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Maria Reis
© Sara Graça

Maria Reis: “A música era a constante a que eu conseguia agarrar-me”

A cantora e guitarrista das Pega Monstro vai tocar sozinha a 9 de Agosto no Museu do Chiado. Falámos com ela

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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Maria Reis, a vocalista e guitarrista das Pega Monstro, vai lançar em breve o primeiro álbum a solo, Chove Na Sala, Água Nos Olhos. Mas antes, a 9 de Agosto, toca nas Noites de Verão do Museu do Chiado. Fomos beber um copo e trocar dois dedos de conversa antes do concerto.

Diz-me lá: Pega Monstro ainda existe?

Isso é para responder sim ou não?

É para responderes como quiseres.

A banda não está a tocar. Mas há qualquer coisa que persiste. Nem que seja a nossa relação, somos irmãs.

Mas não te vês a fazer um disco de Pega num futuro próximo.

Acho que não. Mas não é um break-up. Isso é impossível.

Sei que o teu primeiro álbum a solo já está pronto. Quando é que o vais editar?

Entre Setembro ou Outubro.

Quando é que começaste a trabalhar nisso?

No ano em que editámos o Casa de Cima [em 2017], já havia a ideia de a Júlia [Reis, a baterista de Pega Monstro] se afastar e de ir viver para outro sítio. Tive de começar a pensar noutras maneiras de viver, e comecei a fazer o meu EP que saiu no Verão de 2017. E, depois de finalmente resolvermos as coisas de Pega Monstro, decidi continuar a fazer música.

O que é que mudou entre o teu primeiro EP a solo e este disco?

Na verdade aquilo que é mais diferente para mim é o tempo no qual eu os fiz. Em Agosto de 2017 era uma pessoa completamente diferente. A minha vida neste ano foi só cenas. Imagina, o disco chama-se Chove Na Sala, Água Nos Olhos, porque literalmente o tecto da minha casa caiu. E mais coisas. No meio disto tudo, a música era a constante a que eu conseguia agarrar-me. Mas em termos formais é diferente só porque não é caseiro.

Da última vez que estive com o B Fachada ele disse-me que tinhas gravado com ele e com mais uma data de produtores.

Não foi uma data, foram só cinco. Mas sim, decidi levar o meu tempo. Cada mês, cada canção. Fazia e gravava, sempre com pessoas diferentes.

Como é que vai ser o concerto no Chiado, comparado por exemplo com a última vez que tocaste sozinha em Lisboa, na Cerveteca?

Não vai ter nada a ver.

Vais estar a tocar sozinha?

Não. É aí que vira um bocado o jogo. Convidei um trio de cordas para tocar comigo. O meu irmão, o António Quintino, que toca contrabaixo com os Dead Combo, colaborou no meu novo disco. Fizemos um arranjo de cordas para uma das músicas. E quando tive este convite fiquei com vontade de repetir isso. Como era foleiro convidar um trio de cordas para tocar só numa música, fizemos arranjos para mais quatro. Vai ser metade do concerto assim.

E no resto das faixas, vais estar só com a guitarra e um sampler?

Não. Só guitarra. Quer dizer, talvez leve uma drum machine. Ainda não sei. Mas o mais importante é mesmo estar a tocar com um trio cordas.

Quem são eles?

O meu irmão e mais dois músicos contratados. As miúdas que tocaram no disco não podiam ir no dia 9, então ele arranjou outros dois. É mesmo outro universo. Eles vêem a música de uma forma completamente diferente. Não tem nada a ver com aquilo que eu estou habituada a fazer com outras pessoas, que é tipo estarmos a curtir e estarmos a sentir, é tudo muito intuitivo. Estes músicos têm uma linguagem diferente. E é por isso que é fun.

Conversa fiada

  • Música

Noah Lennox, vulgo Panda Bear, é um dos mais influentes músicos independentes deste século. A viver em Lisboa há mais de uma década, foi responsável por discos seminais como Person Pitch, de 2007, ou Merriweather Post Pavillion (2009), dos Animal Collective, mas isso não lhe subiu à cabeça. Falámos sobre o novo álbum, Buoys.

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