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Nirvana
Photograph: Stephen Sweet/REX/Shutterstock

As melhores músicas dos anos 90

O grunge, o trip-hop, a britpop. As melhores músicas dos anos 90, sucessos inesquecíveis, coseram-se com estas linhas. Escolhemos dez.

Escrito por
Editores da Time Out Lisboa
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A nostalgia dos anos 90 continua a fazer-se sentir. Mas nesta lista não há lugar para a "Falésia do Amor" dos Santamaria nem para a "Macarena" de Los Del Río. Estas são as melhores músicas dos anos 90, sucessos inesquecíveis e intemporais, e não é preciso desempoeirar o Discman ou o MiniDisc, nem reinstalar o Napster, para as ouvir. Do grunge dos Nirvana ao trip-hop dos Portishead e dos Massive Attack, passando pelo french touch dos Daft Punk ou a britpop dos Pulp e dos Blur, há de tudo aqui.

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As melhores músicas dos anos 90

1. “Smells Like Teen Spirit”, Nirvana

“Smells Like Teen Spirit” foi a canção que deu a ouvir os Nirvana ao grande público. O single de Nevermind rebentou em 1991 e transformou-se, passado pouco tempo, no hino confuso, zangado e displicente de uma geração. O icónico teledisco de Samuel Bayer é tão anárquico, perturbador e memorável como a canção.

2. “Common People”, Pulp

“Common People” não é apenas um ponto alto na carreira dos Pulp; é uma canção universal, uma crónica social e de costumes com batida disco-sound e um riff imune à passagem do tempo. E reza a lenda que a miúda grega com sede de conhecimento que inspirou a canção acabou por se casar com o economista e ex-ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis. 

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3. “Rid of Me”, PJ Harvey

Não foram só os Nirvana que responderam ao sucesso de um disco marcante dos anos 90 com um álbum ríspido gravado por Steve Albini. Meses antes de In Utero, PJ Harvey fechou-se com o ex-Big Black para gravar o segundo álbum, Rid of Me. A faixa-título é um violento lamento em forma de blues-rock eléctrico.

4. “Da Funk”, Daft Punk

Nos dias que correm, é fácil de esquecer que, antes de os Daft Punk começarem a tocar com Pharrell e a fazer bandas sonoras para desfiles de moda, eles produziram um disco de house do caraças chamado Homework. Que reflectia e se alimentava de anos e anos de música electrónica, mas também tinha algo de novo e incrível para dizer. Como em “Da Funk”.

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5. “Glory Box”, Portishead

Não será exagerado dizer que nos anos 90 Bristol era uma das cidades mais importantes do planeta, musicalmente falando. No centro de tudo estavam os Portishead, que ajudaram a definir o trip-hop. Combinando batidas de hip-hop e linhas de baixo pulsantes com samples de soul e jazz e a voz torturada de Beth Gibbons. E ”Glory Box" mostra o grupo no seu melhor.

6. “Never Forget”, Take That

Poucas boy bands dos anos 90 emprestaram as vozes e os corpos a tantas canções pop clássicas como os Take That – se não acreditam, oiçam uma colectânea de grandes êxitos deles. Só é pena que tenham implodido quando estavam a entrar no seu melhor momento de forma. "Never Forget", com o seu piscar de olhos a "You Can’t Always Get What You Want" dos Rolling Stones, é o ponto alto da sua carreira.

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7. “Soon”, My Bloody Valentine

"Shoegaze" nunca foi um termo lá muito bom para o som nebuloso, barulhento e ensurdecedor criado entre o final dos 80s e início de 90s pelos My Bloody Valentine e seus correlegionários. Grupos como os Ride, Slowdive ou Lush, entre outros, fizeram coisas maravilhosas com ruído e melodia, mas “Soon” (do epocal álbum Loveless) foi de longe a melhor canção produzida neste comprimento de onda. E continua a ser maravilhosa.

8. “Beetlebum”, Blur

Sim, a "Beetlebum". Quem quiser uma canção para cantar a fogueira tem a “Tender”; se a ideia é partir tudo nada bate a “Song 2”; e não há melhor canção britpop para cantar (e ouvir) com os copos do que “Parklife”; mas “Bettblebum” mostra os Blur no seu melhor, combinando a canção britânica clássica com um rock esquisito e desalinhado.

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9. “Waterfalls”, TLC

Mais de duas décadas antes de Kanye West trabalhar com Paul McCartney, já as TLC andavam de roda dele, salvo seja. Na sua mais conhecida canção, “Waterfalls”, pegaram numa balada de McCartney dos anos 80 e fizeram o seu próprio drama urbano, com um refrão memorável e versos que abordam, sem medos, temas como a toxicodependência, homicídio e sida.

10. “Unfinished Sympathy”, Massive Attack

Os Massive Attack vão ser para sempre recordados como pioneiros do trip-hop. Para o bem e para o mal. Mas a sua canção mais conhecida não encaixa bem no género. "Unfinished Sympathy" é uma balada melancólica, mas cheia de groove e polvilhada de samples. Cada elemento perfeitamente colocado, das cordas épicas à voz poderosa de Shara Nelson, passando pela percussão – ainda capaz de causar arrepios.

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A autorreferência é um mecanismo relativamente banal na arte. Por exemplo, poemas que se queixam de como as palavras não lhes bastam para dizerem tudo o que precisam dizer, é mato. Nos textos cantados é especialmente frequente encontrar esse tipo de truque estilístico, em particular em canções que se põem a falar sobre canções de amor para, de forma mais ou menos discreta, fingirem que não são elas próprias canções de amor, bajoujas e piegas como todas as canções de amor devem ser.

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A história da música popular está recheada de versões de canções que já tinham alcançado sucesso noutra vida. Genericamente, é disso que falamos quando falamos em covers. Mas a coisa torna-se bem mais surpreendente quando o factor sucesso sai da equação – ou, melhor ainda, quando ele está virado ao contrário e descobrimos versões que triunfaram sobre originais obscuros. A lista que se segue reúne uma dúzia de covers que eclipsaram por completo as versões primitivas, mesmo em casos onde elas tinham gozado já de relativo êxito. Mas foram estas interpretações que se impuseram na memória colectiva, a ponto de a maioria de nós as tomar hoje por originais.

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No tempo em que não havia Internet e a globalização ainda se fazia ouvir com delay, era comum uma canção fazer sucesso numa língua, sem que a maioria do público alguma vez percebesse que estava a trautear uma toada estrangeira. O caso mais frequente, como se adivinha, é o de uma canção que se celebriza em inglês apesar de ter sido composta em italiano, francês ou outra língua que não gruda bem nos ouvidos americanos. Mas não só. Por exemplo, “Les Champs Élysées”, que foi popularizada por Joe Dassin, fez o percurso contrário.

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