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Lisboa Bloco
Francisco Romão Pereira

Bloco, “uma espécie de listening bar” e muito mais

Desde Janeiro que o Bloco faz a festa na rua Nova da Trindade. É para se deixar ficar a ouvir música, de copo na mão e com um petisco na mesa.

Teresa David
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Teresa David
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"Johnny Pirou", a versão brasileira de Ney Matogrosso do clássico "Johnny B. Goode", de Chuck Berry, dá-nos as boas-vindas ao Bloco, o espaço aberto em Janeiro no troço fechado ao trânsito na Rua Nova da Trindade, no Chiado. Faz sentido. Afinal, a música é uma parte importante deste bar, que também tem muitas outras coisas: comida, vinhos, cocktails e, sobretudo, boas vibrações. É uma presença descontraída, cheia de animação, e que compõe a vizinhança naquela que já é chamada de Rua Azul – Ofício, Cervejaria Trindade, Gunpowder e Bairro do Avillez. 

“Decidi abrir o Bloco pela oportunidade de o transformar num espaço cultural”, diz o proprietário Duarte Ornelas, DJ e produtor musical, que se aventura pela primeira vez no mundo da restauração. A inspiração para o nome vem das festas de bloco do Brasil. “Esta zona faz uma espécie de quarteirão, imaginei de imediato as pessoas à frente do espaço a celebrar. Imaginei abrir as portas e ter um punhado de gente a celebrar música”, explica. Além disso, os blocos utilizados para construir os assentos foram os primeiros a chegar ao bar, com interior em tons rosa e uma ampla esplanada que aguarda chapéus de sol. 

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Francisco Romão PereiraDuarte Ornelas, Sílvia Rocha, David Afonso

Segundo o responsável, o Bloco pode ainda ser definido como “uma espécie de listening bar, mas mais ruidoso”, comenta. É ele, em conjunto com a equipa, que faz a selecção de música e há DJs às sextas e aos sábados. “Queremos expandir para outros eventos, talvez concertos de jazz, e também outro tipo de iniciativas alusivas a artes plásticas, a fotografia…”, sublinha. 

A preparar a comida está a namorada, Sílvia Rocha, uma cozinheira com experiência além-fronteiras, em Angola e no Brasil, mas também em Portugal, em sítios como o antigo Royale Café ou o Flores de Pampa. “O conceito inicial era fazer um bar de sanduíches, mas quando abrimos percebemos que não funcionava a 100% e que perdíamos muita gente que não quer só comer sanduíches. Ainda estamos a tentar encontrar o nosso lugar, a nossa identidade”, reconhece a cozinheira. O menu actual é um reflexo da experiência anterior da cozinheira noutros países e, também, das suas origens nortenhas. 

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Francisco Romão PereiraShitake com batata palha caseira, gema curada e chili oil (10€) e o mini hambúrguer de moelas e queijo do Viso (9€)

As sanduíches, como a de cebola caramelizada com queijo e jus (11€) ou a de cachaço e kimchi (12€) mantêm-se no menu desde a abertura, mas há outros petiscos. “Quero que as pessoas possam vir cá e provar duas ou três coisas”, esclarece Sílvia Rocha. O prato de cogumelo shitake com batata palha caseira, gema curada e chili oil (10€) e o hambúrguer de moelas e queijo do Viso (9€) são boas opções. Para sobremesa há maritozzi (6€), uma espécie de bola de Berlim com chantilly e doce de leite. 

Para beber há vinho a copo (a partir de 4,5€) ou garrafa, de pequenos produtores, de pouca intervenção e com foco na região de Lisboa. “Lisboa tem um clima perfeito para o vinho: temos sol, à noite está fresquinho, temos mais altitude…”, explica David Afonso, o responsável por apresentar as bebidas uma vez que o espaço não tem uma carta própria. “Funcionamos sempre por conversação. Perguntamos às pessoas qual é que é a sua preferência e tentamos ajustar o gosto das pessoas”, elucida Duarte Ornelas. À Time Out foi sugerido o Beira Mar tinto (5,5€ o copo) e um Purista branco (6,5€ o copo). “Também temos cocktails, não somos só um bar de vinhos”, afirma Duarte. Um deles é preparado com Campari, gin, sumo de toranja, sumo de limão, açúcar e bitter de ameixa (11€). 

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Francisco Romão Pereira

“Eu tenho muita dificuldade em aceitar sítios estanques, eu acho que o Bloco vai ser sempre um sítio em movimento, em todos os aspectos, seja na cozinha, na oferta de bebidas ou na música. Vai estar sempre em mutação”, garante o proprietário. No campo da música, Duarte Ornelas deixa escapar a possibilidade de abrirem uma editora, começarem a lançar música e a receber concertos. 

Para a cozinha, Sílvia já tem umas ideias para um futuro breve. Além de novas entradas na carta, entre elas um prato de peixe, quer receber convidados. “Há muita gente que cozinha em casa, mas não de uma forma profissional, e que adoraria vir um dia fazer o seu prato. Eu gostaria de fazer um evento de travessas de comida da avó”, revela. 

Rua Nova da Trindade 11L (Bairro Alto). Ter-Qua 18.00-01.00. Qui-Sáb 18.00-02.00

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