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A Filho Único continua a fazer-nos sonhar com as Noites de Verão

Este ano, sem o apoio da DGArtes, os concertos estivais e gratuitos da associação lisboeta realizam-se apenas em Julho. Mas o programa volta a surpreender-nos.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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O objectivo e a ideia fundamental são os mesmos desde a primeira edição, em 2009: dar a conhecer boa música aos lisboetas, de graça e sem medo do novo. Porém, ao longo de sucessivas edições, muita coisa mudou. No ano passado, por exemplo, o programa das Noites de Verão incluiu uma instalação sonora inédita e estendeu-se por boa parte da cidade, entre Julho e Setembro. Este ano, sem o apoio da DGArtes, a associação Filho Único viu-se obrigada a conceber uma edição mais modesta e condensada; mas nem por isso menos brava, audiciosa e gratuita como sempre foi.

O primeiro concerto destas Noites de Verão está marcado para as 19.30 de quinta-feira, 6 de Julho, no Jardim das Esculturas do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (MNAC), e o seu protagonista é Mohammad Reza Mortazavi, percussionista iraniano que leva a música tradicional persa para territórios próximos do trance – já o vimos em festivais do género – e do techno – o próximo disco vai ser editado pela editora-instituição electrónica berlinense Tresor. Um dia depois, o jardim das galerias Galeria Quadrum recebe MIKE, rapper e produtor de culto norte-americano.

Na semana seguinte, a 13, o MNAC recebe Romeu Bairos, músico açoriano que passou pelo Hot Clube, concursos de talentos e o Festival da Canção, mas hoje se dedica a repensar e fazer suas as músicas tradicionais do arquipélago em que nasceu. E a 14, nas Galerias Quadrum, a Filho Único promove mais um encontro entre o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa e jovens criadores nacionais de música experimental, como Adriana João, FARWARMTH, Joana de Sá e Miguel Abras.

O terceiro momento destas Noites de Verão é pautado por um par de encontros entre músicos do norte e do sul globais, respectivamente nos jardins do MNAC, a 20, e das Galerias Quadrum, a 21. Primeiro, escuta-se uma criação inédita, para kora e sintetizadores modulares, do gambiano Mbye Ebrima, hoje radicado em Lisboa, e da portuguesa Rita Silva, por estes dias a viver em Haia, nos Países Baixos. Um dia mais tarde, é a vez da artista israelita Maya Dunietz interpretar as composições etíopes de Emahoy Tsegué-Maryam Guèbrou.

Na penúltima destas Noites de Verão, a 27, o Jardim das Esculturas acolhe a venezuelana Arianna Casellas e o brasileiro Kauê Gindri, que se conheceram no Porto. Editaram em 2021, pela Lovers & Lollypops, Vozes Antenas Fragas, o primeiro disco juntos, respondendo pelo nome de Montes; e um ano depois voltaram à carga com o EP Aguinaldos, Villancicos y Preságios, já creditado a Arianna Casellas y Kauê e ancorado nas canções tradicionais latinas. Por fim, a 28, as vozes do ensemble LEIDA, liderado por Mariana Dionísio, escutam-se nas Galerias Municipais. Em situações normais, o programa prolongar-se-ia durante Agosto, mas desta vez não. A cidade vai sentir a sua falta.

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