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As Noites de Verão da Filho Único voltam a abrir Lisboa ao mundo

O programa de música ao vivo, com entrada livre, arranca já na terça-feira, 5 de Julho, na ZDB. E só termina a 3 de Setembro, depois de passar por vários espaços da capital.

Luís Filipe Rodrigues
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Luís Filipe Rodrigues
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O mais vasto e ambicioso programa de Noites de Verão da Filho Único arranca já na terça-feira, 5 de Julho, com a inauguração, na Galeria ZDB, da instalação sonora O Nosso Pão, de Björn Torske e DJ Nigga Fox. E só termina a 3 de Setembro, data das actuações de Alexander von Schlippenbach, pianista determinante do free-jazz europeu, e outros artistas no Goethe-Institut. Pelo meio, passa pelos jardins das Galerias Municipais – Quadrum, do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta e do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, e pelo Anfiteatro de Pedra, na Tapada da Ajuda.

Mas vamos com calma. Como escrevemos, o programa arranca esta terça-feira, 5, na Zé dos Bois. Só que a inauguração de O Nosso Pão, pelas 19.00, é apenas o primeiro capítulo de uma parceria que se espraia por mais dois dias. O produtor norueguês de música electrónica Bjørn Torske e o luso-angolano DJ Nigga Fox, um dos inovadores da batida de Lisboa dada a conhecer ao mundo pela Príncipe, reencontram-se um dia depois, na mesma galeria, para um painel e conversa com Suze Ribeiro e Balint Laczko. Por fim, às 22.00 de quinta-feira, 7 de Julho, Bjørn Torske e DJ Nigga Fox passam música juntos na sala do Bairro Alto.

No dia seguinte, 8 de Julho, as Noites de Verão recuperam o formato dos últimos anos, com actuações ao final da tarde, todas as sexta-feiras, com entrada e música livre. Primeiro, dá-se um encontro inédito em palco entre Herlander, Cookie Jane e Menino da Mãe, com a DJ King Kami a juntar as pontas. Depois Jay Mitta, nome ligado à celebrada editora/colectivo Nyege Nyege, chega da Tanzânia, acompanhado pela MC Ant Vairas. Segue-se, a 15 de Julho, uma actuação de Beatrice Dillon com Kuljit Bhamra; e um concerto de BLEID, Funcionário, Luar Domatrix, NOIVA e Polido com o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, a 22.

Outro dos destaques da programação é o arranque da digressão europeia de Pink Siifu, a 29 de Julho. O aguerrido rapper americano traz-nos, desta vez, os temas de NEGRO, sujo e abrasivo disco de 2020 em que o hip-hop se desintegra e mescla com o free-jazz e o hardcore. Uma sova das boas.

E nem 24 horas depois, entre as 16.00 e as 20.00 de sábado, 30 de Julho, há mais música para ouvir e descobrir no Jardim do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta. Tal como no ano passado, sob o signo da Jovem Guarda Ambiental, a Filho Único volta a juntar novos talentos das músicas electrónicas e ambientais de produção nacional. Os nomes reunidos este ano são Adriana João, ari.you.ok, Inês Malheiro, Inês Tartaruga & Xavier Paes, Patrícia Brito, Violeta Azevedo e XEXA.

Nas sextas de Agosto, as Noites de Verão regressam ao Jardim das Esculturas do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado. No dia 5 toca lá o veterano guitarrista e investigador angolano Mário Rui Silva. No dia 12 ouve-se a electrónica de Serpente, projecto de Bruno Silva que aqui se apresenta em duo com o percussionista César Burago. O palco pertence à violinista Maria da Rocha a 19. E a 26 a Filho Único despede-se do Chiado, embalada pela compositora e artista Amosphère.

Vinte e quatro horas mais tarde, a 27 de Agosto, novo concerto, desta vez no Anfiteatro de Pedra, na Tapada da Ajuda. Sem avançar grandes detalhes, a promotora fala apenas numa aparição de Paulino Vieira, um nome histórico da música cabo-verdiana. Cantor, compositor, multi-instrumentista e orquestrador, partilhou palcos e canções com todos os grandes daquele país, desde Cesária Évora, com quem trabalhou cedo, até Bana ou Tito Paris. Não se sabe o que vai fazer, e isso não interessa. É ir à confiança.

E tudo o que é bom acaba. Neste caso, acaba às 20.00 de 3 de Setembro, depois de mais seis horas de música. No jardim do Goethe-Institut Lisboa, o ritmo das batidas vai ser definido pelo londrino Scratchclart, ou Scratcha DVA, e por duas mulheres que estamos mais habituados a ouvir em Lisboa: Chima Hiro e ZenGxrl. O mais importante, contudo, é o concerto de Alexander von Schlippenbach, notável pianista, compositor e improvisador alemão, com carreira iniciada ainda na década de 1950. Toca no anfiteatro. Vai ser especial.

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