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Amaru
Francisco Romão Pereira

Amaru. A frescura e o conforto da street food de Lima, na rua de São Paulo

Há ceviche, sim, mas não só. No novo restaurante do Cais do Sodré, honra-se a comida peruana na sua forma mais descontraída – a comida de rua – enquanto se bebem "unas copas".

Teresa David
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Teresa David
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Se esquecermos o néon que enfeita a parede – um retrato de Túpac Amaru, o último imperador inca – nem parece que estamos num restaurante peruano em Lisboa. Não há cores garridas, almofadas ou tapeçarias estampadas, tão utilizadas em espaços representativos deste país sul-americano. Pelo contrário. Sobressai a estética industrial, as paredes em pedra, o vigamento em madeira, a luz baixa. “Nós achámos que tinha de ser como um restaurante peruano no Peru. Não tem de parecer peruano, tem de ser um restaurante”, diz João David, que divide a responsabilidade do novo Amaru Peruvian Street Lab, na rua de São Paulo, com Manuel Bonneville (Contra, Mezcais, Las Ficheras), Pedro Moura Coutinho e Daniel Mello. 

Amaru
Francisco Romão Pereira

“Antes de decidirmos a 100% o que queríamos fazer um peruano, fomos todos a Barcelona, onde existe uma comunidade peruana muito grande. Em três dias fomos a seis peruanos diferentes e ficámos absolutamente loucos com os sabores”, conta João David, sabendo que por cá a gastronomia peruana também não nos é estranha. É que há uma década que Lisboa se rendeu a ela. O Qosqo, que abriu portas em 2012, perto da Sé, pode ter sido pioneiro; mas talvez seja ao chef Kiko e à sua Cevicheria, no Príncipe Real, que podemos atribuir a popularização do ceviche. 

O Amaru, porém, quer diferenciar-se pela sua descontração. Com uma esplanada, uma zona de bar e mesas no interior, é um sítio para petiscar, para jantar ou simplesmente para beber um copo. “Somos uma comida de rua, mais informal, para vir aqui sem compromissos”, sublinha o sócio. “Neste momento representamos street food de Lima. Começámos com um conceito mais apertado e depois vamos expandir a partir daí”, acrescenta. 

Amaru
Francisco Romão PereiraAtum nikkei

A carta inclui, assim, os tradicionais ceviches, mas vai muito mais além. “Toda a gente sabe que o ceviche é peruano, mas não queríamos servir só o ceviche. Agora até casas de hambúrgueres têm ceviche. A gastronomia peruana é riquíssima. Há 32 tipos de clima, cresce tudo”, explica João David. Além de ingredientes da nossa praça, o chef Pedro Brandão utiliza também produtos vindos do Peru, como a pimenta vermelha peruana (ají panca) ou o milho tostado (cancha).

Amaru
Francisco Romão PereiraCorazón partido (6€), com coração de vaca e salsa antichuchera e lima

Para começar a refeição partilhe então um tacu-tacu (4,50€), umas bolinhas de feijão fritas em migalhas de pão com salsa peruana fresca; ou uma das espetadas: a anticucho de papa dulce (5,50€), uma espetada de batata doce com salsa huancaína e pimentão fumado; a corazón partido (6€), com coração de vaca e salsa antichuchera e lima; e o anticucho de pollo (6,80€), com frango grelhado. Os ceviches lo puro (13.50€), com corvina em leite de tigre; o vegan sangrita (8,50€), com tomate marinado; e o de atum nikkei (15€) são obrigatórios. Há ainda três pratos de carne: um pão brioche com cachaço de porco assado, molho especial, cebola roxa, alface crocante (7€); o ibérico negro saltado (14,50€), com secretos de porco preto, salsa chifa, cebolete, cebola roxa, salsa criola e arroz branco; e o lomo saltado (16€), um coração de alcatra marinado com salsa chifa, cebolete, cebola roxa, salsa criola e arroz branco. Nas sobremesas destaca-se o cuatro leches (5€), um bolo fofo com calda de pisco, doce de leite, nata batida, molho de leite condensado e gelado de nata salgada. A acompanhar tudo isto está uma carta de bebidas bem completa. Vá pelo cocktail beerful chilcano (9€), preparado com sumo de gengibre caseiro, pisco, cerveja e lima. 

Amaru
Francisco Romão Pereira

Para já, o Amaru só funciona de quinta-feira a segunda à noite, mas João David espera alargar os horários em breve. “Nós temos a intenção de abrir o dia inteiro e todos os dias. Eu gosto de negócios que estão abertos, não gosto de portas fechadas viradas para a rua”, revela. 

Rua de S. Paulo 204 (Cais do Sodré). Qui-Seg 18.00-01.00

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