Símbolo da França e da chanson que o século XX popularizou, Charles Aznavour morreu nesta segunda-feira, aos 94 anos, depois de uma longuíssima carreira. O cantor francês deixou a sua assinatura em mais de mil canções, um número que dispara para 1200 quando estão em causa os temas a que deu voz. Cantou em oito línguas. Vendeu 150 milhões de discos. Fez cinema e teatro. Interveio – tanto na política nacional francesa como internacional.
Apesar de ter nascido em Paris, a 22 de Maio de 1924, os pais eram arménios. O seu nome verdadeiro era Shahnour Vaghinagh Aznavourian. Em 1988, envolveu-se numa grande campanha de ajuda humanitária para as pessoas do país de origem, destruído por por sismo brutal. Foi nomeado embaixador itinerante da Arménia na Unesco, em 1995, e embaixador da Arménia na Suíça em 2009. Ainda nos anos 1970, em França, viu-se a braços com a Justiça, num processo em que era acusado de fraude fiscal e que se arrastou durante anos.
No entanto, “Aznavoice” será sempre lembrado pela música. Passou duas vezes por Portugal na sua digressão de despedida, que durou toda uma década: primeiro em 2006, depois em 2016. “La bohème”, “Il faut savoir”, “Hier encore”, “La Mamma” ou “Tous Les Visages de L'amour” (que a maioria das pessoas conhecerá na versão inglesa, “She”, que Aznavour cantou mas que Elvis Costello popularizou) são canções intemporais.
Outras composições do francês podem ouvir-se nas vozes de outros músicos com impacto mundial: Édith Piaf, Serge Gainsbourg, Sylvie Vartan, Juliette Gréco, Johnny Hallyday, Frank Sinatra, Elton John, Dean Martin, Bryan Ferry, Carole King, Paul Anka, Sting, Amália Rodrigues. A fadista gravou “Aïe mourrir pour toi”. Mas não foi a única portuguesa a cantar Aznavour: Simone de Oliveira tem no seu reportório “C'est triste Venice”. São as cinco canções – mais duas – que damos a ouvir abaixo.
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