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Casa da Lavandeira: o Douro bendito de Eça

Em pleno vale do Douro há uma quinta centenária que se abriu à modernidade para dar a conhecer a riqueza natural de uma das regiões mais verdes do país.

Escrito por
Nelma Viana
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Quando compraram a Casa da Lavandeira, Alexandra Leite e Carlos Gomes queriam só uma casa para a família. Estavam longe de qualquer ideia virada para o turismo ou para a produção vinícola que entretanto viria a mudar o rumo do projecto. Carlos, filho do Douro, tinha o bichinho de se dedicar ao vinho e, quando encontrou uma vinha já plantada nesta casa senhorial do século XVII, sentiu o chamamento e não teve dúvidas de que estava na altura de começar a cumprir o sonho. Entretanto o casal percebeu que a quinta, com uma casa principal e outras quatro casinhas independentes, era grande demais para ficar fechada e deram o passo óbvio de transformá-la em turismo rural.

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Quando compraram a Casa da Lavandeira, Alexandra Leite e Carlos Gomes queriam só uma casa para a família. Estavam longe de qualquer ideia virada para o turismo ou para a produção vinícola que entretanto viria a mudar o rumo do projecto. Carlos, filho do Douro, tinha o bichinho de se dedicar ao vinho e, quando encontrou uma vinha já plantada nesta casa senhorial do século XVII, sentiu o chamamento e não teve dúvidas de que estava na altura de começar a cumprir o sonho. Entretanto o casal percebeu que a quinta, com uma casa principal e outras quatro casinhas independentes, era grande demais para ficar fechada e deram o passo óbvio de a transformar em turismo rural. A mudança aconteceu entre 2009 e 2014, ano em que se estrearam na vertente de alojamento com oito quartos e uma vontade imensa de dar a conhecer a tradição e hospitalidade de uma das zonas mais bonitas do vale do Douro.

Depois da casa principal, decorada com o rigor clássico de antigamente, foi a vez de dar nova vida às restantes casas da propriedade, convertendo-as em suítes e estúdios independentes que apontam a mira a um segmento mais jovem. Os interiores de linhas modernas e despidos de acessórios mantêm as fachadas em pedra e os tectos em madeira, e juntam à lista de comodidades umas espectaculares banheiras panorâmicas com vista para o jardim.

Não é preciso sair do perímetro de 14 hectares para perceber que a paisagem envolvente é tudo aquilo que Eça de Queiroz descreve com detalhe no romance A Cidade e as Serras: “tão acolhedora, de fartura e de paz, serra bendita entre as serras”. O cenário do livro poderá acrescentar alguns toques de ficção ao cenário, mas mais de um século passado desde a sua publicação e o vale duriense parece estar como sempre foi: imensamente verde e soalheiro e praticamente intocado desde que as suas encostas foram transformadas pela mão humana nas famosas vinhas em socalco.

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A Casa da Lavandeira, aliás, orgulha-se de ser uma espécie de espaço museológico da região, não só por manter intacta a casa do século XVII, a capela, o espigueiro e o jardim romântico, mas sobretudo por guardar, dentro de portas, uma parte importante do património natural do concelho. Debruçada sobre o rio Ovil, tem à disposição um trilho pedestre que oferece um passeio pela fauna e flora locais, com passagem por antigos moinhos e casas de xisto e que termina na ruína de uma ponte romana, no Lugar da Ponte Nova. No Verão, vale a pena munir-se de toalha e lancheira e aproveitar o passeio para um piquenique à beira-rio, com direito a mergulhos e banhos de sol nas cascatas que vão aparecendo ao longo da caminhada. Enquanto a estação quente não chega, pegue na máquina fotográfica e parta à descoberta do rio que foi eleito o “mais verde” do distrito do Porto pela área considerável de floresta selvagem que tem à volta. De resto, e porque o tempo nem sempre colabora com aventuras ao ar livre, dentro da casa-mãe encontra várias salas de estar (uma delas com lareira) e uma sala de jogos com bilhar e matraquilhos para fugir ao frio.

  • Hotéis

Ao serão, peça uma garrafa do vinho verde da casa, o Lavandeira Avesso Escolha, e aprecie o sabor de um sonho materializado num monocasta fresco e elegante, inspirado nas histórias do Portugal queirosiano. Por enquanto não há um espaço especialmente dedicado à prova de vinhos, mas a nova adega já está em construção e deve abrir portas com programação completa a partir de Março, ainda antes de a Lavandeira inaugurar oficialmente a grande obra de arte que vai nascer na quinta: nove casas de madeira suspensas num precipício sobre o rio e que vão trazer consigo um spa e uma piscina interior para servir de alternativa à exterior durante os meses mais frios.  Por essa altura, garante Alexandra, a Lavandeira vai também lançar-se num projecto de restauração e estender a oferta de pequeno-almoço às outras refeições do dia. Ainda não há um modelo definido mas será, seguramente, virado para a cozinha regional. Por agora existe uma cozinha partilhada que pode ser usada para preparar refeições rápidas ou a velha sugestão de sair à procura de restaurante – a grande vantagem de estar no Douro é que não há praticamente sítio nenhum onde não se coma muito e muito bem. Bem perto do hotel, encontra por exemplo O Alpendre (Rua de Quintela, Baião. 255 551 207), e nele um belíssimo anho assado com batata e arroz e uma posta de vitela (que, sem exagero, se desfaz na boca) com batatas a murro.

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