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Andy Parsons

Simon Pegg: “A colaboração é o mais importante”

Simon Pegg está de volta, ao lado de Tom Cruise, em 'Missão: Impossível – Fallout'. Falámos com o actor britânico.

Phil de Semlyen
Escrito por
Phil de Semlyen
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Simon Pegg protagonizou e escreveu com o realizador Edgar Wright – com quem também trabalhou na sitcom Spaced – filmes de culto como Hot Fuzz – Esquadrão de Província ou Zombies Party – Uma Noite... de Morte. Também foi o Scotty do Star Trek de J.J. Abrams e um dos extraterrestres de Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força, do mesmo realizador, numa galáxia distante. No entanto, o papel pelo qual é mais conhecido é capaz de ser o de Benji Dunn, na série Missão: Impossível. Isto apesar de a primeira cena filmada com ele, em Missão Impossível III (filmado, mais uma vez, por J.J. Abrams), não ter corrido nada bem. Mas desde então as coisas melhoraram, e de que maneira, para a personagem e para o actor, que regressa mais uma vez em Missão: Impossível – Fallout.

 

Foi estranho trabalhar com o mesmo realizador em dois filmes da série Missão: Impossível de seguida?

Bem, o McQ [o realizador Christopher McQuarrie] quis fazer um filme muito diferente do anterior, para não se afastar dessa tradição de cada capítulo ser distinto do que veio antes. Missão: Impossível – Nação Secreta (2015) era uma espécie de buddy movie, focado em mim e no Tom [Cruise], e este é praticamente o oposto.

O Tom Cruise partiu o tornozelo durante a rodagem. Estavas lá quando ele teve o acidente?

Tinha ido fazer outro filme, porque tinha uma semana de folga… Pensava eu. Acabaram por ser 12 semanas. Mas se calhar até foi bom, porque o Chris estava a escrever o filme à medida que íamos filmando e isso deu-nos espaço para respirar. Havia gente que dizia que o Tom tinha feito de propósito [risos].

Estás prestes a realizar o teu primeiro filme. Tentaste aprender com os vários realizadores que te dirigiram?

Sempre. É difícil não aprenderes. Hoje posso dizer-te que a colaboração para mim é o mais importante. Sempre. Porque estás a colaborar com outras pessoas, quer sejas o actor, realizador ou um dos técnicos. Quanto mais colaboração houver melhor.

Isso quer dizer que no teu filme não vais ser creditado como “o visionário realizador Simon Pegg”?

Não. Não vai haver caçadeiras nas filmagens, nem gritos autocráticos. Quero colaborar a sério com as pessoas.

Falaste recentemente sobre a tua depressão. Hollywood é um lugar horrível quando se está com uma depressão?

Se precisas de pedir ajuda e não consegues, Hollywood vai ser uma merda. Mas isso é igual em todo o lado. O mais estranho, para mim, era sentir que tinha conseguido o que todos os actores querem, e mesmo assim continuava a ser tudo horrível. Eu não estava bem. Continuava a sofrer, porque Hollywood é apenas isso: Hollywood. Não é o paraíso. É uma cidade quentinha onde se fazem filmes.

Não há muitos actores que falem abertamente da sua saúde mental.

Ultimamente tem-me parecido mais importante falar sobre isto. Na altura achei que ninguém tinha nada a ver com isso. Tentaram fazer uma grande história à volta do assunto e a imprensa foi muito intrusiva, portanto eu decidi não falar sobre isso. Mas há uns tempos estava em los Angeles a fazer um filme chamado Lost Transmissions, sobre um tipo esquizofrénico que se acaba sem tecto, e estava a trabalhar com a comunidade sem-abrigo de Los Angeles. E não só há uma epidemia de sem-abrigos como 80-90% têm doenças mentais. Não há nada que eles possam fazer. Há inúmeras pessoas a sofrerem com isto, completamente sozinhas, mas é possível sair deste buraco: não é um buraco negro, é um túnel que tem uma luz ao fundo – ou pelo menos pode ter.

E estás melhor?

Sim. Completamente – estou assim há oito anos. É assombroso como as coisas melhoram assim que reconheces que precisas de ajuda.

Agora vives no campo. Tens algum pequeno luxo, uma indulgência, na tua nova casa?

Tenho uma prateleira com todos os bonecos e peluches da minha pessoa que reuni ao longo dos anos. A minha filha e a minha mulher chamam-lhe “o relicário”. Mas eu acho normal. Não fazias o mesmo se tivesses um boneco teu?

Tens lá a tua personagem de Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força?

O Unkar Plutt? Claro que sim.

Conversa filmada

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