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Jameson Urban Routes: a rua dentro da caixa

O Jameson Urban Routes começa na terça-feira 24, com Havoc. Até sábado 28 multiplicam-se os concertos no MusicBox Lisboa

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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O rapper e produtor Havoc dá o pontapé de partida para mais um Jameson Urban Routes na terça-feira 24. Depois há mais 12 sessões, entre quarta 25 e sábado 28, ao ritmo de três por dia. Com concertos e DJ sets, onde se destaca a primeira sessão de quarta 25, com os Black Bombaim & Peter Brötzmann e Scúru Fitchádu, e o regresso dos Black Lips, na sexta-feira 27.

Jameson Urban Routes: a rua dentro da caixa

Terça-feira 23

O nome de Havoc não será o primeiro que passe pela cabeça de ninguém quando se pensa em hip-hop nova-iorquino. Mas ele é um dos grandes. Foi metade dos Mobb Deep, nome crucial do gangsta rap da costa leste americana, cujo legado é carregado apenas por ele desde a morte do companheiro, Prodigy, a 20 de Junho. A julgar pelo que anda a fazer noutras cidades vai revisitar o corpo de trabalho e as canções da dupla, terça 25, no MusicBox.

E, no entanto, é injusto reduzir a carreira de Havoc aos Mobb Deep. Porque o rapper e produtor americano tem vários discos a solo, mas sobretudo por causa das canções que produziu e dos rappers com quem colaborou ao longo dos anos, figurões como The Notorious ≠B.I.G., Eminem, Nas, Method Man, Kanye West ou Puff Daddy, entre outros.

Quarta-feira 25

Pode parecer um exagero, mas é verdade: os Black Bombaim já são uma autêntica instituição do stoner rock português, escultores de monólitos de peso e distorção. No ano passado gravaram um disco com Peter Brötzmann, uma das grandes luminárias do free jazz europeu, no activo desde os anos 60. Agora Black Bombaim & Peter Brötzmann vão voltar a tocar juntos. Com total liberdade.

Antes de ser servido o prato principal de quarta-feira 25, vai ouvir-se o funaná-punk de Scúru Fitchádu. A segunda parte da noite tem começo marcado quando tocarem as doze badaladas, com DJ sets do britânico LONE e da portuguesa Caroline Lethô. E na terceira sessão, até amanhecer, é Solution quem dita o ritmo.

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Quinta-feira 26

Os You Can’t Win, Charlie Brown continuam a tocar as canções de Marrow, disco perfeito para quem gosta da sua pop-rock psicadélica encharcada em cores mas sem espatifar células cerebrais. Enquanto o power trio brasileiro O Terno dá a ouvir o surf-rock do álbum Melhor do que Parece.

Na sessão seguinte ruma-se à Dinamarca, com os Laid Back, veteranos de pop electrónica oitentista com vibe disco-sound, e Captain Casablancas, novo alter-ego de Caspar Clausen, lisboeta adoptivo e membro dos Efterklang e Liima.

Xinobi e Da Chick fecham a pista na última sessão do dia, com final marcado para as seis da manhã.

Sexta-feira 27

Grosseria, porrada, insânia, barulho do bom. É com isto que podemos contar num concerto dos Black Lips, banda definitiva do garage rock americano deste século, doces bárbaros que fazem do estrebuchar das guitarras uma festa. O mais recente disco, Satan’s Graffiti or God’s Art?, saiu há uns meses e tem apresentação marcada para sexta-feira no MusicBox. É um regresso muito aguardo, com primeira parte a cargo dos portugueses Stone Dead na primeira parte.

De seguida será possível assistir à estreia de Sherwood & Pinch, duo do pioneiro do dub Adrian Sherwood com o peso pesado de dubsetp britânico Rob Ellis. Os DJs portugueses Gusta-Vo e Mike Stellar completam o cartaz.

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Sábado 28

E eis que o Jameson Urban Routes se aproxima do fim. A noite começa com um três em um: Austra, Surma e Ela Minus. A primeira vem apresentar a pop sintética de Future Politics, lançado este ano pela Domino; a segunda é uma cantora indie portuguesa; e a terceira é uma artista electrónica colombiana radicada em Nova Iorque.

A coisa aquece e o ritmo aumenta na segunda sessão da noite. É a estreia de Bateu Matou, projecto que junta os bateristas Joaquim Albergaria (PAUS), RIOT (ex-Buraka Som Sistema) e Ivo Costa. Segue-se um set de DJ Nigga Fox, MVP da editora Príncipe e um dos nomes cruciais de uma geração de produtores de electrónica mutante com raízes africanas a operar há anos nos subúrbios de Lisboa. 

Tapes, ou seja o DJ britânico Jackson Bailey, encerra o festival. Começa a fechar a pista a partir das três da manhã, armado com a sua colecção de cassetes de dub, library music e psicadelismo.

Os sons de Outubro

  • Música

As temperaturas começam a baixar, as folhas começam a cair e os concertos sucedem-se. O  Verão que nos perdoe, mas não há nada como ver concertos em Lisboa no Outono. De preferência dentro de uma boa sala. Seja John Legend na MEO Arena ou a despedida dos Swans no Lisboa Ao Vivo. Sem esquecer The National, perante um Coliseu dos Recreios esgotado.

  • Música

Nesta lista cabe tudo: Andrew Bird às voltas no rio com o seu violino; Gucci Mane e o seu décimo primeiro disco; a estreia colaborativa de Courtney Barnett e Kurt Vile; o regresso do nosso cenourinho preferido chamado King Krule. Vale tudo, valem todos os estilos. Outubro é o mês que se segue, e, a avaliar por estes quinze discos que nele serão editados, vai ser um dos melhores outubros. 

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