Raw Culture Arts & Lofts
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A melhor arte nos hotéis em Lisboa

Lisboa acordou para o fenómeno e juntou-se à tribo de hotéis de portas abertas ao público. Nestes hotéis em Lisboa vale a pena apreciar a arte

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Quando foi a última vez que entrou num hotel em Lisboa? Se a resposta é ‘Ah, foi há tanto tempo que já não me lembro’, não sabe o que anda a perder. Mas se faz parte do grupo de lisboetas que já se apercebeu desta nova rota urbana, continue, siga por esse caminho – ainda há muito por descobrir e aproveitar. A ideia de que a cultura não tem de ser aborrecida está provada e comprovada na nova vaga de hotéis em Lisboa que abraçaram a cena artística emergente e abriram espaço a galerias de arte, lojas de mobiliário, salas de concertos, residências artísticas e até a um núcleo museológico com achados de outros tempos.

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A melhor arte nos hotéis em Lisboa

  • Hotéis
  • Chiado

Um hotel, uma galeria e um restaurante. É com este trio de ataque que a marca TAG – The Art Gate chega ao Chiado, com a promessa de uma guesthouse de luxo com cinco quartos, um restaurante de fine dining e uma galeria de arte. Enquanto a parte de hotel e gastronomia se preparam para a estreia (que deve acontecer no final do ano), a TAG The Gallery, aproveitando a efervescência cultural da cidade, já começou a receber visitas na galeria de arte que inaugurou na semana passada. Nesta que será a primeira de várias unidades da marca, ainda paira algum secretismo em relação à oferta gastronómica, mas sabemos que o TAG The Restaurant será um espaço exclusivo, com poucos lugares, direccionado para amantes da arte e com aposta em cozinha de autor (o chef já está escolhido mas só será anunciado no próximo mês). Até ao levantar do pano, passe para espreitar a exposição “Not Down in Any Map”, uma narrativa que explora a temática da viagem através do trabalho de fotografia, pintura e instalação de cinco artistas portugueses, sob a curadoria de Joana Valsassina e Leonor Carrilho. Fica até 22 de Fevereiro. Acompanhe as novidades em instagram. com/theartgate.co

  • Hotéis
  • Bairro Alto

Abriu em 2018 e depois de se apresentar como uma ode à arte urbana e às coisas bonitas em geral, assumiu a responsabilidade de ser um dos primeiros projectos da cidade a arriscar no conceito hotel-galeria, com a ambição de devolver ao Bairro Alto a dinâmica cultural de outros tempos. Tem 13 lofts mais amplos que a maioria das casas em Lisboa, e além das exposições de fotografia, ilustração e pintura que vão acontecendo de três em três meses, é provavelmente o único sítio da cidade que tem à venda grande parte da decoração do espaço. A ideia é que os passantes que entrem para beber um copo no novo bar se possam apaixonar por um quadro, um sofá ou uma mesa de apoio e tratem do negócio logo ali. No catálogo online pode consultar o acervo da casa e passar depois para ver ao vivo o sofá de estilo nórdico que é a sua caraou tirar as medidas àquela mesa de apoio que está mesmo a pedir para ir morar para a sua sala. Até ao final de Dezembro, passe para ver a exposição fotográfica “Speed”, de Horst Friedritchs, um tributo à velocidade em duas rodas, que é aliás uma das grandes paixões do dono da casa. A partir deste mês o Raw inaugura um novo brunch (16€) buffet aberto ao público. Conte com opções saudáveis, maioritariamente veganas e sem adição de açúcar, todos os dias entre as 11.30 e as 15.30.

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  • Hotéis
  • Alfama

Cada vez que se abre um buraco em Lisboa é preciso chamar uma equipa de arqueólogos para dar conta dos achados que se encontram debaixo de terra. Lisboa é uma cidade-museu erguida sobre outra cidade- -museu e desde 2018 tem no Eurostars Museum um núcleo museológico que guarda os vestígios encontrados durante as obras de reconversão do antigo Palácio Coculim em hotel de cinco estrelas. Da Idade do Ferro às ocupações romana e árabe, há muita História por descobrir, como uma domus do século II, a maior descoberta na cidade, um fontanário que servia de poço entre os séculos IV e XV, uma estela funerária com inscrições fenícias ou um mosaico praticamente intacto com a imagem de Vénus ao centro. E porque este é um daqueles segredos que tem de ser partilhado, o hotel organiza visitas guiadas todos os domingos, a partir das 15.00, com três sessões acompanhadas pela arqueóloga Raquel Policarpo. A entrada custa 5€ e está limitada a 20 pessoas. A reserva é obrigatória.

