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Superchunk
© Jason Arthurs

Três novos discos de veteranos do indie rock americano

Superchunk, The Breeders e Yo La Tengo são nomes fulcrais do indie rock americano de 90s. Com discos novos nas lojas

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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Não dá para fazer uma lista minimamente séria com os melhores discos de indie rock dos 90s e não incluir pelo menos um álbum dos Superchunk (Foolish, 1994), dos Yo La Tengo (Painful, de 1993, ou I Can Hear the Heart Beating as One, de 1997) e outro de The Breeders (Big Splash, 1993). Em 2018, as três bandas continuam vivas, de boa saúde, e acabam de editar novos discos para o provar.

Três novos discos de veteranos do indie rock americano

Superchunk - What A Time To Be Alive

  • 4/5 estrelas

No activo desde 1989, os Superchunk são uma instituição indie. E no 11º álbum, lançado há um mês, não acusam a idade. A fórmula é a mesma de sempre: power-pop com vitalidade punk, música directa e jubilatória. Mas isto é redutor. What A Time To Be Alive não é só um disco de indie rock certeiro e urgente, está sintonizado com a actual realidade sociopolítica americana e as suas canções reflectem a revolta de uma certa esquerda. Todavia evita referências directas a pessoas ou situações, garantindo a sua intemporalidade – uma excepção é a menção da activista e denunciante americana Chelsea Manning, em “I Got Cut”; ou a homenagem aos Reagan Youth na faixa homónima, também uma meditação sobre a capacidade (ou a incapacidade...) de a música popular efectuar mudanças sociais duradouras.

The Breeders - All Nerve

  • 3/5 estrelas

Não comparar All Nerve, lançado no início do mês, com Big Splash, de 1993, requer algum esforço. O disco é o primeiro de The Breeders em dez anos, mas o que o torna especial é o facto de marcar o reencontro das irmãs Kim e Kelley Deal com Josephine Wiggs e Jim Macpherson, o quarteto que assinalou o clássico de 93. As expectativas eram, por isso, elevadas e saíram furadas. Apesar do nome, falta-lhe nervo, e o alinhamento é desequilibrado. Por cada canção como “MetaGoth”, três minutos de pós-punk tenso e violento, com ruído e melodia nas doses e momentos certos, ou “Archangel’s Thunderbird”, a evocar memórias de 90s enquanto rocka com confiança, há outra que devia ter sido mandada para trás, como a insípida murder ballad “Walking With A Killer” ou a banal e imediatamente olvidável “Blues at the Acropolis”. É pena.

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Yo La Tengo - There's a Riot Going On

  • 4/5 estrelas

Os Yo La Tengo são outro bom exemplo de longevidade e consistência: andam nisto desde 1984 e os fundadores Ira Kaplan e Georgia Hubley tocam com James McNew desde 1991. O novo álbum, There’s A Riot Going On, partilha o nome com um discaço de Sly and the Family Stone, sai na sexta-feira e foi gravado pelo trio ao longo de vários meses, no seu estúdio, sem engenheiros nem produtores a mandarem bitaites. As canções foram aparecendo de forma natural e orgânica e isso nota-se. É um disco nocturno e vasto, desapressado, onde faixas distorcidas de cinco minutos ou mais coexistem com pequenas canções de dois minutos, mas nem sempre nem por isso mais directas. Pode estar a haver distúrbios lá fora, como anuncia o título, mas os Yo La Tengo continuam na sua. Fazem eles bem.

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