António Zambujo sobre 'Até Pensei que Fosse Minha', o disco de homenagem a Chico Buarque.
Como é que conheceu Caetano Veloso? Como foi esse primeiro encontro?
Conheci o Caetano Veloso logo depois que eu gravei uma música dele, chamada ‘Gema”. Então ele me convidou para cantar com ele no "Obra e Progresso", um espetáculo que ele fez no Vivo Rio.
Li que é muito tímida, o que deve ser difícil para uma cantora. De que forma é que a timidez afecta a sua carreira?
Eu acho a timidez uma coisa horrível, ninguém deveria ser tímido. Às vezes me atrapalha, me dificulta a encontrar e a conhecer as pessoas, porque eu estou sempre agindo para satisfazer a minha timidez e não agindo normalmente. Às vezes eu encontro pessoas que eu admiro, que eu considero a obra muito interessante, mesmo que não seja um artista, e sinto vontade de conversar mas acabo sendo completamente impedida por essa timidez. Cada vez mais eu tento me livrar dela. No palco eu tenho conseguido, um pouco (risos). Falta só na vida real.
O que é que a seduziu na música de Cartola para querer fazer um concerto só com música dele?
O que me seduziu na música do Cartola foi a genialidade, ele é uma combinação incrível de várias coisas que a gente admira em um compositor/artista brasileiro. Ele é um grande melodista e um grande poeta. Ele tem essas duas estrelas muito firmes em sua trajetória. Ele tem muita noção do que quer dizer, e acaba sendo sempre muito direto, todos entendem o quê ele diz. Com certeza, a vontade que eu tive de cantar as obras de Cartola, outros cantores já sentiram um dia. A obra dele é um néctar. Eu não conheço ninguém que ouça a música do Cartola e não goste.
