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A Casa da Dança, em Almada, dá o primeiro passo

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Uma Casa da Dança era um sonho antigo de bailarinos e coreógrafos portugueses. Não veio a fada do açúcar do Quebra-Nozes concretizá-lo: veio a Câmara Municipal de Almada, que cedeu um escritório e salas de ensaio na Casa da Juventude de Cacilhas – Ponto de Encontro.

Mas este é apenas o primeiro acto de uma dança que já tem programação até ao final do ano. Na passada segunda-feira, Inês de Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Almada, apresentou-a como um lugar sem paredes. A Casa da Dança não tem paredes, nem fronteiras. E não é uma companhia, mas sim um espaço de pesquisa: um projecto inédito por cá, que replica outras casas europeias, como a Maison de la Danse, fundada em 1980 em Lyon (França). O objectivo é dar mais oportunidades a quem começa, ser um espaço de experimentação para os mais rodados em palco, lugar de interacção entre as várias expressões artísticas da dança e um projecto que vai pôr as criações portuguesas na rede, reforçando a ligação com outras estruturas semelhantes.

O projecto é da Companhia Paulo Ribeiro, residente no Teatro Viriato (Viseu), liderada pelo bailarino e coreógrafo que já foi director do extinto Ballet Gulbenkian e também da Companhia Nacional do Bailado. Paulo Ribeiro confessou durante a apresentação que há anos que é “perseguido” pela ideia de criar esta casa. Começou a trabalhar em 1982, precisamente na Maison de la Danse, que, nas palavras do próprio, “deu dinâmica à cidade, ao país e fez nascer outras casas da dança.”

A Companhia Paulo Ribeiro apresenta uma reposição a 26 de Outubro, no Fórum Municipal Romeu Correia: Memórias de Pedra. Tempo Caído, criada em 1998 para inaugurar o Teatro Viriato, numa reflexão sobre o imaginário português. Este é um dos momentos da programação da Casa da Dança até ao final do ano, mas o primeiro espectáculo acontece já este sábado. Chama-se Parece que o Mundo e é um trabalho da coreógrafa Clara Andermatt com o pianista João Lucas, inspirado no livro de Italo Calvino Palomar. Segue-se Adorabilis a 22 de Setembro no Teatro Joaquim Benite, uma criação de Jonas Lopes e Lander Patrick, e a 26 de Setembro actua a Polish Dance Theatre com o espectáculo The Harvest, dando início às colaborações internacionais. Entre 26 de Outubro e 30 de Novembro está convidado a ver a instalação holográfica BOX 2.0, numa coreografia fora do contexto criada por Clara Andermatt, Olga Roriz, Paulo Ribeiro e Rui Horta, num conceito do autor António Cabrita.

A Casa da Dança também inclui um programa de residências de criação e a trabalhar já se encontram Filipa Francisco, que estreia uma peça em Minde este mês (Partilhas), e Ana Jezabel, com uma obra em co-criação com esta casa (Quotidiano) que chega aos palcos apenas em 2020. Uma programação que Inês de Medeiros descreve como “diversificada e aglutinadora” e Paulo Ribeiro como “moderna e pertinente”.

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