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Chen Reiss
©DRA Soprano Chen Reiss

Concertos de Ano Novo em Lisboa

O Concerto de Ano Novo começou por ser uma tradição vienense, mas alastrou-se. Em Lisboa e arredores há seis propostas

Escrito por
José Carlos Fernandes
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A tradição não é tão antiga como poderia pensar-se: foi só em 1939 que a Filarmónica de Viena (Wiener Philharmoniker) começou a apresentar regularmente um concerto no dia 1 de Janeiro, na sua casa, por assim a dizer, a Wiener Musikverein, composto por valsas, polcas e galopes, maioritariamente da autoria da família Strauss. A moda foi espalhando-se lentamente pelo mundo e, perante o acolhimento favorável do público, hoje são muitas as orquestras que a ela aderem. Em Lisboa e arredores, este ano, há seis propostas diferentes de concertos de Ano Novo, repartidas por 11 datas, horários e locais diferentes.

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Concertos de Ano Novo

  • Música
  • Clássica e ópera
  • preço 1 de 4

O maestro Pedro Carneiro dirige a Jovem Orquestra Portuguesa num programa que combina uma obra consagrada – a Sinfonia n.º 1 de Brahms – e uma obra pouco conhecida de um compositor do nosso tempo – Meditation: To the Victims of the Tsunami, de Toshio Hosokawa.

[2.ª parte do IV andamento da Sinfonia n.º 1 de Brahms, pela Orquestra Sinfónica da NDR, com direcção de Günter Wand, ao vivo no Festival Musical do Schleswig-Holstein de 1997]

  • Coisas para fazer

A Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, com direcção de Nikolay Lalov (na foto), propõe uma ementa assente em valsas de Johann Strauss, mas que também inclui peças de Jacques Offenbach (Abertura de Orfée aux Enfers), Hans Christian Lumbye (“Champagne Galop”), de Franz Suppé (Abertura de Pique Dame), e a marcha militar “Entrada dos Gladiadores” op.68, do checo Julius Fucik.

[Abertura de Orfée aux Enfers, de Offenbach, pela Filarmónica de Viena, com direcção de Rudolf Kempe]

O melhor da música jazz e clássica

  • Música

A ópera barroca é um universo que só há pouco começou a ser explorado e que ainda tem imensos tesouros para revelar. Este ano há duas excepcionais selecções de árias de dois mestres consagrados – Handel e Vivaldi – em interpretações tão frescas e vivas que se diria que a música foi composta na véspera e não há quase 300 anos, e iniciou-se a prospecção das cerca de 40 óperas de Porpora, filão que levará anos a explorar. Mas 2018 foi também o ano em que chegou ao disco uma inquietante ópera estreada em 2005, da autoria de um dos mais notáveis compositores de ópera vivos e que termina com o clarão deslumbrante que marca a entrada da Humanidade na era nuclear, e o ano do centenário da morte de Debussy, assinalado com novas gravações de alto coturno. Feitas as contas, estes foram os melhores discos de música clássica de 2018. 

Os melhores discos de jazz de 2018
  • Música

A Grã-Bretanha anda desnorteada e a angústia em relação ao pós-Brexit adensa-se, mas o jazz britânico nunca esteve tão pujante: quatro dos grupos responsáveis pelos melhores discos de jazz de 2018 são súbditos de Sua Majestade (embora um dos músicos envolvidos não se reveja nela). O jazz português também está cá representado, por direito próprio e não por enviesamento nacionalista. Há música brutal e tenebrosa, que muitos verão como estando mais próximo do metal e sendo mais apropriada para sonorizar pesadelos do que para proporcionar uma escuta descontraída – Starebaby e Insurrection. Mas também há lirismo sereno e rarefeito – o Live do Marcin Wasilewski Trio – e música inclassificável, como a do álbum Short Stories, que desafia os cartógrafos do mundo musical. 

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