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Fotografia: Arlindo Camacho

Belcanto, de Avillez, mantém-se entre os 50 melhores restaurantes do mundo

O restaurante de José Avillez manteve-se na mesma posição, em 46.º lugar, no The World’s 50 Best Restaurants, grande concorrente do Guia Michelin. O Belcanto é o único restaurante português na lista encabeçada pelo Noma, de René Redzepi, em Copenhaga.

Cláudia Lima Carvalho
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Cláudia Lima Carvalho
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Num ano em que pouco se viajou e os restaurantes estiveram fechados durante algum tempo por todo o mundo, poder-se-á dizer que houve poucas surpresas na lista The World’s 50 Best Restaurants, revelada esta terça-feira em Antuérpia, na Bélgica. Portugal continua apenas representado pelo Belcanto, de José Avillez, que se manteve na 46.º posição – lugar a que ascendeu em 2019 quando subiu 33 lugares. No ano passado, por causa da pandemia, a cerimónia acabou por ser adiada. O Noma, que ainda há pouco tempo valeu a René Redzepi a terceira estrela Michelin, foi considerado novamente o melhor restaurante do mundo. Em segundo lugar ficou outro restaurante de Copenhaga, o Geranium, que tem Rasmus Kofoed aos comandos da cozinha, seguido do Asador Etxebarri, em Atxondo, do chef basco Victor Arguinzoniz.

No Instagram, José Avillez agradeceu a distinção, alongando-se um pouco mais na página do seu restaurante. “O Belcanto está na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo. Que esta distinção ajude Portugal a reforçar a sua posição enquanto destino turístico e gastronómico de excelência e dê ainda mais destaque à gastronomia portuguesa”, lê-se na publicação. Já em Setembro, o chef tinha sido reconhecido nos prémios The Best Chef como um dos melhores chefs do mundo – lista ainda longe de ter o impacto deste The World’s 50 Best Restaurants ou do Guia Michelin. José Avillez esteve em Antuérpia com David Jesus, o seu braço direito no Belcanto.

Já esta quarta-feira, em comunicado, o chef congratulou-se, lembrando as dificuldades impostas no último ano e meio. "Foi com grande satisfação que recebemos esta notícia. É muito bom para Portugal, para Lisboa e para a equipa do Belcanto ver o nosso património gastronómico e o nosso trabalho reconhecido desta forma, depois de todas as dificuldades e desafios que vivemos devido à pandemia", escreve Avillez. 

Foi em 2012 que o chef abriu o Belcanto, no Chiado, e, nesse mesmo ano, foi distinguido com uma estrela Michelin. Em 2014, conquistaria a segunda estrela. Em 2019, e como parte da sua evolução, o restaurante mudou-se para um novo espaço, mais amplo, contíguo ao inicial.

Apesar de ter sofrido alterações nas regras em 2019, quando se decidiu que o restaurante que fica em primeiro lugar não pode voltar a encabeçar o ranking entrando para uma lista à parte que reúne os melhores dos melhores, onde está por exemplo o espanhol El Buli ou o italiano Osteria Francescana, o The World’s 50 Best Restaurants não se livrou das críticas sobre a falta de diversidade. Dos 50 melhores restaurantes no mundo são poucos os que ficam fora da Europa, “e aqueles que não estão na Europa servem menus de degustação de estilo europeu”, nota o site especializado Eater, que aponta ainda a falta de mulheres na lista – entre os 50, há apenas quatro restaurantes que têm aos comandos da cozinha uma mulher chef. Esperava-se que a representação feminina pudesse aumentar de alguma forma após a organização dos prémios, criados em 2002, ter mudado também a constituição dos votantes, que passaram a ter uma proporção igual entre o sexo feminino e masculino. A lista final é decidida por 1040 peritos gastronómicos, espalhados por todo o mundo.

O Noma, que já tinha sido considerado o melhor restaurante do mundo em 2010, 2011, 2012 e 2014, conseguiu repetir a proeza este ano, independentemente da alteração das regras, por se tratar de um novo Noma. Foi em 2018, dois anos depois de ter fechado, que o Noma 2.0 abriu numa nova localização com um menu de degustação que muda três vezes por ano, de acordo com a época. 

Em 2019, na última edição do ranking, o restaurante dinamarquês tinha ficado em segundo lugar, com o primeiro lugar a ser entregue ao Mirazur, em Menton, do chef Mauro Colagreco. Em terceiro ficou o Asador Etxebarri, posição que manteve este ano.

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