O mais frequente na música orquestral é que só um galo cante na capoeira, ou seja, a maioria dos concertos destina-se a um único solista. Porém, no período barroco, era frequente que dois solistas partilhassem o protagonismo e Vivaldi e Telemann legaram-nos numerosos concertos para dois solistas – os de Vivaldi quase todos para dois violinos, os de Telemann explorando múltiplas e originais combinações, algumas das quais não voltaram a ser repetidas (pelo menos por compositores de primeiro plano). Por outro lado, Vivaldi compôs vários concerti con molti strumenti, em que atribuiu papéis solistas (necessariamente breves) a seis e sete instrumentos, criando uma rica paleta cromática.
A variedade de modalidades de concerto para solista(s) e orquestra do Barroco deu lugar no Classicismo e Romantismo ao domínio de um único solista, sendo este, invariavelmente, o piano, o violino e, com menor expressão, o violoncelo. Esta “normalização” foi tão forte que o único duplo concerto do século XIX com lugar consolidado no repertório é o de Brahms. Mas há muito mais para descobrir...
Brahms pela Orquestra Metropolitana de Lisboa