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Banema Studio
Francisco Nogueira

A Banema apanhou o comboio do Porto para Lisboa para pôr o design num pedestal

A loja divide-se entre Banema Lab, dedicada aos pavimentos, e a Banema Studio, com peças de várias marcas especiais.

Escrito por
Francisca Dias Real
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Dois universos paralelos tornam-se harmoniosamente perpendiculares dentro de uma nova morada em Campo de Ourique. É o que acontece quando a arquitectura, a arte e o design entram num bar...perdão, numa loja. É a Banema. Se dantes só tinha coordenadas a norte do país, passa a tê-las agora também em Campo de Ourique, onde abriu a sua mais recente concept store que quer ser um ponto de encontro entre o cliente e os artistas e artesãos. 

Há um corredor que separa dois mundos bem distintos da Banema. De um lado, na Banema Lab, carregam a experiência de mais de 70 anos em madeiras, uma extensão imensa de parede com pedaços, ripas e amostras de materiais, uma verdadeira catedral do pavimento. Do outro lado da barricada, está a Banema Studio, o apanágio do detalhe, daquela pecinha que faz diferença lá em casa, com uma família de marcas portuguesas e internacionais que tratam a arte e o design por tu.

Banema Studio
Francisco Nogueira

Não há como não parar por segundos à entrada para se dar conta da magnitude do espaço e do móvel azul petróleo que ocupa grande parte da loja, criando divisões por módulos e onde as peças douram as prateleiras. O impacto está criado, muito por culpa do arquitecto Pedro Campos Costa que o desenhou propositadamente para encaixar ao longo da nova Banema. 

Aqui trabalha-se a ideia de exclusividade assumindo-se como uma “loja do pormenor”, refere André Matos, gerente da Banema em Lisboa. “É sempre incrível ver as pessoas a entusiasmarem-se por uma simples saboneteira, mas não é uma qualquer. São marcas que seleccionamos com cuidado com peças que têm o poder de mudar os espaços, seja uma manta, uma vela ou uma jarra”, continua. 

O tal móvel contíguo cria espaços de exposição separados por marcas e temáticas – há uma zona só de self-care com velas da Earl of East, os cremes da Haeckels, os óleos da Maison Louis Marie (uma novidade) –,  os incensos da Hibi e da Apotheke Fragrance. 

Há uma área dedicada ao estacionário com agendas da Papelote e da Travelers Company, e outras peças especiais desenhadas pelos arquitectos Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura. Nas cerâmicas destacam-se as portuguesas Bisarro e a novíssima Ramos Cerâmica, as peças da Vicara ou os macramés do Barbudo Aborrecido. 

Banema Studio
Francisco Nogueira

Chamam a atenção as pequenas esculturas da Magis e as saboneteiras e jarras da Foekje Fleur, as tapeçarias da Slowdown Studio, as jarras da Menu, os candeeiros de Davide Groppi, os sacos da Hay e da Apolis.

A Banema é também a feliz contemplada em ter uma boa selecção de livros da editora alemã Gestalten, com números dedicados ao design, arquitectura, arte contemporânea, gastronomia ou moda. 

“Escolhemos as marcas não por serem conhecidas mas sim pelo trabalho que desenvolvem na área do design e do lifestyle. É uma dança constante das marcas que falam entre elas, mesmo sendo tão diferentes”, diz André. “A Banema conseguiu ao longo destes anos todos manter-se actual, acompanhar as tendências e ainda assim ter peças para as quais tu olhas daqui a uns bons anos e continuam a ser modernas”. 

Depois de uma viagem ao mundo encantado do design, é possível que dê por si a admirar pedaços de madeira – uns curtos, outros compridos, uns claros, outros escuros –, a admirar tal e qual como se fossem obras de arte num museu. A delicadeza com que se estendem ao longo de toda a parede da loja dá ares de uma biblioteca de materiais, que se funde facilmente com o lado oposto do corredor onde o design é rei. “O nosso trabalho também é partir de objectos que são técnicos, como é o caso da madeira, e torná-los apetecíveis e valiosos”, conta André. 

Banema Studio
Francisco Nogueira

A sustentabilidade é um dos pilares da casa desde sempre, mesmo quando ainda ninguém falava nessa palavra mágica. “A Banema nunca recorre a madeiras exóticas, por exemplo, porque rejeita tudo o que implica explorar os recursos de forma agressiva”, refere André. “Temos algumas coisas em madeira maciça, mas a maior parte dos materiais é folheado ou com derivados de madeira. É uma preocupação ambiental que temos desde sempre, e cada vez mais os clientes nos procuram também nesse sentido”. 

Ao fundo da loja, há uma zona mais ampla onde o Lab e o Studio se encontram. Aqui, há espaço para uma exposição de uma qualquer marca no catálogo – por agora estão por lá em destaque os candeeiros de Davide Groppi –, mas será em breve também uma zona de auditório. A ideia é que de quando a quando decorram ali formações ou conferências dirigidas a profissionais da área como arquitectos, decoradores ou outros clientes sobre produtos e materiais aplicados nas áreas da decoração de interiores, construção e reabilitação. 

Banema Studio
Francisco Nogueira

“Queremos ter aqui uma vertente educativa, mais técnica. Abrimos o livro de como se fazem as coisas”, explica André. “A Banema marca pela diferença porque não estamos lá só para dar garantias na compra final, o nosso trabalho é acompanhar o cliente desde o início, porque tantos anos de experiência são facilitadores num trabalho que pode ser complexo, como a relação entre um arquitecto e um carpinteiro, por exemplo”. 

Na Banema até a montra se quer especial. As cortinas da mesma cor do móvel, em azul, tapam a visão para o que se passa lá dentro, tudo para dar destaque ao que estiver em exposição. A montra serve de galeria e muda todas as semanas, destacando um produto ou mais de uma só marca, tornando-o numa espécie de objecto de culto. 

Rua Coelho da Rocha, 27C (Campo de Ourique). Ter-Sáb 10.00-13.00/14.00-19.00. banema@banema.pt.

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