A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar

A brilhante indecisão de Tânia Carvalho para ver até Março

Escrito por
Miguel Branco
Publicidade

O Ciclo Tânia Carvalho é a retrospectiva/homenagem – mais do que merecida – de uma das mais essenciais coreógrafas portuguesas, e vai até Março. Até à próxima terça há três criações que podem ser vistas, do São Luiz ao Maria Matos. 

A teimosia dos progenitores. Há até quem lhe chame educação. Aquela que nos precipita para aulas de natação quando ainda nem sabemos falar, maillot e barra mal sabemos andar. “Fui para a dança sem escolher, puseram-me nas aulas de ballet, aquelas coisas de quando somos crianças.”, explica Tânia Carvalho, coreógrafa sem escolha que após 20 anos a criar, a inventar formas e novos corpos, se vê homenageada no Ciclo Tânia Carvalho, que recupera grande parte da sua obra em três meses, em três teatros lisboetas. Até 4 de Março, o São Luiz, o Maria Matos e o Teatro Camões da Companhia Nacional de Bailado são a casa de Tânia, são a casa da dança. 

A ideia partiu de Mark Deputter, que falou com o São Luiz. Mais tarde foi a vez de Paulo Ribeiro convidar Tânia Carvalho a coreografar para a Companhia Nacional de Bailado. “Inicialmente disse ao Paulo que não podia por estar com o Ciclo, ele é que decidiu ligar ao Mark para também participar”, conta. 

Participemos nós também. No fundo, temos três meses para (re)descobrir uma das mais essenciais coreógrafas portuguesas. E isso só pode ser motivador. Por falar em motivação, falemos da de Tânia, que se apressa a esclarecer: “Nunca quis a dança para ser bailarina, queria inventar coisas, queria criar, muito mais do que executar.” 

A execução, aquela que quase sempre é pedida, está sempre ligada a uma noção geométrica, que se funde com o abstracto, que explora o movimento. São sempre as formas em Tânia Carvalho. E percebe-se o motivo: “Estive sempre indecisa entre a dança e as artes plásticas, a primeira opção até foi as artes plásticas, mas foi por ter desistido da dança que percebi que era isso que queria fazer”, confessa. 

Ora nesta semana o Ciclo Tânia Carvalho dá-nos De Mim Não Posso Fugir, Paciência! (quarta e quinta no São Luiz), um espectáculo para quatro bailarinos e Tânia Carvalho ao piano, em que existe um movimento sequencial feito em loop

Em 27 Ossos (sábado e domingo no São Luiz) também há um piano, mas é um toy-piano e mais três bailarinos: “É como se me estivesse a tentar lembrar de uma peça que vi há muito tempo, tem um ambiente meio fantasmagórico”, define. Na terça-feira, apresenta no Maria Matos Um saco e uma pedra – peça de dança para ecrã, o seu primeiro filme, com direito a coreografia, claro. Ou seja, Tânia Carvalho continua em ciclo, mesmo depois de 4 de Março.

São Luiz: Qua-Qui 21.00; Sáb 21.00, Dom 17.30. Maria Matos: Ter 21.30.

Últimas notícias

    Publicidade