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Ajitama Cais do Sodré
Francisco Romão Pereira

No novo Ajitama, o Japão fica ainda ainda mais perto

Abriu na Rua do Alecrim para responder à procura na casa mãe, mas também para chegar a novos clientes. O espaço segue a mesma linha, mas é maior. Na carta, há novidades.

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
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Estávamos em 2019 quando António Carvalhão e João Azevedo Ferreira abriram o Ajitama, na Avenida Duque de Loulé, depois do sucesso instantâneo do seu supperclub que somava já quase duas mil pessoas em lista de espera. Quase quatro anos depois, continuam a não dar vazão. A solução foi abrir um segundo restaurante, maior e ainda mais próximo do Japão (e não faltam nem as famosas sanitas inteligentes). O menu também está mais composto.

“O restaurante começou a tornar-se pequeno, felizmente, para os clientes que temos”, começa por dizer António. “ Aquilo foi pensado para [servir] 60 refeições por dia e [na altura] ninguém acreditava. Onde é que em Lisboa há 60 pessoas para comer ramen cinco dias por semana? A verdade é que ao sábado chegamos a fazer 350 refeições e aquele restaurante não está preparado. Todas as sextas e sábados temos de mandar tipo 60 pessoas embora. É triste”, continua, explicando a escolha da zona para o novo Ajitama, entre o Cais do Sodré e o Chiado. “Nós aqui vimos apanhar dois públicos que não temos: os turistas e as pessoas que vão sair à noite.”

Ajitama Rua do Alecrim
© Francisco Romão PereiraNOVOAJITAMA_FRP, 15/12/2022

Quem conhece o Ajitama da Duque de Loulé reconhecerá a identidade. Se no primeiro a estrutura de madeira que preenche o espaço é uma homenagem aos ovos, o topping preferido da dupla no ramen, aqui a inspiração foram os noodles. “Não é só porque é o elemento mais importante, a par dos caldos, mas também porque estamos a celebrar o facto deste ano, ao fim de quatro anos em funcionamento, termos outra vez a produção artesanal de noodles.”

Na história do Ajitama, os noodles feitos em casa só existiram quando ainda nem restaurante havia. Depois, passaram a ser importados do Japão, mas pela "vicissitude da economia global” foi preciso voltar a apostar na produção artesanal. “Contratámos duas pessoas e estamos a fazer os noodles desde Março e por isso quisemos que este restaurante contasse essa história”, aponta António.

Ajitama Cais do Sodré
Francisco Romão PereiraKashunattsu tantanmen

Apesar do menu ser igual nos dois restaurantes, António e João aproveitaram o facto de abrirem este novo espaço para introduzir umas novidades, como o kashunattsu tantanmen (15,90€), um ramen picante e mais complexo. Ou como resume António: “O next level do ramen”. “Além de ser picante, tem uma pasta feita à base de caju e sésamo triturado. É mais denso, mais rico em sabores e também um pouco mais pesado. Ao fim de quatro anos, sentimos que os nossos clientes queriam mais e nós quisemos trazer uma coisa mais rica”, explica, contando que estas novas receitas foram fruto de uma nova formação no Japão, onde têm aprendido tudo.  

Já para aqueles que ainda não se aventuraram no ramen, António não aconselha que o façam por esta nova aposta. “Podem ter uma experiência um bocado intensa e inferir que todos os ramens são assim. Por isso é que intencionalmente quando abrimos o restaurante há quatro anos quisemos ter ramens menos intensos, quase no papel de educar, iniciar os portugueses.” E o mesmo aconteceu com os picantes, que não entraram logo no menu.

Novo é também o ramen vegan (15€), “com um toque de soja e miso”, servido com cogumelos, tofu envolto em couve roxa e rebentos de soja, flor de lótus e cenoura baby.

Escolha o que escolher, não saia sem visitar a casa de banho, um apelo estranho, mas que António insiste vale a pena. “Importámos as sanitas inteligentes, com uma sistema muito mais sofisticado de higienização. Tem repuxos, vento, secagem, tampo aquecido, intensidade de água e temperatura. Sempre ficámos fascinados e dizíamos que um dia havíamos de ter isso no nosso restaurante. Era um investimento brutal e aqui fizemos um esforço e temos essas sanitas para dar o level up de viagem ao Japão”, conta. 

Ajitama Cais do Sodré
Francisco Romão Pereira

Descendo as escadas, pequenas placas de madeira, assinadas e ilustradas das mais variadas formas, forram a parede. “Quando fomos ao Japão vimos que nos templos eles têm uns murais com umas peças de madeira que as pessoas podem comprar e onde escrevem um desejo. Vimos aquilo e achámos que era uma boa ideia para trazer.”

Ajitama Cais do Sodré
Francisco Romão Pereira

Uma vez na casa de banho, é como se entrasse no comboio que vai de Quioto para Sapporo. “As pessoas vão ouvir em inglês e japonês as indicações que se ouvem na viagem, está a passar em loop. Queremos provocar um gateway to Japan, queremos que os clientes sintam que estão a entrar no Japão em Lisboa, o mais possível.”

Rua do Alecrim 47A (Cais do Sodré). 965 268 635. Ter-Sáb 12.30.00.00

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