuar, dando também coesão e combustível emocional e cómico à história. Nesta série, Beaufoy e Nutter não fazem melhor do que envolvê-los numa sucessão de enredos e subenredos banais, estereotipados ou então patetas, artificiais e mesmo completamente absurdos. E quer as personagens, quer os característicos, simpáticos e sólidos actores que as interpretam, de Carlyle a Tom Wilkinson e Mark Addy, mereciam bem melhor. Ou então, que os tivessem deixado sossegados.

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