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Loja Ar
© Francisco Romão Pereira

Bege sobre bege: com quantas cores pinta a nova loja da Estrela?

Chama-se Ar e faz a ponte entre designers brasileiros e marcas portuguesas independentes.

Mauro Gonçalves
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Mauro Gonçalves
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A primeira imagem que se tem é de uma loja em tons terra — das paredes ao sortido de peças à venda. O ton sur ton foi levado à letra por Alessandro Radlof naquela que é a sua primeira loja a solo. Duas décadas depois de ter chegado a Portugal, mesmo com um regresso ao Brasil pelo meio, este antigo publicitário conseguiu reunir etiquetas brasileiras e criações portuguesas num único espaço.

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Algo que “aconteceu naturalmente", como explica à Time Out, a começar pela comunidade de criativos e empreendedores brasileiros que encontrou deste lado do Atlântico — artistas e designers de moda, muitos deles a viver e a produzir no país. Por outro lado, muitas das pequenas marcas portuguesas independentes que nasceram nos últimos anos têm vindo parar-lhe às mãos. Há cerâmica das Caldas da Rainha (e também nos brincos da Uns), botas e sandálias de pele feitas no Alentejo e as nipónicas kokedamas a fechar a harmonização lusitana da nova montra.

O mote dos “pequenos produtores” desagua numa curadoria generosa de marcas e designers brasileiros encabeçada pela carioca Beira, pedra angular da concept store com uma clara predilecção pelos linhos e pelas cores e texturas naturais, à imagem e semelhança de tudo o resto. A Ar, nome que faz coincidir as iniciais do mentor com o mais leve dos quatro elementos, é tingida de bege e feita de materiais crus, muitos deles reaproveitados. Alessandro aponta para as cadeiras encontradas no lixo, agora expositores, e para as tábuas trazidas das obras, convertidas em estantes, sem esquecer as velhas caixas de sapatos, resgatadas de uma antiga sapataria da Baixa.

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© Francisco Romão PereiraAlessandro Radlof

De volta às compras, encontramos ainda os acessórios em madeira e acrílico da Oyá, as raquetes de praia da Frescobol Carioca, os candeeiros de Peu Mello e as primeiras peças de roupa da artista plástica Cristina Elias. “Estou constantemente à procura de novos autores. É um trabalho do olhar, de atenção, para ter um espaço de onde as pessoas saem com alguma coisa, seja uma peça única ou um objecto mais básico”, resume o proprietário.

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© Francisco Romão Pereira

O trabalho ainda nem vai a meio, sobretudo quando, do Brasil, chegam marcas e talentos que o público português ainda desconhece. Muitos estão ainda a caminho de Lisboa, outras continuam por descobrir. No que depender desta loja, têm todas encontro marcado na Estrela.

Rua da Bela Vista à Lapa, 14 (Estrela). 91 437 1927. Seg-Sáb 11.00-19.00.

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