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Fermentage Brewpub
Francisco Romão Pereira

As melhores cervejas do país vão ser premiadas no Fermentage

Pela primeira vez, este sábado, os vencedores do Concurso Nacional de Cervejas Caseiras e Artesanais vão ser anunciados numa grande festa aberta ao público.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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Todos os Outonos, desde 2016, os juízes do Concurso Nacional de Cervejas Caseiras e Artesanais (CNCCA) juntam-se para provar dezenas de cervejas feitas em casa, por amadores, e garantir que as melhores são depois produzidas e degustadas pelo maior número de pessoas. Só mudam o lugar e a data em que reúnem – em 2023 encontraram-se no fim-de-semana de 9 e 10 de Dezembro, no Fermentage Brewpub. E no sábado, 16, vão anunciar os vencedores desta 11.ª edição numa sessão aberta ao público, pela primeira vez, no mesmo espaço em Marvila.

A apresentação dos resultados e entrega de prémios está agendada para as 18.00 deste sábado, mas antes há uma palestra de Nuno Dias (do Fermentage) sobre a cultura cervejeira, um quiz e o sorteio de uma máquina de imperial, bem como música ao vivo, tocada pelos Candonga, a partir das 14.00. Talvez até dê para provar algumas das garrafas colocadas à prova. O objectivo é aproximar o concurso – que é há muito tempo uma referência dentro do meio cervejeiro – do grande público.

Além da melhor cerveja artesanal portuguesa, distinguida pela primeira vez no ano passado, são atribuídos prémios às receitas vencedoras na categoria em destaque (imperial stout) e nas categorias “experimental”, “ale” e “lager”, bem como aos segundos e terceiros classificados. Entre outras benesses, os primeiros classificados poderão produzir as suas receitas nas instalações da Lupum, de The Browers, da BeerHouse e do Fermentage, respectivamente. Para muitos, ao longo dos anos, a vitória no CNCCA tem sido o primeiro passo e o ímpeto para uma mudança de carreira.

Bruno Aquino
Francisco Romão PereiraBruno Aquino

Por amor à cerveja

O CNCCA precede o boom da cerveja artesanal em Portugal – a edição de 2016 que abre o texto foi, na verdade, a quarta. “A primeira foi em 2008, mas não houve continuidade”, conta Bruno Aquino, mentor da prova, verdadeiro missionário da cerveja artesanal em Portugal e co-autor do livro Uma Viagem pelo Mundo da Cerveja Artesanal Portuguesa, editado em 2019 pela Casa das Letras. “Foi um bocadinho antes do tempo, porque não havia praticamente nada”, reconhece agora Bruno.

“Havia um espaço em 2008 que era a Loja Da Cerveja Caseira, do Fernando Gonçalves, que depois foi o cervejeiro da 8ª Colina. O concurso surgiu um bocadinho por isso. Uma vez que não havia grande dinâmica, lembrámo-nos de criar um momento em que o pessoal comprava mais malte e mais lúpulo e animava-se a ganhar um prémio, uma taça ou assim’. Foi por isso que eu e o Fernando começámos a pensar no concurso em 2007 e avançámos com a ideia em 2008, precisamente na Loja da Cerveja Caseira”, recorda. “Infelizmente, o espaço fechou pouco tempo depois.”

Passados cinco anos, em 2013, Bruno Aquino voltou a tentar organizar um concurso, desta feita no Gallus, “uma churrasqueira em Entrecampos que tinha cerveja artesanal. Mas que era basicamente importada”. E já correu melhor. Mas foi só em 2015, depois da abertura da Cerveteca, na Praça das Flores, que a competição e a produção de cerveja artesanal em Portugal começaram a ganhar balanço. Desde então, não pararam de crescer e melhorar.

Bruno Aquino
Francisco Romão PereiraBruno Aquino

Hoje, a cerveja artesanal põe o pão na mesa de várias famílias portuguesas. Não param de abrir bares e outros estabelecimentos especializados; as principais marcas encontram-se cada vez mais facilmente, não só em restaurantes como em supermercados, até nalgumas mercearias. O CNCCA também tem vindo a ganhar mais visibilidade de ano para ano, mas não é nem pretende tornar-se um negócio. Continua a ser feito “por amor à cerveja”, como nas primeiras edições.

“O concurso não dá lucro. Se isto fosse um negócio, tentaríamos pensar as coisas de maneira diferente. Como não é, os objectivos podem ser outros”, explica o organizador. Em primeiro lugar, continua a estar a vontade de “dar algum destaque à cerveja artesanal em Portugal”. Todavia, para Bruno Aquino, “o mais importante do concurso é dar um bom feedback ao cervejeiro. Dizer o que é que se passa com a cerveja dele. Uma opinião isenta, honesta, na sequência de uma prova cega”. Só assim é que os produtores e todo o ecossistema cervejeiro podem melhorar e continuar a borbulhar. Sempre foi esse o principal objectivo.

Fermentage (Marvila). 16 Dez (Sáb). 14.00. Entrada livre

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