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gang of four

Seis concertos imperdíveis no Reverence Santarém

O nome e a cidade mudaram, mas o Reverence Santarém continua igual ao que era em Valada: o último dos festivais de rock

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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É cada vez mais raro encontrar um festival assim. Um festival de rock onde as guitarras ainda são objecto de reverência, onde o barulho e a distorção são tão acarinhados como as melodias. Só por isso, o Reverence Santarém, conhecido em anos anteriores como Reverence Valada, já merece todos os elogios e palavras de apoio. E ainda nem se falou do cartaz, uma salada de psicadelismo, metal extremo, pós-punk, noise rock e hardcore bastardo. Com meia dúzia de concertos obrigatórios.

Seis concertos imperdíveis no Reverence Santarém

Oathbreaker

Os belgas Oathbreaker resistem à classificação. Com obra editada na Deathwish Inc, de Jacob Bannon (Converge), e à semelhança de outras bandas que passaram pela editora ao longo dos anos, como os Deafheaven ou os Code Orange, as suas canções derretem as fronteiras da música pesada. Os seus discos são lugares estranhos onde black metal, indie rock, hardcore punk, pós-rock e sludge coexistem e se suplantam. Os seus concertos são isso e muito mais.

Bo Ningen

O rock japonês é especial. Sempre foi. Uma longa linhagem de bárbaros honestos, que remonta aos seminais Les Rallizes Dénudés e à Flower Travellin’ Band e nas últimas décadas do século passado nos deu bandas como as Shonen Knife, Melt-Banana, Boredoms ou Acid Mothers Temple. Juntos há dez anos e radicados em Londres, os Bo Ningen inserem-se neste contínuo, com um som algures entre o psicadelismo duro e o noise sem vergonha.

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10000 Russos

Não se deixem enganar. Estes 10000 Russos são três portugueses, e as semelhanças com Demis Roussos ficam-se pela fonética. A sua música é densa e labiríntica, ocasionalmente claustrofóbica. Um rock psicadélico cavernoso com propulsão motorik, que deve tanto aos Neu! como a The Fall, documentado em discos como 10000 Russos (2015) ou Distress Distress (2017), ambos com o selo da etiqueta londrina Fuzz Club.

Mono

São um nome grande do rock nipónico. Deram o primeiro concerto e lançaram o primeiro EP no ano 2000, e desde então nunca pararam de crescer. Artisticamente e em termos de popularidade. Fazem pós-rock como deve ser, com peso, ruído e melancolia; sem nunca se tornarem chatos. Já vieram mais do que uma vez a Portugal. Desta feita, vêm munidos do disco Requiem for Hell, de 2016.

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Gang of Four

Os Gang of Four carregam o peso da história. Foram um nome absolutamente fulcral do pós-punk britânico e influenciaram meio mundo, dos R.E.M. aos Nirvana, passando por todos os revivalistas punk-funk que despontaram na década passada. No entanto, o guitarrista Andy Gill é o único membro que resta da formação original, desde que o parceiro de longa data, Jon King, virou as costas ao projecto em 2012. O primeiro álbum sem ele, What Happens Next (2015), não foi propriamente memorável, mas a julgar pelos últimos concertos não há razão para alarme: tocam sobretudo canções do seminal álbum de estreia, entertainment! (1979).

Esben and the Witch

Os britânicos Esben and the Witch aprenderam as lições certas com o pós-punk. Pintam o seu indie rock com tons e influências góticas, engrandecem o feedback e evocam paisagens pós-rock inóspitas. O mais recente álbum, Older Terrors, saiu há um ano e é composto por quatro longas faixas, todas com mais de dez minutos.

Outros concertos

  • Música

Setembro é um mês peculiar. Por um lado, queimam-se os últimos cartuchos do Verão. Por outro, regressa a rotina e com ela os concertos em Lisboa. Costuma haver concertos para todos os gostos e dimensões, mas por enquanto só está marcado um outro concerto. Xinobi e Jibóia tocam no Centro Cultural de Belém.

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