A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
Bedeteca da Amadora
Gabriell VieiraBedeteca da Amadora, onde estão mais de 40 mil álbuns de banda desenhada.

Amadora BD traz finalmente o mangá para estas bandas

A banda desenhada ao estilo japonês ganha uma retrospectiva nesta edição do Amadora BD, o maior festival do género no país.

Joana Moreira
Escrito por
Joana Moreira
Publicidade

Da estação de metro da Reboleira até à Bedeteca da Amadora são cerca de 18 minutos a pé. Mas, a partir de 21 de Outubro e até 1 de Novembro, o tempo pode ser acelerado, já que vão circular autocarros gratuitos pela cidade da Amadora para levar a comunidade bedéfila (e não só) à Bedeteca da Amadora, à Galeria Municipal e ao Ski Skate Amadora Park, os três locais por onde se distribui o cartaz deste ano do festival Amadora BD. 

É no Ski Skate Park que está o núcleo central da programação e a exposição A História do Mangá. “Demorámos muito tempo a abraçar este género de banda desenhada, a última exposição que tivemos debruçada em autores de mangá foi em 1996 com a presença de um deles, o autor da Heidi e do Pikachu. Desde essa data até hoje nunca tivemos uma exposição sobre mangá ou sobre qualquer personagem deste género literário”, diz-nos Catarina Valente, directora do festival. Esta presença soa, por isso, a “finalmente”: “Temos estado atentos ao público que nos visita e o público mais jovem abraçou este estilo já há algum tempo.” 

Banda desenhada Dragon Ball
DRDragon Ball 11. O Grande Desafio do Torneio, Devir, 2001

A mostra vai cobrir a origem do mangá – as primeiras histórias desenhadas em sequência remontam ao século VIII, no Japão – mas também a história e evolução do género na cultura ocidental. “Uma leitura que é feita da direita para a esquerda, um tipo de abordagem ao personagem um bocadinho mais iconográfico, que vai remeter para a iconografia da cultura oriental, há uma série de influências e simbologia que são da cultura oriental e que transitaram para a banda desenhada e que hoje em dia são já mainstream e fazem parte da cultura de massas. Se o mangá em 1996 ainda era um género de nicho e muito específico para um determinado grupo cultural, neste momento o mangá é universal, já faz parte da história da banda desenhada mundial”, garante Catarina. 

Entre as séries representadas estão os clássicos Lobo Solitário e Os Cavaleiros do Zodíaco ou o icónico Akira, que marcou os anos 80 e 90. One Piece, Naruto, Sailor Moon e Dragon Ball são outras séries de culto que integram a exposição. Ao todo podem ser vistas 42 reproduções de originais e ainda figuras à escala humana de algumas personagens – para saber quais é mesmo preciso rumar à Amadora. “A banda desenhada japonesa tem esta característica que é: ela coexiste em diferentes tipos de suportes e abordagens artísticas, ela não se esgota no livro, tem uma continuidade, não só na escultura como na pintura e na ilustração ou no cinema de animação”, diz a directora do festival. 

Na programação paralela desta exposição, concebida em parceria com a Devir (editora portuguesa especializada na publicação de banda desenhada), há também sessões de autógrafos com autores portugueses que se inserem neste estilo, conversas e lançamentos de livros. Quanto a workshops, dois deles são de introdução à história do mangá e à técnica de fazer mangá e ministrados pela ilustradora portuguesa Daniela Viçoso (domingo, 24, às 15.30, e segunda, 1, às 10.30). O festival culmina com uma ilustração ao vivo da mesma ilustradora também inspirada no mangá e no universo iconográfico deste estilo.

Akira Amadora BD
DRAkira 19. Amigos para a Eternidade, Meribérica/Liber, 2004

Uma heroína e um cowboy

Lucky Luke retorna ao festival com uma abordagem diferente: uma exposição dedicada aos autores incumbidos de dar continuidade ao legado do personagem depois da morte do seu criador, o cartoonista belga Maurice de Bevere (conhecido por Morris), em 2001, que foi o primeiro autor internacional a visitar o festival na Amadora corria o ano de 1990. Desta vez, o olhar dos visitantes poisa sobre os que lhe seguiram as pisadas. Achdé e Mawil são dois dos ilustradores do cowboy que vão passar pelo festival. Os desenhadores estarão sábado, 23, às 16.00, à conversa com o comissário da exposição “75 Anos de Lucky Luke. Os Herdeiros de Morris, João Miguel Lameiras. 

Outro dos grandes destaques do evento é a exposição retrospectiva dos 80 anos de Diana, a Mulher-Maravilha. “É a primeira vez que temos um conteúdo dedicado a uma super-heroína feminina, e ainda por cima tão contemporânea dos ideais que temos hoje em dia”, diz a directora do festival. Tanto o ilustrador catalão Álvaro Martínez Bueno como os portugueses Miguel Mendonça e Daniel Henriques já trabalharam com a heroína da DC – e andarão pela cidade. Ambas as exposições estão patentes no Ski Skate Amadora Park. 

Amadora. Até 1 de Novembro. 3€ (10€ o passe geral)

+ Roteiro geek de Lisboa

+ Seis novidades de banda desenhada a não perder

Últimas notícias

    Publicidade