  • Hotéis
  • Pensão com pequeno-almoço
  • Chiado

Os 16 quartos e suítes do hotel que ocupa o antigo Consulado do Brasil são pequenas galerias de arte onde é possível comprar os quadros, pinturas e gravuras que ocupam as paredes. No apartamento 31, por exemplo, a curadoria é da galeria lisboeta Carlos Carvalho, mas há outros nomes sonantes do panorama artístico nacional, como Filomena Soares e Belo-Galsterer a tratar de tornar os quartos ainda mais bonitos. Mas já que a ideia não é instalar-se no hotel, no primeiro piso, junto ao bar, há sempre uma exposição aberta ao público, pensada em parceria com a Underdogs. Neste momento as paredes ainda estão despidas à espera do arranque da nova sala de cowork e do “espectacular” brunch franco-português (20€), com pão e queijos artesanais e pastelaria fina, para finalizar a próxima decoração temporária do espaço. Fica a dica que, a partir da próxima semana, já vai poder passar para ver as novidades artísticas e juntar-se ao after-work que acontece no bar, entre copos e convívio em várias línguas.

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  • Hotéis
  • Baixa Pombalina

Pedro Borges, Zé Maria Pereira e Diogo Martinez juntaram-se os três à Esqina para fazer aquilo que faltava a Lisboa: um hotel que mais do que ser só hotel é uma casa de porta aberta, que junta debaixo do mesmo tecto arte, música, convívio e boa comida. A vontade de transformar o Esqina no novo hotspot cultural da cidade determinou que o espaço se organizasse de fora para dentro e por isso não é de estranhar que logo à entrada dê de caras com o bar e a sala do restaurante em vez do clássico balcão de recepção. Ele existe, mas para lá chegar é preciso ir explorando os cantos à casa e descer à cave, onde ao lado da casa de banho mais instagramável da cidade, vai encontrar a Basement, uma sala que vai mudando de cara para ser galeria de arte para artistas nacionais e estrangeiros emergentes, sala de cinema ou de yoga imersivo e pista de dança. Lá em cima, a versatilidade do espaço é a mesma e quando a cozinha está sossegada (o argentino Nicolás López está ao comando das operações), entre os pequenos-almoços e os jantares abertos a todos, há sessões album listening para dar a conhecer o que anda a tocar nos melhores clubes europeus. Para não perder pitada da animação semanal do Esqina há uma agenda cultural interna e outra da cidade com programação imperdível dentro e fora de portas. Entretanto, anote já: todos os sábados das 17.00 às 21.00 há DJ set para pôr o corpo a mexer; no dia 5 de Dezembro inaugura a exposição da dupla André Costa e Guillermo Mora, para mostrar o resultado de quatro semanas de residência artística no hotel; e no dia 15, pelas 17.30 toca o álbum On the Quiet, com presença de Xinobi e Mr. Mitsuhirato.

  • Coisas para fazer
  • Chiado/Cais do Sodré

O que é que o Selina tem? Tem presença global, para já na América do Sul e na Europa e com projectos a avançar em novas geografias (só em Portugal já são quatro os hotéis da marca), assente num ecossistema de partilha virado para o viajante moderno, para nómadas digitais e curiosos que procuram o real deal da cultura local. Em Lisboa instalou-se no centro da movida multilingue, a meio caminho entre o Chiado e Santos, num prédio centenário que rapidamente se transformou em ponto de encontro entre alfacinhas, expats e turistas que aqui encontraram um sítio para estar, trabalhar, conviver e explorar. Quem não conhece o Selina como hotel, conhece-o como “o melhor cowork da cidade”, um paraíso para empreendedores e trabalhadores independentes que oferece acesso a um Jardim Secreto com piscina exterior e que funciona como uma galeria ao ar livre de tributo à arte urbana nacional, com trabalhos assinados por Tamara Alves, Kruella d’Enfer, pelo colectivo Chei Krew e pela dupla Draw & Contra. A arte, é aliás, grande parte do ADN do grupo, que acredita ser ela o primeiro ponto de contacto entre quem vem de fora e quem já conhece os cantos à cidade. É por isso perfeitamente normal que duas pessoas que começam o dia como desconhecidas dêem por si a trocar uma ideia sobre uma ou outra peça e acabem a tarde a beber um copo no bar do hotel. O Selina Secret Garden, como casa aberta à cidade, tem programação diária regular, que varia entre conversas, noites de stand-up comedy, aulas de yoga, workshops, sessões de cinema e masterclasses. Está para breve a abertura de um restaurante in situ.

Mais hotéis em Lisboa

  • Hotéis

Não é um hotel, mas parece. A start-up israelita Sweet Inn chegou a Portugal há dois anos com um modelo de negócio que redifine a experiência de alojamento local. Passámos uma noite num dos seus apartamentos de luxo na Avenida.

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  • Hotéis

Os toldos vermelhos, a lembrar as praças parisienses, não passam despercebidos no movimentado Cais do Sodré: o Corpo Santo Hotel abriu ao público em Setembro. Tem um tesourinho museológico, descoberto durante as obras, um bar e restaurante e quartos de fazer esquecer a cidade.

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